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Publicado em 01/12/2016
Fonte: Sociedade Nacional da Agricultura
A demanda por máquinas agrícolas vem sendo impulsionada pelo aumento da safra 2016/17. “Com a tendência de crescimento da produção nos próximos anos, por causa da expansão da área plantada e do aumento da produtividade, haverá mais demanda por máquinas”, avalia Hélio Sirimarco, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicam que as comercializações de máquinas agrícolas tiveram alta de 28,4% em outubro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Diante desse cenário, os investimentos no setor de maquinário para o campo também aumentam e ganham reforços.
Programa de financiamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a aquisição de tratores, colheitadeiras, plantadeiras, entre outros maquinários, utilizando recursos do Tesouro, o Moderforta (Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras) recebeu um aporte de R$ 5 bilhões do Plano Agrícola e Pecuário vigente (PAP 2016/17), mais conhecido como Plano Safra.
Diante, porém, da contratação de 58% dos recursos até o final do mês passado, o Ministério da Agricultura pretende elevar o montante inicial do Moderfrota para R$ 7,5 bilhões. O valor de complementação pode ser confirmado pela equipe econômica do governo nos próximos dias.
“Creio que será um reajuste de 50%. Em relação aos recursos para o programa, disponibilizados no penúltimo Plano Safra, que atingiu a marca dos R$ 3,3 bilhões, esse aumento deverá ser superior a 100%”, diz Sirimarco. “É um reforço que chega em boa hora e que afasta o temor da indústria de máquinas em torno de uma paralisação do setor no início do próximo ano”, complementa.
De acordo com o Mapa, os juros do Moderfrota serão de 8,5% ao ano, para os produtores rurais com faturamento anual de até R$ 90 milhões.
CONTROLE
Frente às boas perspectivas de investimentos, Sirimarco reforça a iniciativa anunciada pelo governo, para que haja um monitoramento por parte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a fim de que os preços dos maquinários não sejam inflacionados.
“O setor automotivo, de forma geral, não tem crescido. Mas diante de uma oportunidade como essa, específica do setor agrícola, é necessário que haja um controle para que se evite altas consideráveis nos custos”, ressalta, acrescentando que, além dos tratores, existe ainda boa demanda para itens como colheitadeiras, plataformas de corte, pulverizadores, plantadeiras e semeadoras.
PRODUÇÃO
O setor de máquinas torna-se mais atraente diante dos resultados positivos da produção nacional. Em seu último boletim de levantamento da safra, divulgado neste mês, a Conab estimou que a safra 2016/17 de grãos pode variar de 210,9 milhões a 215,1 milhões de toneladas. Já o crescimento da produção poderá ser de até 15,6% em relação à safra anterior, que foi de 186,1 milhões de toneladas.
“O governo busca disponibilizar mais recursos para o agronegócio, com o objetivo de direcioná-los para os programas de maior demanda. Uma das prioridades do Mapa é facilitar o acesso ao crédito rural, reduzindo a burocracia e fazendo com que o financiamento chegue ao produtor no momento certo”, explica o vice-presidente da SNA.
PIB DO AGRO
A injeção de recursos no maquinário agrícola também constitui um fator de incremento no balanço anual do agro. Dados recentes do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), indicam que, nos primeiros oito meses de 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 3,43%, em comparação com o mesmo período de 2015.
De janeiro a agosto de 2016, em comparação a igual período do ano passado, o desempenho foi positivo em todas as áreas avaliadas pelo estudo. No caso da pecuária, o setor de insumos cresceu 1,03%; o primário, 0,83%; serviços, 0,55%, e a indústria, 0,37%.
“Apesar da quebra de safra, a perspectiva é positiva para 2016, o que fará com que o agronegócio continue a ser o mais importante setor da economia nacional”, garante Sirimarco.
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