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Publicado em 02/03/2018
Fonte: Época
A automação, a inteligência artificial e outras tecnologias estão eliminando postos de trabalho em ritmo alucinante e amedrontador. Em poucos anos, muitas das atividades hoje exercidas por humanos serão realizadas por máquinas. Traduzindo: de forma melhor, mais rápida e, principalmente, mais barata. Alguns economistas dizem que, apesar da extinção de muitas profissões, outras surgirão. A questão é que dificilmente o número de novos postos de trabalho será suficiente para compensar os que se perderão. E as qualificações exigidas a partir de então serão outras, completamente novas, o que elimina as chances da imensa maioria das pessoas de conseguir uma recolocação. Serão os descartados do admirável mundo novo.
Apesar de tudo, o desemprego estrutural, no longo prazo, poderá ter efeitos positivos – ao menos para quem considera positivo ter mais tempo para fazer qualquer outra coisa que não seja trabalhar. Tudo vai depender de como a sociedade lidará com o problema, diz o escritor italiano Federico Pistono, que está lançando no Brasil o livro Os Robôs Vão Roubar Seu Trabalho, mas Tudo Bem. Não custa lembrar que algumas previsões feitas no passado se confirmaram simplesmente de forma degenerada: sim, a tecnologia nos deu mais tempo livre, só que o usamos para... trabalhar mais. Apesar do título poliana de seu livro, Pistono não tem ilusões: “Sem empregos, ou adotamos um novo contrato social, ou o sistema todo vai entrar em colapso”.
Formado em ciência da computação pela Universidade de Verona e pós-graduado na Singularity University, no Nasa Ames Research Center, Pistono se dedica a estudar os impactos das novas tecnologias sobre o trabalho e a sociedade. Seus livros já venderam dezenas de milhares de exemplares em diversos países. De um hotel de São Francisco, na Califórnia, onde passa temporadas fazendo contatos e pesquisas, Pistono conversou com a NEGÓCIOS. Ele tem só 31 anos, rosto de adolescente e uma visão de futuro que, na verdade, não é nem um pouco sombria. Pistono vê o futuro como a chance de a humanidade tornar os termos “colaborativo” e “colaboração” realmente efetivos. “Se o sistema está colapsando ao seu redor, a única coisa que você pode fazer é tentar reduzir sua dependência do sistema”, diz Pistono. “Em vez de precisar de US$ 2 mil por mês para sobreviver, talvez você só precise de US$ 1 mil se plantar parte da própria comida, trocar alguns produtos com os vizinhos, investir em alguns painéis solares para gerar a própria energia.”
Confira a entrevista completa, clicando aqui.
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