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Publicado em 14/03/2016
O MackGraphe, Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias, inaugurado no dia 2 de
março no Campus Higienópolis da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo é o primeiro
centro privado de excelência em pesquisas nesta área da América Latina.
Os especialistas da
área da ciência e tecnologia, participantes do centro de pesquisas - fruto de investimento de mais de R$ 100
milhões - afirmam que é o primeiro passo rumo a um mercado de grande potencial, cuja a expectativa de
movimentação está em torno de 1 trilhão de dólares na próxima década.
Maurício Melo de Meneses, presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, afirma a intenção
do MackGraphe é desenvolver um bom relacionamento com empresas, corporações, para ir além do campo
acadêmico e científico, propiciando o desenvolvimento conjunto (universidade e empresas) de patentes de produtos
diferenciados.
Desta forma, segundo o reitor do Mackenzie, Benedito Guimarães Aguiar Neto, o desafio é
inserir o Brasil no mapa da inovação, com a produção e aprimoramento de pesquisas e patentes que
tragam benefícios para a sociedade e contribuição à competitividade nacional no mercado mundial.
GRAFENO - Com status de material mais resistente e fino do planeta, além de um excelente condutor de eletricidade
e calor, o grafeno é o futuro da tecnologia mundial, com potencial de movimentar um mercado de US$ 1 trilhão
em vários setores: defesa, eletroeletrônicos, semicondutores, produtos como plástico ou látex,
televisões e smartphones, com displays flexíveis e transparentes. Além disso, estudos recentes revelam
que o material também pode ser utilizado na filtragem de água.
Diante da popularidade crescente,
é fato que há interesse na utilização do material por parte das grandes potências mundiais.
A China, por exemplo, já possui cerca de 2.204 patentes registradas em produtos com grafeno, seguida dos Estados Unidos,
com 1.754, e a Coréia do Sul, com 1.160. "Existe uma verdadeira corrida por trás de tudo isso. Apenas a Samsung
(gigante sul-coreana de tecnologia), tem mais de 500 patentes. Há um potencial gigantesco no material", explica o coordenador
do MackGraphe, Eunézio Thoroh de Souza.
A produção mundial de grafita natural em 2013 foi
de 1,1 milhão de toneladas, enquanto a China foi responsável por 70,4% da produção total, seguida
pela Índia, Brasil, Coreia do Norte e Canadá, mantendo os números do ranking produtivo feito em 2012.
Em escala menor, esse mineral foi produzido nos seguintes países: Rússia, Turquia, México, Noruega, Romênia,
Ucrânia, Madagascar e Sri Lanka.
Nesse cenário, o Brasil manteve o terceiro lugar dentre os principais
produtores mundiais de grafita. A América do Sul detém a principal ocorrência do material, com grandes
reservas e infraestrutura para permitir o crescimento da produção. As reservas brasileiras estão primariamente
nos estados de Minas Gerais, Ceará e Bahia.
Em 2013, a produção brasileira do mineral natural
beneficiada foi de 91.908 t de minério (65 mil toneladas de contido), com acréscimo de 4,2% (3.808 t) em relação
ao ano de 2012. A maior empresa produtora de grafita natural beneficiada no Brasil é a Nacional de Grafite Ltda., responsável
por 96% do total, no ano de 2013, estabelecida no estado de Minas Gerais, nos municípios de Itapecerica, Pedra Azul
e Salto da Divisa, conforme o Informe Mineral 2015 do DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral.
Atualmente, 1 kg de grafite custa US$ 1 e dele pode-se extrair 150g de grafeno, avaliado em pelo menos US$ 15 mil, uma fantástica
valorização. Prevê-se que o mercado de grafeno terá potencial para atingir até US$ 1 trilhão
em 10 anos. E o melhor: estima-se que o Brasil possua a maior reserva mundial, segundo relatório publicado em 2012
pelo DNPM.
O grafeno é um cristal atômico bidimensional formado por átomos de carbono dispostos
em uma estrutura hexagonal. É o primeiro material bidimensional no mundo, e foi isolado pela primeira vez em 2004 pelos
professores Andre Geim e Kostya Novoselov, ganhadores do prêmio Nobel de Física de 2010.
Devido à
sua combinação única de propriedades superlativas, o grafeno potencializa novas tecnologias, podendo
ser aplicado nas mais variadas coisas.
Veja alguns dos "superpoderes" do grafeno:
É o material mais
fino
Um milhão de vezes mais fino do que um cabelo humano. E por isso é também flexível
É o material mais leve
Um metro quadrado de Grafeno pesa cerca de 0,77 miligramas.
É transparente.
O grafeno absorve apenas 2% da luz e, portanto, é quase invisível a olho nu
É o material mais forte
É mais de 200 vezes mais forte que o aço. Mas é flexível
É o melhor condutor de
eletricidade que se conhece
Possui a maior condutividade térmica
A condutividade térmica do grafeno
é mais de 10 vezes maior do que a do cobre.
APLICAÇÕES - De fato, a ampla possibilidade de
aplicação do grafeno ainda reserva muitas informações a se descobrir. Mesmo assim, dentre as várias
qualidades já existentes, o MackGraphe terá setores específicos para estudo e manejo do composto. Como
em um tripé, o centro de estudos do Mackenzie iniciará sua empreitada se baseando em três segmentos: fotônica,
energia e compósitos.
O primeiro terá como principal atividade a integração de dispositivos
ópticos em microchips, moduladores de luz e fotodetectores ultrarrápidos (para internet avançada), sem
contar outras modelagem e simulações do material.
No campo da energia, serão vistos veremos
o estudo de dispositivos flexíveis, leves e portáteis, bem como aplicações em baterias, supercapacitores
e células combustíveis. E não para por aí.
O setor dos compósitos tem a meta
de aprimorar materiais automotivos, aeronáuticos e esportivos de alto desempenho, o que, por sua vez, revela o quão
dinâmico e aplicável é o elemento. Ademais, serão desenvolvidas tintas e revestimentos condutivos/anticorrosivos,
materiais biocompatíveis/bio-seletivos e embalagens, tecidos e membranas inteligentes.
Fonte: IPESI
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