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A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), vinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, vai adotar nos próximos meses a prática do controle biológico como política pública para reduzir a incidência de resíduos químicos nos alimentos no Paraná. Para a cultura da mandioca, que tem dificuldade na aprovação de defensivos, a iniciativa pode ser benéfica.
O secretário Norberto Ortigara definiu com os dirigentes da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio) as estratégias para disseminar a prática do controle biológico no Estado, assim que for regulamentado pelo Ministério da Agricultura.
Segundo a Associação, os produtos de baixa toxicidade têm prioridade nos registros do governo federal e eles solicitaram o mesmo procedimento no Paraná. Para Ortigara, toda inovação tecnológica como forma de produzir é bem-vinda no Estado e o controle biológico pode ser uma alternativa à falta de registro de produtos químicos para produtos como mandioca, aveia, cevada, uva, e outros que enfrentam restrições de uso.
Segundo ele, no Paraná a fiscalização agropecuária promovida pela Adapar é rígida no cumprimento das normas, o que acaba criando conflitos com engenheiros agrônomos que não conseguem receitar produtos para determinadas culturas por falta de registro no Ministério da Agricultura. “Muitos agricultores utilizam produtos recomendados para outras culturas, sem o receituário adequado, o que contraria a lei”, explicou.
Os empresários acreditam que a regulamentação deve gerar a profissionalização do setor. “Há muitos oportunistas no mercado que acabam oferecendo produtos para o controle biológico, mas na verdade embutem química em suas fórmulas, que provocam resíduos da mesma forma que os demais produtos da indústria química”, afirmou o dirigente da ABCBio Danilo Pedrazzoli.
Para isso, foi criado um selo de certificação de qualidade que será lançado até 2014, para garantir a qualidade dos produtos das empresas que estão no mercado. Segundo os representantes da ABCBio, atualmente cerca de 100 empresas trabalham com macro e microbiologia e grandes empresas estão se preparando para entrar nesse mercado, por meio de aquisições e fusões.
Controle – O controle biológico é feito com produtos compostos à base de bactérias e fungos que reduzem a incidência de resíduos químicos nos alimentos e aliviam o impacto ambiental provocado pelos produtos químicos. São produtos menos agressivos ao meio ambiente e ao homem.
“Se for reduzido o uso de apenas uma aplicação de agrotóxicos em todo o processo de produção das principais lavouras, o ganho ambiental e de sanidade dos produtos será significativo”, disse o representante da Adapar Allan Gabriel Campos Pimentel.