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O Serrarias Irati marcou presença no 2º Fórum Transparência e Competitividade, promovido em março pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná e pelo Centro Internacional de Atores Locais para a América Latina (Cifal) Curitiba, em março. O evento levou palestrantes, como o juiz federal Sergio Moro, para comentar sobre o combate à corrupção no país e o impacto disto nos negócios.
O presidente do Serrarias Irati, Estanislau Fillus, participou do evento e elogiou a iniciativa da Fiep. "Foi um dos melhores eventos já realizado, haja vista que o juiz Sergio Moro tem uma representatividade muito grande pelo que tem feito, pelo alerta que fez em relação às indústrias e por tudo que tem provocado em nosso país com a Operação Lava Jato", comentou.
Durante a sua palestra, com o tema “Corrupção, empresas e controle”, Moro lamentou a falta de iniciativas políticas para combater a corrupção. “Com todo esse quadro que vivemos, qual foi a iniciativa de combate à corrupção que vemos? Pelo contrário, vemos medidas para tolher, vejo medidas que pretendem reverter decisões do Tribunal Federal, vemos parlamentares envolvidos nesses escândalos. Esperamos que o Congresso corte em sua própria carne, mas não vemos isso acontecer”, criticou.
Questionado se a Operação Lava Jato correria risco de ser interrompida, Moro disse que há resistências e muitas pessoas não querem que ela termine. "Os processos não terminaram, mas ainda não sabemos se teremos um final feliz. O papel do juiz é agir dentro do que há de provas, não por motivações políticas”, comentou.
Em seu discurso, Moro destacou os valores recuperados durante a Operação Lava Jato, o que caracterizaria uma corrupção sistêmica em toda a Petrobras. Juntas, as empreiteiras que tiveram seus casos julgados desviaram R$ 430 milhões. “O que se constatou pelos casos julgados foi um quadro de corrupção sistêmica, espalhada e profunda na maior estatal do país”, avaliou.
Moro questionou se o pagamento de propinas não afetava diretamente a estratégia econômica da Petrobras. De acordo com ele, essa sistematização passava pelo ajuste prévio entre as empreiteiras que tinham contrato com a estatal. “As grandes empreiteiras ajustavam previamente entre si as contas da Petrobras, se reuniam e apresentavam as propostas. Isso acontece muito nos vários negócios do serviço público. Isso tem impacto para desenvolvimento econômico, um impacto no sentimento de autoestima. Queremos dizer com maior orgulho: somos brasileiros e um povo de gente honesta”, disse.
"Podemos fazer como muitos querem. Varrer os problemas para debaixo do tapete ou enfrentá-los com nossas instituições, apoio popular e uma nova cultura. Varrer para debaixo do tapete não é uma alternativa nem econômica e nem moralmente aceitável”, concluiu.