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O livro Farinha de Mandioca – O Sabor Brasileiro e as Receitas da Bahia – com selo da Editora Senac
São Paulo, reúne uma série de artigos que abordam as diversas facetas da mandioca. Da roça à
indústria, da farinha à goma, de Norte a Sul, de 1500 até os dias atuais. A mandioca é um ingrediente
nativo do Brasil e está presente de diferentes formas no cardápio da população.
Segundo
o organizador do livro, Raul Lody, a farinha de mandioca, nos seus variados tipos, é encontrada e consumida em todas
as regiões do Brasil. Para falar sobre esses múltiplos aspectos da mandioca, o antropólogo e estudioso
da gastronomia baiana reuniu artigos apresentados no VI Seminário do Museu da Gastronomia Baiana (2012)
sobre este tema que foi tratado por gastrônomos, historiadores, agrônomos, nutricionistas e autodidatas de culinária.
O livro aborda a presença da mandioca na alimentação desde a descoberta do Brasil até os dias de hoje. Segundo artigo do engenheiro agrônomo Joselito da Silva Motta, a mandioca foi destacada na carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, em 1500. Nela, há um registro sobre o consumo da mandioca pelos habitantes nativos da terra, os índios.
O artigo do pesquisador Asdrubal Vieira Senra discorre sobre os nomes que o tubérculo recebe como mandioca, macaxeira, aipim. Ele conta o porquê de cada um deles. Todos têm origens indígenas: mani’oca (arbusto esguio que nasceu na sepultura da menina Mani, que foi enterrada em sua oca), ai-pi (tirado do fundo) e maka-xera (farinha de pau). Astrudal traz ainda receitas tradicionais feitas com a mandioca em cada região do Brasil.
A importância da farinha de mandioca para quem viveu na roça foi o assunto do texto do comerciário baiano Antonio Andrade Santos e da nutricionista Lílian Lessa Andrade Lino. Sob a ótica da experiência de vida de Antonio, o artigo foi idealizado para o VI Seminário da Gastronomia Baiana. Ele aprendeu a plantar mandioca a partir dos cinco anos de idade. Em seu testemunho, conta que para os fazendeiros era vergonhoso não plantar a mandioca e ter de comprar a farinha. Para ele, essas passagens ilustram o quanto o alimento é importante na vida do morador da roça.
O último artigo é sobre a farinha de Copioba e reúne as abordagens da nutricionista Itaciara Larroza Nunes, da farmacêutica Carolina Oliveira de Souza, o engenheiro de alimentos Diego Roberto da Cunha Pascoal e a química industrial Janice Izabel Druzian. Originária do Vale da Copioba, Recôncavo da Bahia, a farinha desta região tem qualidade diferenciada, por isso este grupo de pesquisadores aponta para o caso do “Registro de Indicação Geográfica” da farinha de Copioba. A produção mundial de mandioca totalizou 232,9 milhões de toneladas, sendo 26,7 milhões delas produzidas no Brasil. A região Nordeste detém a maior produção nacional, com 37,5%, seguida pela Norte, com 27,6%, Sul, com 19,9%, Sudeste (8,9%) e Centro-Oeste (6,1%). O estado do Pará lidera o ranking com participação de 18,2%, seguido pela Bahia (16,6%), pelo Paraná (12,6%) e Maranhão (6,7%).