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Neste mês, o Simov está passando pela transição no comando da entidade, com a chegada de um novo presidente. Luiz Fernando Tedeschi, que está deixando a presidência do Simov, e Mauro Pereira Schwartsburd, que assume a função, comentam sobre a gestão da entidade de representação empresarial e os desafios para o próximo mandato.
Boletim da Indústria - Qual foi o saldo de sua gestão e quais os desafios que você enfrentou a frente do Simov?
Luiz Fernando Tedeschi - Foi um desafio muito grande. Quando assumimos o sindicato, pegamos uma fase em que as micro e pequenas empresas ficaram desobrigadas de fazer a arrecadação. Enfrentamos o primeiro ano com uma queda na arrecadação. Precisamos ter criatividade para superar todo este trabalho. O sindicato, para que consiga desenvolver ações em prol do setor e das empresas - principalmente as associadas -, precisa de recursos para isto. Uma das grandes dificuldades que o sindicato tinha, como a maior parte dos sindicatos tem, é o associativismo.
Nas gestões anteriores, a gente observava que o executivo da entidade tem muita dificuldade de ir atrás das empresas em função das atribuições que possui. O que marcou mesmo a nossa gestão foi a implantação do departamento comercial. O sindicato, nas últimas gestões, já tinha mudado um pouco o perfil, mas quando implantamos o departamento comercial, isto foi um boom para o sindicato. Deu muita visibilidade para a entidade. Tivemos praticamente 100% de aumento no número de associados, fora a adesão dos empresários.
Um dos itens que colocamos como propósito para o departamento comercial foi fazer uma aproximação do Simov junto às entidades correlacionadas, sendo a principal a Fiep. Além do Sesi, Senai e CIN, envolve também Tecpar e Sebrae. Começamos um processo investigativo para encontrar tudo o que pode ser oferecido aos associados. Foi muito interessante, pois descobrimos inclusive produtos subsidiados, a custo zero. Pudemos proporcionar às empresas associadas, que se beneficiaram com um serviço de excelente qualidade.
O saldo foi que tivemos aumentos significativos de arrecadação ano após ano. Conseguimos superar as dificuldades iniciais e ainda proporcionando um serviço que o sindicato deve realmente prestar aos associados.
Boletim da Indústria - O senhor continua na próxima diretoria do Simov. Quais são os desafios que a nova gestão vai enfrentar?
Tedeschi - Implantamos uma semente e um caminho que não têm mais volta. Temos grandes desafios. Um papel importante na nossa gestão foi a implantação do polo moveleiro, na Região Metropolitana de Curitiba, no qual temos cerca de 1,5 mil empresas. Temos agora o desafio de fortalecer esse polo. Temos boas empresas, mas precisamos trabalhar de uma forma que elas se estruturem e sejam cada vez mais competitivas. Hoje, observamos que chegam muitos produtos de fora para competir com a gente na nossa região. E sabemos que temos o poder de fazer o contrário. Além de vender aqui, vender também em outras regiões. O grande desafio deste polo moveleiro é a diversidade destas empresas.
Também devemos fortalecer ainda mais o associativismo, que é muito importante para o sindicato. Sem as empresas, o sindicato não é nada. Devemos criar novos produtos, entre serviços e cursos, para proporcionar aos nossos associados.
Boletim da Indústria - O que motivou o senhor em assumir essa função tão representativa?
Mauro Pereira Schwartsburd - Os próprios diretores e colegas incentivaram e resolvi aceitar o desafio. Inclusive, acho espetacular a dedicação que o Luiz Fernando teve de doar o tempo dele para o Simov, ainda mais por ser industrial também. Foi uma gestão espetacular. Agora, temos o desafio de continuar com este trabalho, inclusive com a ajuda dele e de outros diretores que vão entrar. É um trabalho muito grande. Mas pego um sindicato bastante estruturado e isto é uma vantagem muito grande que terei nesta gestão.
Além da continuidade do trabalho, quero tentar uma aproximação com o sindicato dos trabalhadores da indústria moveleira para mostrar tudo o que o nosso sindicato e o setor fazem. Também queremos mostrar para a sociedade a importância da indústria e que ela será a responsável por mover a economia. Todo mundo quer comprar barato e com qualidade, mas, no momento do trabalho, falta consciência sobre o desperdício de materiais, entre outros.
Boletim da Indústria - Qual a avaliação que o senhor faz do setor e qual será o caminho para a indústria moveleira? Temos muitos assuntos em andamento que podem afetar o segmento, como o caso da NR-12.
Schwartsburd - Sobre a NR-12, é mais um peso que cai diretamente na indústria sem ter qualquer ajuda, como redução de impostos, por exemplo, para que você consiga se modernizar a ponto de atender todas as exigências e ainda manter as portas abertas. Se quiser fazer tudo, a dívida será muito grande e vai se tornar inviável, com mais um “custo Brasil” na conta.
Outra questão importante é um programa de simplificação tributária para pagar o mínimo possível de impostos, o que é justo. Isto é muito importante para o setor. Analisando isto, tentamos baixar o “custo Brasil”, que é o que segura as empresas.
Infelizmente, vemos muitas indústrias do nosso setor fechando diante da concorrência externa e da concorrência da informalidade. É importante formalizar as empresas que não estão regularizadas. O industrial, além de sofrer com a concorrência desleal, ainda perde a mão de obra, quando o funcionário sai para montar um negócio informal. Uma saída é estimular a formalização, o que impacta diretamente no setor, tornando-o mais forte.