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Publicado em 05/07/2016
Uma parceria entre o Senai no Paraná, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade de Aveiro, em Portugal, desenvolve no Brasil uma inovação em revestimento de estruturas metálicas, à base de tinta anticorrosiva. As três instituições realizam pesquisas para criar um revestimento inteligente que controla a corrosão dos metais expostos a meios agressivos. Na prática, isso faz com que a tinta sobre a estrutura resista por mais tempo aos efeitos de corrosão. O projeto tem duração de três anos e deve ser finalizado em 2017.
O objetivo é desenvolver um revestimento ativo que dê uma resposta à ação de oxidação do meio ambiente sobre a estrutura metálica. A pintura recebe cápsulas poliméricas, com ingredientes ativos que são acionados para inibir a corrosão. O pesquisador chefe do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica, Marcos Berton, explica que as cápsulas desenvolvidas para esse revestimento são estímulo-responsivas. Quando começa a ocorrer corrosão, elas agem para inibi-la. “As cápsulas são sensíveis à variação do pH. Se o pH muda o polímero, que é a capa da cápsula, se dissolve e libera o inibidor, aumentando a proteção”.
A estimativa feita pelo instituto é de que haja aumento do tempo em que a pintura permanece protegida dos efeitos do meio agressivo, em média, de 20% a 30%. Porém, isso depende do ambiente em que a estrutura metálica será exposta. Berton cita como exemplo as plataformas de petróleo, que estão sujeitas a corrosão provocada pela água do mar. Outro exemplo são os contêineres – usados tanto nos portos como na construção de residências e instalações comerciais – e parques de energia eólica.
Iniciado em 2014, o projeto nasceu dentro do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica e foi submetido pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências dos Materiais (PIPE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) ao edital da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), na modalidade Pesquisador Visitante Especial (PVE). Com isso, o projeto tem a participação do professor Mario Guerreiro da Silva Ferreira, da Universidade de Aveiro, que realiza visitas periódicas ao país.
O Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica participa com toda a infraestrutura laboratorial e a UFPR com sua estrutura acadêmica e de pós-graduação. Segundo a professora credenciada ao PIPE, Cláudia Eliana Marino Zarbin, os alunos estão envolvidos em estudos e trabalhos tanto na UFPR quanto no Senai. “Eu não poderia ter esse projeto sem o ISI e o ISI não poderia ter esse projeto sem a UFPR”, diz, sobre a parceria. O projeto já possui alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado realizando pesquisas com o novo revestimento.
Fonte: Jornal da Construção
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