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Produção deve passar de 3 milhões de veículos em 2018

Publicado em 11/01/2018

Anfavea projeta aumento de 13,2% nos volumes, mas alerta sobre ociosidade

Depois de três anos de contração, a produção de veículos parece ter iniciado novo ciclo de crescimento. Ao menos esta é a expectativa da Anfavea, a associação que representa as montadoras, que projeta evolução de 13,2% para o ritmo das fábricas automotivas em 2018, para 3,05 milhões de unidades, com 2,93 milhões de veículos leves e 120,3 mil pesados. A alta será puxada pela expansão do mercado interno e continuidade do aumento das exportações de veículos.

- Veja os dados da Anfavea do fechamento de 2017 e projeções para 2018 aqui

- Veja aqui outros dados da indústria

Se concretizada, a evolução será uma continuidade positiva ao crescimento registrado em 2017, que terminou com 2,69 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus fabricados no Brasil, com evolução de 25,2% na comparação com o resultado de 2016. O aumento foi de 25% no segmento de veículos leves, para 2,59 milhões de unidades. Entre os caminhões, a produção acelerou 37%, para 82,8 mil veículos e, no caso dos ônibus, o crescimento chegou a 10,5%, para 20,6 mil chassis. Além da expansão do mercado interno, as exportações puxaram a alta do ritmo das fábricas.

“É um número a se comemorar, mas não podemos perder de vista o fato de que a ociosidade segue alta na nossa indústria”, lembra Antonio Megale, presidente da Anfavea. A entidade calcula que 47% da capacidade produtiva do setor, que gira em torno de 4,5 milhões a 5 milhões de veículos/ano, segue inutilizada. O patamar é ainda mais severo no caso das fábricas de caminhões, que encerraram 2017 com 75% de ociosidade.

“A produção enfim voltou a crescer, mas com volume ainda 1 milhão de veículos abaixo do registrado em 2013, que foi o nosso recorde”, observa. Segundo Megale, em 2018 será possível amenizar ainda mais esta distância com aumento de vendas domésticas e exportações, mas o executivo acredita que a indústria só vai voltar ao seu melhor patamar histórico após 2022.

Melhora no nível de emprego e queda dos estoques

Isolados os dados de dezembro, a produção de veículos somou 213,7 mil unidades, caiu 14,2% na comparação com novembro e avançou 6,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. “A redução na comparação mensal é natural para esta época do ano em que muitas empresas dão férias coletivas aos funcionários”, diz.

Mesmo com a diminuição dos volumes fabricados em dezembro, o nível dos estoques encolheu. O ano terminou com 219,1 mil veículos armazenados nos pátios das fábricas e nas concessionárias, número que corresponde a 31 dias de vendas no ritmo de dezembro. “Patamar próximo ao ideal”, defende Megale.

Com a melhora do cenário para a indústria, subiu também o nível de emprego, que seguia contraído nos últimos anos. Mais de mil vagas foram abertas só em dezembro e o ano terminou com 126,6 mil funcionários nas montadoras, patamar 4,6% superior ao registrado no fim de 2016. As empresas também retomaram suas atividades e trouxeram de volta funcionários que estavam afastados em regime de layoff ou ainda com carga reduzida pelo PSE, Programa de Sustentação ao Emprego. A Anfavea calcula que atualmente menos de 2 mil pessoas estejam com a rotina de trabalho afetada por estas medidas.

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