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Os pesquisadores do Cepea, da Esalq/USP afirmam que a produção de mandioca deve avançar neste ano, mas ainda pode ficar abaixo da demanda industrial. De acordo com a avaliação do Centro, a disputa pelo produto, que já foi acirrada em 2013, deve continuar em 2014, mantendo a raiz valorizada.
Segundo a pesquisa, os preços influenciaram no aumento de área plantada de mandioca. Apesar disso, a produtividade agrícola tem sido baixa e a produção deve ter elevação de cerca de 10%, a 22,8 milhões de toneladas em 2014, segundo dados do IBGE.
No Paraná, dados do Deral/Seab apontam que, entre 2013 e 2014, a produção de mandioca deve se elevar 6,8% em função de avanço de 10,8% na área plantada, uma vez que a produtividade agrícola deve ser 3,6% menor.
Outros problemas, principalmente na região Nordeste, devem continuar como a redução da área plantada que foi de quase 50% na Bahia, mais de 33% em Pernambuco. No Sudoeste também houve redução de 21,6% na área plantada em São Paulo.
No geral, os pesquisadores avaliam que, em boa parte de 2014, a oferta de mandioca deve ficar abaixo da quantidade demandada pelas indústrias de fécula e farinha. Se este cenário se concretizar, não há espaço para quedas expressivas nos valores, principalmente em parte do primeiro semestre. No segundo semestre, há maior possibilidade de os preços recuarem, o que ainda deve depender das condições climáticas no Nordeste.
Fécula
Segundo o Cepea, a demanda por amidos deve seguir elevada, mas fécula pode perder participação no mercado. No início do ano, os estoques devem ficar baixos, em função do baixo rendimento agrícola e industrial da raiz. Os pesquisadores afirmam que a retomada da produção deve ocorrer especialmente entre maio e agosto.
Em função desses baixos estoques, pode haver uma maior importação do produto neste início de ano, mas mesmo assim insuficientes para atender o mercado, que pode demandar mais inclusive em função de eventos que influenciam a demanda por alimentos, como a Copa do Mundo.
Se este cenário se confirmar, afirmam os analistas do Cepea, o consumo de amidos pode melhorar. Investimentos têm sido realizados na indústria de amido, em especial na de milho. Ao mesmo tempo, a sazonalidade de produção e preços maiores da fécula de mandioca influenciam a perda de participação neste mercado, ficando o produto mais restrito a determinados segmentos.
Farinha
De acordo com a análise de perspectivas divulgadas pelo Cepea, a estiagem que atingiu a região Nordeste no ano passado mudou de forma expressiva os fluxos de comercialização de farinha, fazendo com que parte dos compradores busque o abastecimento no Centro-Sul. Apesar de certa composição de estoque das empresas nordestinas nos últimos meses do ano, com o prolongamento da estiagem, as empresas podem voltar a buscar no sul do país o produto.
Para a segunda metade de 2014, há a expectativa de que a produção de mandioca aumente. Essa possibilidade pode limitar as altas nos preços da raiz e de produtos acabados no Nordeste e as margens das farinheiras podem recuar.