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Publicado em 09/05/2016
A brasileira New Steel desenvolveu uma tecnologia inovadora que promete transformar a mineração em uma atividade
ecologicamente sustentável. A empresa do grupo Lorentzen acaba de receber patentes no Brasil e nos Estados Unidos pela
criação do primeiro método no mundo de beneficiamento de finos de minério de ferro totalmente
a seco. Em época de crise hídrica e queda nos preços do minério de ferro, a técnica não
usa sequer uma única gota de água, enquanto os métodos tradicionais gastam pelo menos mil litros para
cada tonelada do minério.
Além de ser comprovadamente excelente para o meio ambiente, a tecnologia
se mostrou sustentável também economicamente. A nova técnica é capaz de transformar rejeitos de
exploração mineral - com baixo teor de ferro e sem valor comercial - em um produto economicamente viável,
com altos índices de ferro e baixos contaminantes.
"Antes, a única tecnologia disponível no
mercado para elevar o teor de partículas muito finas de minério de ferro era a flotação, mas que,
além do uso intensivo de água, não se sustenta economicamente no cenário atual de preços,
tornando qualquer novo projeto inviável por demandar capital alto. É nesse cenário deprimido que novas
tecnologias conseguem achar espaço e se consolidar. Somos parceiros das empresas de mineração para garantir
a elas o retorno econômico com a certeza de que estão operando da forma mais consciente e limpa possível",
afirma Gustavo Emina, presidente da New Steel.
No Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)
de imediato reconheceu a sustentabilidade da tecnologia, classificando seu pedido de registro como Patente Verde e, em tempo
recorde, concedeu a definitiva Carta Patente, dada sua singular inventividade. No exterior, o título também
já foi concedido nos Estados Unidos e ainda tramita em outros 26 países.
O reconhecimento internacional
ocorreu também de outras maneiras. Em 2015, a New Steel ganhou o prêmio internacional Platts Global Metals Awards,
considerado o "Oscar" da mineração, na categoria inovação.
Os testes com a nova tecnologia
criada no Brasil começaram a ser realizados em 2010, com a operação da primeira planta experimental de
beneficiamento a seco da New Steel, em Minas Gerais. Os resultados provaram a competitividade em termos de qualidade do produto
e também nos custos de operação, o que levou a empresa a firmar contratos de longo prazo com as maiores
mineradoras do mundo. Novas plantas industriais estão em fase de licenciamento ambiental no Brasil. Nos EUA, as negociações
para implantar a nova tecnologia estão em andamento.
A atividade de extração mineral segrega
uma grande quantidade de materiais de pouco valor comercial. Isso porque o minério de ferro negociado no mercado precisa
ser composto por, no mínimo, 58% do minério. Logo, as mineradoras retiram a parte mais valiosa e separam o restante
em pilhas, os chamados dumps, e descartam os rejeitos oriundos do processo produtivo em barragens. A partir deste material
com baixo teor de ferro é que se faz o beneficiamento, a separação física do ferro dos demais
minerais - predominantemente sílica (areia) - existentes nessas pilhas. E, desta forma, chega-se aos níveis
desejáveis para a comercialização, podendo a New Steel produzir um concentrado de minério de ferro
de alta pureza em escala industrial, com a obtenção de um produto Premium de até 68% de ferro, além
de ser capaz de aproveitar partículas milimétricas de até 10 µm = 0,01mm, o que gera uma alta taxa
de recuperação se comparada às tecnologias existentes.
A adoção de uma
rota de processamento mineral integralmente a seco vai no sentido oposto ao do método tradicional de beneficiamento
de minério de ferro, que utiliza milhões de litros de água e gera grandes quantidades de rejeitos minerais.
Esses rejeitos são estocados, produzindo assim um imenso passivo ambiental em todo o mundo - o que aumenta a dificuldade
do mercado para conseguir licenciar novos empreendimentos.
Já a tecnologia limpa desenvolvida pela New Steel
está quebrando paradigmas do mercado, pois não utiliza água durante o beneficiamento do minério,
além de utilizar gás natural (GN) ou biomassa como fonte de energia. Ademais, os resíduos gerados, após
extrair o ferro, representam praticamente somente areia (sílica), que pode ser destinada à construção,
por exemplo, de casas, escolas, unidades de saúde etc. Logo, esta tecnologia apresenta-se 100% sustentável.
Na esteira desta inovação, a New Steel criou em 2013 o Centro Tecnológico de Soluções
Sustentáveis (CTSS) com o objetivo de fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico de produtos
e serviços sustentáveis nas áreas mineral, metalúrgica, mecânica e de resíduos sólidos.
O CTSS fica no polo industrial de Xerém, no município de Duque de Caxias (RJ), e conta com moderno laboratório
e com equipe de pesquisadores e técnicos altamente qualificados, além de um parque fabril de última geração.
Todos voltados a projetos sustentáveis minero-siderúrgicos, para processamento de diferentes tipos de minério.
Fonte: IPESI
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