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Abimaq divulga os números de setembro de 2017 e o acumulado do ano ainda preocupa

Publicado em 27/10/2017

O mês de setembro fechou com uma ligeira melhora em alguns números do setor de maquinas e equipamentos

Fonte: Abimaq

Os investimentos produtivos medidos pelo consumo aparente de máquinas e equipamentos registraram crescimento no mês de setembro/17 (+1,0%) na comparação com o mês imediatamente anterior, em função do aumento das importações (+7%).

Apesar deste resultado, na comparação interanual, houve nova queda (-6,3%), a 15ª consecutiva neste tipo de comparação. No ano (jan-set) o consumo de máquinas e equipamentos reduziu a queda acumulada para 21,8%, até agosto a queda estava acumulada em 23,4%. A queda acumulada vem se reduzindo gradativamente desde o mês de junho/17, mas o último resultado observado, indica mais um ano de queda nos investimentos produtivos do país, o quarto (4º) consecutivo.

Receita líquida total - R$ Bilhões constantes*

As vendas realizadas pela Indústria de Bens de Capital, mecânicos caíram 4,3% em setembro/17 em relação ao mês de agosto/17. Esta queda foi em função da redução das vendas tanto no mercado interno (-4,9%) como no externo (-2,7%). Na comparação interanual, a receita líquida também registrou aqueda (-5,7%). Com isto, houve uma piora nos resultados acumulados no ano. Até agosto o setor acumulava queda de 4,3% nas suas vendas, em setembro passou a acumular 4,5% de queda.

Curva de comportamento - Receita Líquida – Média 2010-13 vs 2016 e 2017

Em setembro de 2017 o setor manteve o comportamento sazonal, mas registrou queda superior à observada no período pré-crise. A receita registrada no mês foi de R$ 5,8 bilhões, a pior da série para o mês setembro dos últimos 17 anos e 44% inferior à média observada no período 2010-2013. Este resultado reforça as estimativas de nova queda nas receitas do setor.

Taxa de câmbio real - Variação % acumulada – base: 2005=100

O último ganho cambial que a indústria, de forma geral, obteve, foi proporcionado pelo efeito Trump no final de 2015, que foi completamente devolvido pela apreciação do fim do ano passado e início deste. A cotação atual, apesar da persistência das incertezas políticas e fiscais, tem oscilado ao redor de R$/US$3,20 cada vez mais longe de um câmbio competitivo, estimado em R$/US$ 3,90

Exportação - US$ Bilhões FOB

Em setembro/17 houve redução das exportações de máquinas e equipamentos em relação ao mês de agosto (-2,7%), mas incremento de 32,8% em relação ao mesmo mês de 2017. No ano (jan-set/17), o setor passou registrar crescimento de 9,4%, em relação mesmo período anterior.

Uma das razões pela qual se explica o crescimento das exportações em 2017, além da baixa demanda no mercado doméstico, é a melhora das atividades no mercado internacional. Muitas empresas tem mantido suas atividades produtivas com boa parte das suas receitas relacionadas às exportações, ainda que com rentabilidade reduzida e eventualmente com prejuízo em função da apreciação cambial.

Exportação por setores - Setores com sua participação no total

Setorialmente, o crescimento mensal das exportações ocorreu em 3 dos sete setores, componentes para a Indústria de Bens de Capital, Infra-estrutura e Indústria de Base e Máquinas para Petróleo e Energia Renovável. No ano, as exportações foram puxadas pelos setores fabricantes de Máquinas para Agricultura, Máquinas para Petróleo e Energia Renovável, Máquinas para Logística e Construção Civil e Máquinas para a Indústria de Transformação.

Exportação por destinos - US$ Milhões

Os principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos são, pela ordem, América Latina, Estados Unidos e Europa. No ano (jan-set/17), o aumento das exportações para a América Latina, foi puxado pela Argentina que aumentou em 42,6% suas compras de máquinas no Brasil.

Importação - US$ Bilhões FOB

As importações de Bens de Capital Mecânicos registraram crescimento em setembro/17, tanto em relação ao mês imediatamente anterior (7,0%) como em relação ao mesmo mês de 2016 (+16,8%). Na comparação interanual o crescimento das importações interrompeu uma séria de 14 meses consecutivos de queda.

O crescimento observado na ponta e a melhora relativa a partir de maio reduziram a queda no ano (jan-set/17) para 21,9% Mesmo esses crescimentos tendo ocorrido de forma pontual em determinados setores as importações começam a apresentar sinais de retoma dos investimentos via importação.

Importação por setores - Setores com sua participação no total

O crescimento das importações no mês de setembro/17, foi observado em 3 dos sete setores compradores de bens de capital. Com destaque para o setor de Infra-Estrutura e Indústria de Base que aumentou suas compras em 66,5%, em Laminadores e Caldeiras que somadas, responderam pelo crescimento observado no mês. Os únicos setores aumentaram seus investimentos com máquinas e equipamentos importados foram: Agrícola e Bens de Consumo.

Principais origens das importações - Participação no total importado (US$)

Em setembro/17, a China, pela primeira vez, alcançou a primeira colocação em US$ FOB, mostrando a força de sua política industrial de penetração em países em desenvolvimento.

Em peso, a Alemanha manteve a segunda colocação passando os EUA. A China manteve sua primeira colocação em quantidade no mercado brasileiro. As importações da Coréia do Sul voltaram aos níveis históricos, ao redor de 2,5%.

NUCI – Nível de Utilização da Capacidade Instalada

Carteira de Pedidos - Em meses para atendimento. O NUCI - Nível de utilização da capacidade instalada, apresentou crescimento em setembro e chegou a 73,5%. O nível observado foi 2,1% superior ao do mês de agosto/17 (72,0%) e 7,6% superior ao mês de setembro de 2016 (68,3%).

A carteira de pedidos, tem oscilado ao redor de 2,5 meses para atendimento em 2017. No mês de setembro, após crescimento de 1,7% em agosto, houve queda de 15,6% na carteira de pedidos. No ano o setor ainda acumulou queda de 2,0%.

Emprego - Em mil pessoa

A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de setembro/17 com 291,1 mil pessoas ocupadas, um crescimento de 0,6%, em relação ao mês imediatamente anterior. Na comparação interanual houve redução de 10,4 mil postos de trabalho, a 45º queda consecutiva neste tipo de comparação. Desde 2013, quando teve início a queda de faturamento da indústria de máquinas, já foram eliminados quase de 90 mil postos de trabalho no setor.

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