Parceria entre Instituto SENAI e WEG gera inovação para a área de inspeção de componentes eletroeletrônicos

Publicado em 27/06/2017

Fonte: Portal da Indústria

Os institutos de inovação e de tecnologia do SENAI em Joinville e Jaraguá do Sul desenvolveram, em parceria com a WEG Drives & Controls, uma máquina protótipo automatizada para a inspeção e extração de peças sem a necessidade de intervenção de um operador. A proposta é aprimorar a inspeção de contatos (componentes utilizados na indústria eletroeletrônica), pois nos testes anteriores as peças eram destruídas para a obtenção de informações de qualidade, que muitas vezes ainda eram imprecisas.

O novo procedimento elimina esses ensaios destrutivos por amostragem, que eram realizados a cada lote, resultando em redução de despesa e de tempo. As soluções existentes no mercado não atendiam completamente a necessidade da WEG. Elas eram adequadas para a inspeção em escala laboratorial e a empresa necessitava uma máquina para inspeção em escala industrial. “Não existia máquina standard que identificasse e retirasse automaticamente as peças com defeito”, explica o engenheiro da WEG, Tomy Uezi que participou do desenvolvimento da inovação, trabalho que envolveu profissionais dos institutos SENAI de inovação em Sistemas de Manufatura e em Laser (ambos localizados em Joinville) e de Inovação em Eletroeletrônica (Jaraguá do Sul).

O processo realizado pela máquina vai garantir a qualidade da brasagem das pastilhas de prata nas bases de cobre ou de latão, facilitando a inspeção de contatos e terminais elétricos. A inspeção, que passa a ser realizada em um tanque de imersão com água, identifica defeitos, como poros e falta de fusão no processo de brasagem. O equipamento de inspeção por ultrassom utilizado é do tipo A-Scan, sendo que a identificação dos defeitos ocorre por comparação de peças padrões consideradas boas e ruins, atendendo à necessidade de garantir a excelência dos produtos.

A máquina desenvolvida pelo SENAI em parceria com a Weg será utilizada na área produtiva após a brasagem para inspeção dos contatos e no desenvolvimento de produtos para ensaios de avaliação de protótipos. Há um ganho de tempo, já que a inspeção será feita em paralelo à brasagem, que demanda um certo tempo de processo. O protótipo foi concebido para atender alguns modelos e tamanhos de contatos previamente definidos, mas é possível incluir novos modelos no equipamento desenvolvido.

Ganho de conhecimento - A técnica de ultrassom já é bastante difundida, porém, a inspeção de contatos elétricos por esta técnica foi um grande desafio e, aí, os profissionais envolvidos na pesquisa chegaram à inovação. Primeiro pelas dimensões e geometrias dos contatos, que dificultam o posicionamento e a leitura pelo ultrassom. Segundo pela dificuldade de transformar uma análise precisa, comumente laboratorial, em escala industrial. Terceiro, a automatização da inspeção e extração dos componentes com defeitos (diversos modelos com geometrias muito diferentes). “Resumindo, a inovação representou grande ganho de conhecimento, melhora do processo de brasagem e consequentemente melhora na qualidade dos produtos”, comemora o engenheiro Diogo Coletto Pfeifer, da Weg.

Outro fator de inovação alcançado no projeto, segundo o engenheiro, é a utilização do equipamento para os produtos em desenvolvimento que são testados em ensaios acelerados e que devem ser repetidos caso ocorra a falha de um componente, por exemplo, do contato elétrico brasado. “Por se tratar de desenvolvimento, os protótipos de contatos elétricos ainda estão na fase de definição de materiais e parâmetros de processo, daí a importância de realizar a inspeção por ultrassom nas etapas de desenvolvimento de produto”, relata. Em alguns casos, estes ensaios poderiam ser realizados mais de três vezes, até atingir a qualidade desejada na brasagem, correspondendo diretamente ao desempenho e a durabilidade esperados para o produto.

Entre os principais ganhos que a inovação trouxe para a companhia estão a realização de testes rápidos e não destrutivos, a possibilidade de realimentação e correção do processo durante a produção do lote e a inspeção de 100% das peças. A nova tecnologia também permite a identificação de vazios, a garantia de qualidade do produto e a redução de custos.

A parceria entre WEG e Senai - De acordo com os engenheiros Diogo Coletto Pfeifer e Tomy Uezi, o SENAI foi fundamental para o desenvolvimento do projeto. “O SENAI ter ampliado sua atuação em institutos altamente capacitados com máquinas e equipamentos de ponta, e com profissionais experientes e comprometidos, levou a WEG Drives & Controls a submeter este projeto de inovação. Aliado a isto, houve uma sinergia entre as partes, de modo que o trabalho foi realizado em uma parceria ‘ganha-ganha’, onde o conhecimento e a tecnologia foram compartilhados entre as equipes”, destaca Tomy Uezi.

Na avaliação da WEG Drives & Controls a execução e o resultado do projeto foram positivos. As dificuldades encontradas ao longo do projeto foram superadas graças ao trabalho conjunto e integração de profissionais com diferentes especialidades. “A geração de conhecimento para a companhia e a garantia da qualidade de seus produtos alcançou todas as expectativas previstas”, garante Uezi. O projeto foi desenvolvido com recursos do Edital de Inovação para a Indústria – antes denominado Edital SENAI SESI de Inovação – da CNI, contrapartida da WEG. Em 2017, o edital prevê R$ 53,6 milhões, além de R$ 20 milhões destinados pelo Sebrae para atender projetos das micro e pequenas empresas.