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A aposta no avanço da classe C e na versatilidade dos móveis para apartamentos pequenos pode representar o crescimento do setor moveleiro nos próximos anos. A afirmação é da analista de mercado da Euromonitor, Suzana Fontenelle, que proferiu palestra com o tema Perspectivas Globais para o Setor Moveleiro, durante o 4° Congresso Moveleiro, realizado no fim de setembro em Curitiba.
Ela mostrou como está configurado atualmente o mercado de venda de móveis e como as empresas do setor podem se beneficiar com o movimento da economia e com o comportamento dos consumidores para aumentar o rendimento do negócio. De acordo com Suzana, as vendas globais de móveis atingiram US$ 351 bilhões em 2012. Apesar do volume, houve uma retração de 0,5% nas vendas, principalmente em função da crise na zona do Euro. A estimativa para 2013 é um crescimento de 0,5%, o que deixa praticamente o mercado estável.
Os maiores mercados são Estados Unidos (com 24% do mercado total), Alemanha (10%), Japão (6%) e Reino Unido (5%), representando 45% das vendas de móveis no mundo. O maior consumo de móveis per capita chega a US$ 413 por ano, na Alemanha. Já os mercados que mais cresceram no período entre 2007 e 2012 são países emergentes: China (18% de expansão), Indonésia (10%), Tailândia (9%) e Índia (8%). Entretanto, o gasto per capita alcança US$ 36 na Indonésia e apenas US$ 6 na Índia.
Entre os países do bloco Brics, após a China, o Brasil apresenta o maior crescimento no mesmo período, com 11% nós últimos cinco anos e gasto per capita de US$ 73. O valor é o maior entre os países do Brics. O Brasil é o sétimo país com maior volume de vendas de móveis no varejo no mercado global. No ano passado, o País movimentou US$ 14 bilhões na venda de móveis, volume que representa 4% do mercado mundial.
"A oportunidade de crescimento está com a ascendência da classe média", ressalta Suzana. A analista destaca como fatores que vão impulsionar esta expansão as mudanças demográficas (envelhecimento da população e a crescente participação da mulher no mercado de trabalho e na renda da família), o crédito imobiliário e o aumento com os gastos na manutenção da casa. "Em 2012, 60% dos gastos com a compra de móveis vieram da classe C", afirma Suzana. Outro fator de influência é o programa Minha Casa Melhor, do governo federal, destinado aos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida.
Suzana apresentou que as principais tendências que influenciarão diretamente o futuro do mercado moveleiro abrangem o tamanho dos imóveis, cada vez menores e que necessitam de móveis modulares ou multiuso; e o maior número de domicílios, especialmente ocupados por pessoas sozinhas ou casais sem filhos. Também há uma crescente demanda por design acessível. "Cada vez mais haverá a presença de móveis produzidos industrialmente em massa, que vão sobressair sobre o marceneiro, que ficará cada vez mais caro e especializado", avalia Suzana.