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Publicado em 18/09/2017
Fonte: Ipesi
A distração, a inexperiência e o cansaço, somados à falta de equipamentos e melhores padrões de segurança, continuam provocando cerca de 700 mil acidentes de trabalho por ano no país. De acordo com a Previdência Social e o Ministério do Trabalho, o Brasil é a quarta nação do mundo que mais registra acidentes durante atividades profissionais, atrás apenas da China, da Índia e da Indonésia.
A construção civil e o setor de serviços - aí, com destaque absoluto para o segmento de transportes - são os que mais registram acidentes no Brasil. Mas a indústria também apresenta números alarmantes. Foram 350.558 acidentes com máquinas de 2011 a 2015, com 994 mortes e 21.271 amputações.
A quantidade de casos na indústria vem, na verdade, caindo com as regras adotadas a partir de 2010, de maior proteção às máquinas. De qualquer forma, se as estatísticas mostram que 86% dos acidentes na indústria têm hoje como causa atos inseguros, outros 12% ocorrem por conta das condições laborais inseguras. Muitas vezes, o trabalho de prevenção e conscientização também existe apenas no papel.
Não por acaso, é na siderurgia, onde há décadas os acidentes são relativamente raros (o segmento da indústria onde os acidentes são mais numerosos é a metalurgia), que o trabalho de conscientização está mais avançado. Bastante rigorosa no tocante à segurança dos equipamentos, a Usiminas, por exemplo, é uma das siderúrgicas onde a prevenção é também cultivada nos mínimos detalhes.
Ciente de que o comportamento e o conhecimento técnico compatíveis com a linha de produção são palavras-chaves no dia a dia de qualquer indústria para que a segurança, a saúde e a vida dos empregados estejam garantidas, a Usiminas mantém desde 2011, dentro da usina de Ipatinga (MG), um Centro de Sensibilização de Segurança. É um ambiente dotado de 30 áreas de vivência capazes de proporcionar aos trabalhadores e visitantes experiências reais de acidentes e situações de risco.
Voltado principalmente para a sensibilização dos funcionários, esse espaço foi modernizado no ano passado e este ano foi aberto para as empresas parceiras da siderúrgica, cujos empregados podem também visitá-lo após agendamento. Apenas de janeiro a julho deste ano mais de 2.500 empregados diretos, indiretos e visitantes já passaram pelas simulações de vivências do setor.
O centro já se tornou, inclusive, uma referência no assunto. Durante o 9º Workshop de Segurança e Saúde Ocupacional, promovido em junho passado em Ipatinga pela Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais (ABM), por exemplo, a Usiminas foi convidada a apresentar o trabalho como um dos maiores "cases" de sucesso na área de segurança desenvolvido nos últimos anos. Na ocasião, integrantes da produtora de aços especiais Aperam tiveram a oportunidade de conhecê-lo.
Dinâmica - O Centro de Sensibilização de Segurança é usado para dinâmicas tanto teóricas como práticas. A filosofia do projeto é, especialmente, a de incentivar os colaboradores a desenvolverem suas atividades com o foco absoluto na segurança, levando-os a assumir o protagonismo no cuidado com a vida.
Nos chamados espaços de vivências, o empregado, por exemplo, pode manusear braços artificiais em máquinas, reproduzindo como seria um esmagamento das mãos envolvendo correntes e rolos e suas drásticas consequências. Ou visualizar a percepção de riscos elétricos, riscos do trabalho em altura, movimentação de cargas, proteção contra incêndios, acesso à ponte rolante, ferramentas manuais etc.
"Com o centro, queremos principalmente não só sensibilizar as pessoas para que aprendam, de maneira interativa, sobre as consequências que podem advir de um acidente, mas também como saber evitá-los", afirma Silmar Rabelo, gerente geral do setor de laminação a frio da Usiminas.
O centro possui ainda salas de encontro para a realização dos chamados "Diálogos Diários de Segurança" e de palestras sobre segurança, saúde e qualidade de vida, tornando-se assim, por tabela, também um instrumento importante de capacitação na empresa.
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