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A infraestrutura logística deficiente e a guerra fiscal travada entre os Estados da Federação são
os dois principais gargalos para o desenvolvimento da indústria de panificação, moagem de trigo e produção
de massas e biscoitos do Paraná. Estes temas foram levantados durante o Fórum Setorial da cadeia do trigo, que
contou com a presença do Sindap, representado por seu presidente, Luiz Francisco Kleinibing, além de outros
membros de sindicatos, de empresas da cadeia produtiva e de membros da Federação das Indústrias do Estado
do Paraná (Fiep), incluindo o presidente da Federação, Rodrigo da Rocha Loures.
O objetivo do
fórum é unir as partes envolvidas, levantar as demandas e oportunidades do setor, dando continuidade ao trabalho
iniciado em 2009, quando ocorreu a primeira edição do evento. A maior preocupação, atualmente,
é a equalização da carga tributária, principalmente do ICMS, considerada alta pelos empresários.
Outras demandas são a modernização tecnológica do setor, a falta de mão de obra qualificada,
maior interação entre as partes envolvidas e a melhoria da qualidade dos pães. Uma necessidade anterior
que já foi sanada era aumentar o consumo de farinha de trigo. Hoje, o consumo anual pelos brasileiros é de 40
quilos per capita, número que ainda é baixo perto do consumo argentino, por exemplo, que é quase o dobro.
O
setor de alimentos de origem vegetal é estratégico para a economia paranaense. O Estado é o maior produtor
nacional de trigo, com cerca de 2,8 milhões de toneladas por ano, e possui o maior parque moageiro do País,
com 75 moinhos em atividade. Existem ainda 3,7 mil padarias no Paraná, gerando cerca de 80 mil empregos.
Para
enfrentar o gargalo da mão de obra neste setor, a Fiep promoveu, por meio de uma parceria do Senai com a
Faculdade Assis Gurgacz (FAG), de Cascavel, um curso de moleiro (profissional que trabalha nos moinhos de trigo). Outra iniciativa
foi o curso de panificação, com duração de 160 horas, que tem como objetivo formar padeiros e
confeiteiros. Na área de massas e biscoitos, foi criado de um curso técnico na área de alimentos.
Transporte
e armazenamento - No que se refere à logística, dois problemas vêm prejudicando a competitividade
do setor de alimentos vegetais. O primeiro diz respeito ao transporte via navegação de cabotagem (quando um
produto é carregado e descarregado no mesmo país). No caso do Brasil, os empresários paranaenses reclamam
da reserva de mercado do Governo Federal, que tem exclusividade neste tipo de operação. O alto custo deste modal
inviabiliza o envio da farinha do Paraná para os Estados do Nordeste, onde há grande demanda.
Ainda
na esfera logística, a questão do armazenamento é outro ponto a ser enfrentado pelo setor. Segundo Everson
Leão, economista da Fiep que acompanha esta cadeia produtiva, hoje os silos não realizam a separação
adequada dos vários tipos de farinha de trigo que são produzidos no Estado.
Guerra fiscal -
Outro entrave para a competitividade dos produtos da cadeia do trigo no Paraná é a guerra fiscal empreendida
entre os Estados brasileiros, onde os incentivos e subsídios fornecidos pelas unidades da federação são
concedidos de forma heterogênea. A proposta dos empresários e sindicatos é que o Imposto sobre a Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS) seja unificado nos Estados do Sul e Sudeste.
O ICMS incidente sobre a energia
elétrica é outra questão preocupante para os empresários. Este é um dos principais custos
inerentes à atividade de moagem e panificação, que foi apontado no fórum setorial de 2009. Para
o presidente da Fiep, Rocha Loures, este tipo de demanda pode ser encampada pela Federação junto ao Governo,
desde que haja uma mobilização maciça do setor. "Fica mais fácil defender uma bandeira conjunta",
afirma, "esse é um bom capítulo para a panificação", conclui.
Apenas lembrando que a dificuldade na segregação é do trigo e não das farinhas. Um abraço e parabéns pelo trabalho.