Rua Severo de Almeida, 954
83880-000 - Rio Negro/PR
www.simovem.ind.br
simovem@simovem.ind.br
(47)
3645-3520
(47) 3641-6407
O juiz federal Sergio Moro participou do encerramento do 2º Fórum Transparência e Competitividade, promovido pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná e pelo Centro Internacional de Atores Locais para a América Latina (Cifal) Curitiba, em março. Durante a sua palestra, com o tema “Corrupção, empresas e controle”, Moro lamentou a falta de iniciativas políticas para combater a corrupção.
“Com todo esse quadro que vivemos, qual foi a iniciativa de combate à corrupção que vemos? Pelo contrário, vemos medidas para tolher, vejo medidas que pretendem reverter decisões do Tribunal Federal, vemos parlamentares envolvidos nesses escândalos. Esperamos que o Congresso corte em sua própria carne, mas não vemos isso acontecer”, criticou.
Questionado se a Operação Lava Jato correria risco de ser interrompida, Moro disse que há resistências e muitas pessoas não querem que ela termine. "Os processos não terminaram, mas ainda não sabemos se teremos um final feliz. O papel do juiz é agir dentro do que há de provas, não por motivações políticas”, comentou.
Em seu discurso, Moro destacou os valores recuperados durante a Operação Lava Jato, o que caracterizaria uma corrupção sistêmica em toda a Petrobras. Juntas, as empreiteiras que tiveram seus casos julgados desviaram R$ 430 milhões. “O que se constatou pelos casos julgados foi um quadro de corrupção sistêmica, espalhada e profunda na maior estatal do país”, avaliou.
Moro questionou se o pagamento de propinas não afetava diretamente a estratégia econômica da Petrobras. De acordo com ele, essa sistematização passava pelo ajuste prévio entre as empreiteiras que tinham contrato com a estatal. “As grandes empreiteiras ajustavam previamente entre si as contas da Petrobras, se reuniam e apresentavam as propostas. Isso acontece muito nos vários negócios do serviço público. Isso tem impacto para desenvolvimento econômico, um impacto no sentimento de autoestima. Queremos dizer com maior orgulho: somos brasileiros e um povo de gente honesta”, disse.
"Podemos fazer como muitos querem. Varrer os problemas para debaixo do tapete ou enfrentá-los com nossas instituições, apoio popular e uma nova cultura. Varrer para debaixo do tapete não é uma alternativa nem econômica e nem moralmente aceitável”, concluiu.