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Publicado em 05/07/2016
Indústria 4.0 para os alemães e Manufatura Avançada para os estadunidenses. Termos diferentes para
falar do mesmo assunto: a nova fase da era industrial. Considerada a quarta revolução do setor, a Indústria
4.0 tem cada vez mais interessados. Por isso, o pesquisador da Gerência de Estudos Prospectivos e Projetos Especiais
(GEPE) do SENAI CETIQT (Centro de Tecnologia da
Indústria Química e Têxtil) Flavio Bruno considera que primeiro é preciso entender o significado
dessa expressão.
As pesquisas sobre o tema acabam de ser publicadas no livro "A quarta revolução
industrial do setor têxtil e de confecção: A visão de futuro para 2030", disponível gratuitamente
para donwload (confira no fim desta reportagem). Trata-se do resultado de estudos desenvolvidos pelo SENAI CETIQT, em conjunto
com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) e com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Autor do livro, Flavio Bruno conversou com a Agência
CNI de Notícias sobre essa nova revolução. Para ele, em menos de 20 anos a Indústria
4.0 influenciará o surgimento de uma nova estrutura em níveis locais e regionais.
AGÊNCIA
CNI DE NOTÍCIAS – O livro mostra como será essa mudança no setor industrial?
FLAVIO BRUNO – A intenção é essa. Quando entendemos o que é a Indústria
4.0 e os elementos que a compõem, a gente percebe que essa classificação das atividades industriais,
desde as mais intensivas em tecnologia até as menos, vai acabar. Porque a automação, a robotização,
as soluções de tecnologias de processamento de imagens, de simulação, etc permeiam todas as atividades
industriais cada vez mais. É como aconteceu na segunda revolução industrial. Se eu tinha roda d’água
pra gerar energia, quando chega a energia elétrica, muda tudo. Muita coisa vai mudar em todos os setores nos próximos
anos.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS – Na Alemanha, a Indústria 4.0 está muito
avançada. No Brasil a situação é diferente. O que a indústria brasileira precisa fazer
para não perder essa momento?
FLAVIO BRUNO – Eu acho que é uma
questão de não perder o trem da história, e esse é o objetivo do livro. Primeiro queremos comunicar
aos nossos novos empreendedores e até aos já estabelecidos que a robotização é algo cada
vez mais barato e, nos próximos 5 ou 10 anos, se tornará acessível a todos. Além disso, o sistema
de produção automatizado vai sair mais barato do que as estruturas estáticas atuais. É preciso
desmistificar essa ideia de que a Indústria 4.0 é uma tecnologia de ponta para indústrias como aeroespacial
ou a farmacêutica.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS – Mais cedo ou mais tarde, a indústria
terá de se adequar. É isso?
FLAVIO BRUNO – Eu diria que já
começou. Não tem mais cedo ou mais tarde, já é mais tarde. Reagir a esse processo, de uma maneira
a ignorar o conhecimento sobre a proximidade com que ele está das pessoas é um equívoco. É mais
uma questão das instituições de apoio, de ensino, técnico, acadêmico e do interesse empresarial.
É preciso enfatizar isso em pequenas empresas, inclusive nas que surgem de faculdades e até de escolas técnicas.
No caso do setor têxtil, a Indústria 4.0 vai ajudar a resolver problemas crônicos como a falta de mão-de-obra
e outras dificuldades, por exemplo, de qualidade da produção.
Fonte: CNI
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