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Setor de bens de capital mecânicos reage e cresce 24% de abril para maio

Publicado em 03/07/2017

Também houve crescimento nas exportações com expansão de quase todos os grupos de máquinas

Fonte: Ipesi

Depois de sofrer forte queda no mês de abril, o mercado brasileiro de bens de capital mecânicos apresenta recuperação em maio. A receita líquida total em maio somou R$ 6.026,65 milhões e cresceu 24% em relação a abril e 5,3% em comparação a maio de 2016. A receita líquida interna no valor de R$ 3.764,30 foi 30,3% maior que no mês de abril e 19,1% superior ao observado em maio passado. O consumo aparente de R$ 7.109,57 foi 20,5% superior ao realizado em abril, mas 13,3% menor que o verificado em maio passado. Os dados são da Abimaq.

Em que pese a recuperação observada em maio, no acumulado do ano, os resultados ainda são negativos exceto no que se refere à receita líquida interna, que somou R$ 15.575,84 nos cinco primeiros meses do ano, indicando uma expansão de 2,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida total, no valor de R$ 26.134,90 milhões foi 7,1% menor que no período de janeiro a maio de 2016. O consumo aparente de R$ 33.888,73 foi 20,4% menor que o período de janeiro a maio de 2016.

Segundo a Abimaq, o crescimento de 5,3% verificado na comparação entre maio de 2017 e o mesmo mês de 2016 interrompeu uma sequência de vinte e cinco quedas consecutivas. É importante lembrar, porém, que o faturamento observado no mês de maio de 2017 é ainda 43% menor do faturamento médio dos meses de maio no período pré-crise. Para a entidade, todavia, o desempenho de maio poderia ser um indicativo de retomada, não fosse a nova crise de confiança causada pela delação da JBS, envolvendo o presidente Michel Temer, que é denunciado pela Procuradoria Geral da República pelo crime de corrupção passiva.

A entidade calcula que a manutenção do nível de faturamento da ordem de R$ 6 bilhões, ao longo do segundo semestre, garantiria apenas estabilidade das vendas em relação ao resultado de 2016.

O nível de utilização da capacidade instalada, que havia recuado fortemente no mês de abril, cresceu 4,8% em maio em relação ao mês imediatamente anterior, chegando aos 68,9%, 3,7% maior que no mesmo mês de 2016. Este resultado, porém, veio acompanhado por uma redução média do número de turnos de trabalho adotados pelo setor, de 1,7 para 1,6.

A carteira de pedidos, medida em meses, voltou a apontar recuperação após queda de 8% no mês de abril, mas, ainda encontra-se 6% abaixo do nível de 2016.

Comércio exterior - Em maio, o setor compensou pequena parte da queda de 34% nas exportações observada no mês de abril, com crescimento de 12,3%. A exportações em maio somaram US$ 705 milhões. No ano, a indústria de máquinas e equipamentos acumulou crescimento de 1,1% nas exportações.

O crescimento observado nas exportações no mês de maio em relação a abril foi marcado pela expansão das vendas externas de quase todos os grupos de máquinas, com destaque para máquinas para a indústria de transformação (+27,1%), máquinas para logística e construção civil (+25,5%) e máquinas para bens de consumo (+23,5%). No ano, o destaque foi para o setor de Máquinas Agrícolas, cujo resultado acumulou crescimento de 51% no período.

De acordo com a Abimaq, a ausência de demanda no mercado doméstico tem obrigado alguns fabricantes a manter suas vendas no mercado externo, mesmo com perda de margem ou até mesmo prejuízo em razão da valorização do real.

As importações também reagiram em maio, depois de cair 33% no mês de abril. No mês de maio houve um aumento de 8,7% nas importações de máquinas e equipamentos. Na comparação com maio passado, as importações recuaram 23,8% e aprofundaram a queda observada no ano para 16,9%.

Entre as variáveis de análise do desempenho dos investimentos nacionais, a importação de máquinas e equipamentos é a única que mantém a tendência de queda ao longo ano, apesar do real valorizado.

Em maio, o crescimento das importações foi observado em quase todos os setores compradores de máquinas. O destaque foi a agricultura que ampliou suas importações de máquinas em 38,7%. Logística e construção civil também aumentaram as importações em 20,3%. No acumulado do ano, apenas o setor agrícola ampliou a aquisição de máquinas importadas em 7,7%.

Empregos - A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de maio com 291,2 mil pessoas ocupadas, uma queda de 0,2% em relação ao mês imediatamente anterior. Em relação a maio de 2016, houve redução de 17,1 mil postos de trabalho, queda de 5,6%.

Desde 2013, quando teve início a queda de faturamento da indústria de máquinas, já foram eliminados quase 90 mil postos de trabalho no setor.

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