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Weg e IBM produzem painel solar monitorado pela internet das coisas

Publicado em 01/11/2017

Produzido para o mercado latino-americano, o novo painel solar da Weg traz como diferencial um aplicativo móvel

Fonte: Ipesi

Uma das empresas pioneiras no Brasil no fornecimento de soluções em energia fotovoltaica, a Weg, que se enfileira entre as maiores multinacionais brasileiras do setor industrial, juntou-se à IBM, referência mundial na área de computação, de modo a unir a Internet das Coisas (IoT) à energia solar.

Produzido para o mercado latino-americano, o novo painel solar da Weg traz como diferencial um aplicativo móvel, desenvolvido na plataforma Cloud da IBM, que pode ser acessado via computador ou dispositivo móvel. O emprego dessa ferramenta permite o monitoramento do sistema de forma simples e de qualquer lugar.

Trata-se, realmente, de uma espécie de dispositivo de controle. O aplicativo coleta informações como consumo, temperatura e produção de energia, auxiliando o usuário a melhor adequar o painel solar às suas necessidades.

De acordo com a empresa, a tecnologia IoT da IBM provê todo o suporte para o funcionamento do aplicativo, que também está alocado na nuvem da IBM, garantindo maior escala e segurança para os dados, que podem ser captados e analisados com rapidez. O painel é voltado para uso residencial e para pequenas e médias empresas.

Segundo Manfred Peter Johann, diretor-superintendente da Weg Automação, o lançamento faz parte da estratégia que a Weg vem adotando nos últimos anos, de desenvolver novas tecnologias e novos produtos para o mercado de energia solar

"Para a Weg, um dos pontos mais importantes é o investimento em inovação. Este novo produto é um bom exemplo disso", afirmou. "Além do mais, trata-se de uma solução que torna a energia solar mais atrativa para o usuário, já que permite a total interação com o sistema via app"

A Weg hoje dispõe para o mercado de energia solar uma ampla gama de produtos e soluções, de forma a atender os mais variados tipos de demanda nesta modalidade de energia sustentável, nas áreas residencial, comercial e industrial.

Além dos painéis propriamente ditos, o portfólio da empresa inclui módulos, inversores, transformadores, cubículos e subestações, além de toda a engenharia de integração e, agora, softwares de aplicativos.

Técnicos da companhia realizam o trabalho de integração inclusive para a instalação de sistemas residenciais e comerciais de pequeno porte, nos quais podem ser utilizados kits desenvolvidos para estes segmentos.

Crescimento - O interesse da Weg pelo mercado de energia solar é facilmente explicável. O Brasil possui um índice de insolação considerado alto, superior a 30 mil horas por ano, o que o torna excelente para a adoção de sistemas de captação de energia solar. E o país está aproveitando essa janela de oportunidade.

Estima-se que o setor solar fotovoltaico brasileiro deva movimentar mais de R$ 4,5 bilhões este ano, quando deve alcançar a marca histórica de 1 mil MW de projetos operacionais dentro da matriz elétrica nacional. O aumento da capacidade instalada representa uma alta de mais de 11 vezes em relação aos cerca de 90 MW observados em janeiro deste ano. As projeções são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que espera ainda a criação de 20 mil novos empregos por conta da evolução do setor.

A concentração de tantos novos projetos em 2017 deve-se ao fato deles terem sido o resultado das contratações dos leilões de 2014 e 2015. A continuidade do desenvolvimento do setor também depende, assim, de leilões de mais parques. A expectativa é que o leilão de energia nova prevista para o próximo mês de dezembro já viabilize mais empreendimentos.

De qualquer forma, o crescimento deste ano já colocou o Brasil entre os principais mercados solares fotovoltaicos do planeta e no grupo das 30 nações que mais investem nessa fonte de energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica Nacional (Aneel) estima que, a prosseguir neste ritmo de investimento, o país contará com cerca de 880 mil sistemas de energia solar em operação até 2024.

O quadro também é promissor em termos de energia instalada. De acordo com projeções feitas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os projetos de energia solar no Brasil podem chegar a 25 GW em potência instalada até 2030, representando um investimento de R$ 125 bilhões. A expectativa é que desses 25 GW de energia solar 8,2 GW venham de geração distribuída em casas, edifícios comerciais e públicos, condomínios e na área rural.

Este cenário deixará o Brasil continuar sendo uma das maiores potências mundiais no que diz respeito à participação de fontes renováveis no seu sistema de geração de energia. Atualmente, as fontes limpas - como energia hidrelétrica, solar e eólica - correspondem a 85% do que é produzido no país. A expectativa é aumentar esse percentual para até 87% em 2026.

Desafios - Um dos principais desafios do setor é de fazer com que pessoas físicas, e não apenas empresas, tenham acesso ampliado à energia solar. Outra prioridade é a consolidação do mercado constituído pelos pequenos empreendimentos.

Neste último caso, uma das formas de expansão é o incentivo a partir de bancos, como o Banco do Nordeste, que conta com um programa, o NE Sol, de financiamento a sistemas de micro e minigeração distribuídas de energia por fontes renováveis a partir de investimentos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).

O programa oferece uma linha de crédito especialmente desenhada para o consumo próprio dos empreendimentos. O público-alvo inclui indústrias, agroindústrias, prestadores de serviços, produtores rurais e empresas rurais, cooperativas e associações legalmente constituídas. Atualmente, há 154 operações contratadas, com investimentos de R$ 24,2 milhões.

Mas do FNE Sol ficam de fora, justamente, as pessoas físicas. A inclusão desse público esbarra em dificuldades relacionadas com a garantia dos equipamentos e a possibilidade de inadimplência. E, também, muitas outras modalidades de financiamento não poderem ser usadas por pessoas físicas, embora para vários especialistas um banco público, como o Banco do Brasil, poderia entrar no jogo com foco no marketing, podendo haver avanços em razão de sua capilaridade no país.

Para o vice-presidente da Absolar, Hewerton Martins, outro obstáculo está ligado à falta de informação da massa da população sobre a modalidade. "Há muita desinformação sobre a energia solar ainda. Muita gente nem sabe que se pode gerar energia na própria casa, e que não há bateria nesse sistema", comentou.

De qualquer forma, a disseminação de ambiciosos projetos imobiliários com o uso de energia fotovoltaica está, mesmo que imperceptivelmente, tornando essa forma de geração mais próxima das pessoas. A MRV Engenharia, por exemplo, está investindo R$ 800 milhões no maior projeto de energia solar tocado até agora por uma empresa privada brasileira.

Até o fim do primeiro semestre, a construtora lançou mais de 8 mil unidades com essa tecnologia. A previsão para os próximos cincos anos é entregar mais 220 mil unidades com sistemas de energia solar - 100% de seus lançamentos. A iniciativa reduzirá a emissão de 26 mil t de CO2 na atmosfera e beneficiará também diretamente os clientes, com uma economia que pode chegar a 80% na conta de luz (Alberto Mawakdiye).

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