Avenida Sete de Setembro, 4698 - conj 1601/1602
CEP 80240-000 - Curitiba/PR
(41) 3342-5052 - simov@simov.com.br
O Simov marcou presença no Encontro Nacional da Indústria - Enai 2014, realizado em novembro e que reuniu 1,8 mil industriais de todo o país, além de representantes do governo, de sindicatos, associações e acadêmicos. Estiveram presentes no evento o vice-presidente executivo da entidade, Aurélio Sant’Anna - também coordenador do Conselho Setorial da Indústria Moveleira da Fiep -, e o 1º secretário Norbert Adolf Heinze - coordenador do Conselho Temático da Micro, Pequena e Média Indústria da Fiep.
Durante dois dias de evento, os participantes discutiram as melhores formas de impulsionar a economia brasileira através do desenvolvimento da indústria. Em sua 9a edição, o Enai deixou clara a expectativa por mudanças rápidas para a segurança do setor. “Precisamos de sinais firmes de que a política econômica se movimentará em sentido de maior estabilidade”, afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, durante discurso na abertura do evento.
O objetivo do setor industrial é recuperar sua força na economia brasileira. Atualmente, a participação da indústria no PIB é de 25%, dez pontos percentuais a menos que nos anos 1990. E, segundo um estudo divulgado pela CNI, dos 27 estados brasileiros, apenas nove tiveram aumento da participação no PIB industrial entre 2001 e 2011. “A existência de uma indústria forte, dinâmica e competitiva faz enorme diferença na rota para desenvolvimento do país. Não existe país rico sem indústria forte. O setor industrial é a principal fonte de progresso tecnológico”, lembrou Andrade.
Para Sant’Anna, a projeção do segmento para 2015 não é otimista. “Algumas indústrias estão em uma clara pré-recessão. O Enai também permite que os industriais ouçam o lado do governo. E nossa percepção é de que a carga tributária deve aumentar”, classificou.
Heinze também compartilha da mesma opinião. “Ano que vem será um ano muito difícil, com reflexos do que aconteceu em 2014. A recuperação deve acontecer somente em 2016. Pelo menos é o que esperamos”, salientou.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, também participou do encontro e destacou que, apesar de a indústria brasileira ter sido o setor mais afetado pela crise financeira, há uma previsão otimista já que o mercado de consumo brasileiro é bastante dinâmico. A confederação, no entanto, defende que o governo deve apresentar no início do próximo ano uma agenda de competitividade com metas claras definidas. Os investimentos em infraestrutura e as reformas trabalhista e tributária devem ser a prioridade para 2015.
Durante o Enai, foi elaborada a Carta da Indústria, que propõe ao governo prioridade a três pontos fundamentais: o sistema tributário deve eliminar a cumulatividade de impostos e desonerar as exportações e investimentos; as relações de trabalho devem ser modernizadas de acordo com as atuais condições de trabalho e com segurança jurídica; os investimentos em infraestrutura devem se elevar em relação ao PIB, com maior participação do capital privado.
Outros temas
Durante o 9o Enai, outros temas também foram amplamente discutidos, tais como a agenda tributária, a modernização das leis trabalhistas, a segurança jurídica e a educação. Um dos desafios é melhorar tanto o ensino básico como a formação de profissionais de nível superior em áreas técnicas, principalmente, diminuindo a distância entre a teoria e a prática nas universidades.
Sant’Anna destacou que um dos pontos mais importantes do evento é a oportunidade de interação com industriais de todo o país e de diferentes setores durante visitas a estandes, jantares e outros tipos de encontros paralelos ao Enai. Ele revelou que um dos saldos do evento em Brasília foi a articulação de um projeto de internacionalização para o setor moveleiro juntamente com o Centro Internacional de Negócios (CIN) nacional, em parceria com o CIN Paraná.
Para Heinze, o Enai 2014 foi bastante produtivo. Ele também ressaltou a importância da troca de informações entre os participantes, incluindo industriais e representantes de outras federações e da CNI. “Sobre pequenas empresas, houve um momento em que foi comentado, ainda que de maneira superficial, a possibilidade da rampa de saída do Simples saltar de R$ 3,6 milhões para R$ 7 milhões”, afirmou.
Com informações da Agência Fiep