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Alimento - 26/06/2013

Embalagem tem influência sobre o consumo de alimentos

Pacotes que facilitem ao consumidor comer enquanto faz outras atividades aumenta as vendas

Diversas empresas do setor de alimentos e bebidas adotaram o conceito de que parte do comportamento relacionado ao consumo de seus produtos não está ligado exclusivamente à qualidade ou ao preço. O comportamento que muitas pessoas têm de “beliscar” enquanto executam outras funções, batizada pelos norte-americanos de alimentação “hand-to-mouth“ (da mão para a boca), possibilita às indústrias que trabalham com alimento inovar na praticidade das embalagens e, por consequência, aumentar as vendas.

A ideia é bastante simples: tornar a embalagem acessível às pessoas, tendo em mente que elas irão consumir o alimento enquanto realizam outras atividades, como assistir televisão, falar ao telefone, digitar no computador ou dirigir. Mas, atingir esse objetivo não é tão simples. Exige investimento em pesquisa e desenvolvimento. Entre as opções já utilizadas pela indústria e que podem ser copiadas estão a diminuição das porções e os sistemas fecha-fácil.

A empresa de chocolates Hershey concluiu que embrulhar bombons estava impedindo as pessoas de comê-los em certas situações e locais, como dentro do carro, por exemplo. A solução foi lançar os Reese’s Minis, que nada mais é do que uma versão pequena do clássico chocolate de amendoim, mas que vem desembalada dentro de um saquinho relacrável. Ele torna mais fácil para as pessoas consumi-lo enquanto se deslocam de um lugar para outro.

Como a nova embalagem funcionou, a empresa ampliou, recentemente, nos EUA, as versões menores de chocolates que faziam parte da plataforma de vendas embaladas em sacos relacráveis. As vendas de bombons desembrulhados nos EUA subiram cerca de 14% em 2012 comparado com o ano anterior, o que é bem mais que o crescimento do segmento de bombons embrulhados, segundo dados compilados pela Hershey.

Comportamento - A embalagem tem tanta influência, que mesmo um detalhe sutil parece levar as pessoas a parar de comer. Num estudo realizado em 2012, pesquisadores deram a estudantes batatas fritas acondicionadas em tubos para que comessem enquanto assistiam TV. Alguns estudantes receberam tubos com batatas vermelhas inseridas entre as amarelas a intervalos variados, enquanto outros só comeram batatas amarelas. Os estudantes que ganharam tubos com batatas vermelhas comeram menos da metade do que aqueles cujos tubos só tinham batatas amarelas. Mais tarde, quando questionados, eles também souberam dizer melhor o quanto tinham comido. Uma “barreira artificial” ajuda as pessoas a decidir quando parar de comer, diz Andrew Geier, o pesquisador do estudo publicado na revista “Health Psychology”. “A necessidade de comer até o fim parece se extinguir quando a embalagem é grande a ponto de não deixar claro qual o tamanho de uma porção”, diz Geier.

Brian Wansink, diretor do Laboratório de Marcas e Alimentos da Universidade Cornell, estuda como tamanhos e embalagens afetam o consumo. Num dos seus experimentos, pessoas num cinema comeram 34% mais pipocas velhas colocadas em baldes grandes do que a mesma pipoca colocada em baldes médios, mesmo que a descrevessem como “murcha” e “horrível”. O estudo mostrou também, que as pessoas que receberam pipoca feita na hora comeram ainda mais nos baldes grandes.

Para quem não quer comer – As pessoas preocupadas com a quantidade de comida que ingerem têm a sensação de que as porções pequenas de comida contêm “zero caloria”. Com isso, elas tendem a comer mais do que a porção de tamanho regular da mesma comida, diz Pierre Chandon, professor de marketing que estuda hábitos alimentares na Insead, uma escola internacional de administração sediada na França. “Vinte e cinco calorias não são uma porção, então nós beliscamos sem pensar que estamos comendo”, diz ele.

Os executivos da Hershey dizem que os produtos “mão para a boca” estão aumentando as vendas da empresa porque as pessoas comem seus chocolates com mais frequência e não necessariamente uma quantidade maior de cada vez. Consumidores gostam das embalagens relacráveis porque elas os ajudam a evitar que os papeizinhos das embalagens individuais fiquem espalhados pelo chão dos seus carros ou dentro das suas bolsas. Além disso, os consumidores geralmente pensam que o produto leva mais tempo para estragar se estiver numa embalagem relacrável.

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