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Produtos cada vez mais exclusivos, estratégias para encantar os clientes e busca constante por diferenciais. Estas são algumas linhas que permearão o mercado de móveis nos próximos anos, de acordo com Marcelo Prado, sócio-diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI). "Tornar-se único é mais importante do que se tornar barato", destacou o especialista em sua palestra durante o 5º Congresso Moveleiro, realizado em setembro, em Curitiba.
Prado lembrou que o cenário econômico brasileiro nos últimos 20 anos favoreceu o crescimento da indústria moveleira no país. No entanto, é necessário pensar sobre o futuro, apesar desta não ser uma tarefa fácil.
De acordo com ele, a produção mundial está crescendo a uma taxa média de 7% ao ano, desde 2004. O especialista ressaltou que a indústria moveleira no Brasil tem um crescimento médio de 5,4% ao ano. Para isto, houve investimento de R$ 5,1 bilhões em máquinas, instalações e treinamentos nos últimos cinco anos.
"A pedra no caminho está na queda na produção neste ano, de -8,5% em relação a 2013, por causa do 'legado' da Copa do Mundo. O desempenho pode melhorar, mas não vai recuperar totalmente. Houve uma barreira na retomada. O primeiro semestre de 2013 registrou recorde de produção porque o varejo fez muitos pedidos para a indústria porque faltou mercadoria em 2012", relembrou. "Mas o varejo não teve o desempenho esperado no ano passado e ficou com estoque alto, afetando a taxa de reposição e os pedidos para a indústria em 2014", contou.
Para o especialista, a tendência é existir a reposição destes estoques e uma retomada do crescimento no setor. No entanto, o mercado também precisa enfrentar o desaquecimento da economia brasileira. Prado enfatiza que o próximo presidente da República precisará fazer reformas para a volta da aceleração da economia, "senão, estaremos condenados a crescer pouco".
Isto afeta diretamente a indústria moveleira porque, em 2013, a maior parte das vendas de móveis no varejo (57%) veio dos clientes da classe média. "A grande pedra no caminho é o baixo crescimento que pode acabar com a mobilidade social", avaliou.
Prado mostrou que as principais tendências para o setor são o aumento na concorrência, a busca cada vez maior por diferenciais e propostas constantes de novos produtos e serviços. Entre as estratégias para as indústrias, destacam-se modelos de multicanais de distribuição e fontes variadas de suprimentos, entre outros. "O caminho para os pequenos será a especialização", salientou.