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Publicado em 05/07/2016
Pesquisa inédita do Serviço Social da Indústria (Sesi) com 500 médias e grandes empresas mostra
que, para 48% delas, ações para aumentar a segurança no ambiente laboral e promover a saúde de
trabalhadores reduzem as faltas ao trabalho. Para 43,6%, esses programas aumentam a produtividade no chão de fábrica
e 34,8% apontam que essas ações reduzem custos. Por esses motivos, as empresas dão grande importância
ao tema.
No levantamento, realizado entre outubro de 2015 e fevereiro de 2016, 71,6% das indústrias afirmaram
dar alta atenção à saúde e segurança dos trabalhadores. Além disso, na visão
de 76,4% dos entrevistados, o grau de atenção da indústria brasileira ao tema deve aumentar nos próximos
cinco anos - para 13,2%, essa atenção deverá aumentar muito. A pesquisa mostra ainda que a alta importância
dada ao tema está relacionada, sobretudo, à preocupação com o bem-estar do trabalhador, à
maior conscientização das empresas e à prevenção de acidentes de trabalho.
De
acordo com o diretor de Operações do Sesi Nacional, Marcos Tadeu de Siqueira, a importância que as empresas
dão ao tema se reflete na redução dos acidentes e doenças ocupacionais no Brasil. Dados do Ministério
do Trabalho e Previdência Social apontam que o número de acidentes de trabalho por grupo de 100 mil trabalhadores
caiu mais de 17% entre 2007 e 2013 - de 1.378, em 2007, para 1.142, em 2013. "Os acidentes e doenças trazem grande
variedade de despesas, desde custos médicos e indenizações aos trabalhadores e famílias até
perda de produtividade e desgaste da imagem das empresas", destacou.
PROMOÇÃO DA SAÚDE - A
pesquisa mostra ainda a maioria das empresas realiza programas de promoção da saúde de trabalhadores
que vão além do cumprimento de requisitos legais. Entre as principais ações estão a gestão
dos afastamentos por doenças, executada por 87,8% das indústrias, e o monitoramento de aspectos ergonômicos
no ambiente de trabalho, feito por 84% dos empreendimentos.
Exemplo de empresa que vai além das exigências
legais quando o assunto é saúde e segurança no trabalho é a Coteminas, do setor têxtil.
Nas unidades de João Pessoa e Campina Grande, com cerca de 4 mil funcionários, realiza desde 2009 diagnósticos
para mapear as necessidades dos trabalhadores e planeja ações juntamente com o Sesi para combater os principais
problemas de saúde dos funcionários. Na primeira pesquisa, a indústria identificou mais fortemente problemas
de obesidade, sedentarismo e uso de drogas, como álcool e cigarro.
A partir daí, a Coteminas passou
a desenvolver projeto de reeducação alimentar de trabalhadores e dependentes e reavaliou o próprio cardápio
de refeições servidas nas fábricas com ajuda de nutricionistas. "Envolvemos a família nesse projeto
porque muitas vezes as esposas são quem fazem a comida dos funcionários", explica o gerente de Recursos Humanos
e Gestão da Qualidade da empresa, Iran Cosme.
Além disso, a empresa passou a intensificar campanhas
de estímulo à prática esportiva e combate ao uso de drogas. "Hoje, as incidências de uso de cigarro
e álcool entre os funcionários são mínimas e passamos agora a dar mais suporte aos familiares",
conta Cosme. Essas iniciativas contribuíram para a elevação do bem-estar e melhora da saúde dos
trabalhadores. "Além da melhoria do ambiente de trabalho, com essas ações conseguimos reter talentos",
comemora.
RETORNO FINANCEIRO - Outra empresa com bons exemplos de ações na área de saúde
e segurança no trabalho é a fabricante de equipamentos Voith Hydro, de São Paulo. Com cerca de 2 mil
funcionários, desde 2007 os líderes são capacitados em gestão da segurança no trabalho
e eles diretamente supervisionam e orientam os trabalhadores para questões como uso de equipamentos de proteção
individual (EPIs) e procedimentos de risco. "Por questões legais, muitas empresas têm especialistas em saúde
e segurança no trabalho e a tendência é de os gestores passarem a responsabilidade total sobre a segurança
dos trabalhadores a esses profissionais. Isso é pouco efetivo para empresas que buscam resultados nessa área",
destaca o gerente de Qualidade e Saúde e Segurança da Voith, Mauro Pires.
Segundo ele, os chefes
imediatos têm influência no comportamento dos trabalhadores e consideram esses itens em avaliações
de desempenho, por exemplo. Na Voith, aspectos de segurança dos trabalhadores são considerados no Programa de
Participação nos Lucros e Resultados (PLR). "A valorização do tema provoca, inclusive, cobranças
de uso de EPIs entre os próprios funcionários", diz Pires.
Em praticamente dez anos, a taxa de frequência
de acidentes na empresa caiu de 25 acidentes por mil horas trabalhadas para 2 acidentes por mil horas trabalhadas, dentro
dos padrões mundiais de segurança. Em algumas unidades, não há mais registros de acidentes. "Isso
contribuiu para que reduzíssemos, em algumas fábricas, o Fator Acidentário de Prevenção
(FAT), de 3% sobre a folha de pagamento, para 1,8%, uma excelente economia", declara Pires.
PRINCIPAIS DESAFIOS
- O levantamento do Sesi foi realizado no setor de máquinas e equipamentos, construção, instalação
e manutenção, indústria metalúrgica, indústria alimentícia, vestuário, embalagens
e plásticos, têxtil, papel e celulose, calçados, energia, madeireiro, bebidas, entre outros. De acordo
com as empresas, os aspectos da área de saúde e segurança que mais prejudicam a produtividade dos trabalhadores
são acidentes e estresse no trabalho seguidos de doenças crônicas não-transmissíveis, como
problemas osteomusculares, pressão alta e diabetes.
SERVIÇOS - O Sesi oferece soluções
em saúde e segurança no trabalho e promoção da saúde adequadas a cada realidade empresarial.
São serviços de consultoria que visam reduzir os custos das empresas, melhorar a saúde e o bem-estar
de trabalhadores e aumentar a produtividade nas indústrias.
Recentemente, a instituição lançou
o Programa Sesi de Gestão do Absenteísmo em 15 estados. A iniciativa envolve desde diagnóstico para entender
as causas de afastamentos do trabalho a propostas de soluções, como criação e mudanças
em políticas de SST da empresa e melhor gerenciamento de exigências legais para evitar custos adicionais com,
por exemplo, o Fator Acidentário de Prevenção (FAP).
Fonte: IPESI
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