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Fiat Chrysler aposta no magnésio para fabricar carros mais leves

Publicado em 22/02/2016

Fiat Chrysler Automobiles está usando o magnésio como sua mais nova artimanha para diminuir o peso dos veículos e reduzir o consumo de combustível diante dos padrões mais rígidos para as emissões de poluentes.

A montadora ítalo-americana está adotando esse metal leve como substituto do aço, que é mais pesado, na fabricação da porta elétrica do porta-malas de sua minivan Pacifica 2017, que chega ao mercado americano ainda este ano. O magnésio é 74% mais leve que o aço e 33% mais leve que o alumínio, segundo a Associação Internacional do Magnésio, uma entidade setorial.

O magnésio traz algo significativo para os projetistas de automóveis: a facilidade com que ele pode ser moldado com áreas grossas e finas na mesma peça. Ele abre as portas para a redução das perdas e permite aos projetistas mais possibilidades de moldagem. No caso do Pacifica, “bolsos” foram moldados na porta do porta-malas para que as luzes traseiras possam ser uma parte integrada da peça.

“O bom do magnésio é que você pode usá-lo em mais peças da arquitetura de um veículo para reduzir o peso, sem comprometer a segurança e o desempenho”, diz Joe Petrillo, diretor de vendas na América do Norte de uma unidade do Wanfeng Auto Holding Group, que fabrica a porta do porta-malas do Pacifica.

A nova minivan da Fiat Chrysler chega aos revendedores até o fim do ano, com uma lista de características que visam melhorar a autonomia, como um conjunto de bateria opcional que permite ao veículo percorrer 48 quilômetros no modo elétrico, antes do acionamento do motor à gasolina.

O veículo é anunciado no momento em que os compradores afluem para as picapes, um movimento que vem enfraquecendo parte das economias com combustíveis obtidas na última década. Com os padrões para as emissões de poluentes endurecendo bastante até 2025, muitas montadoras estão lançando veículos elétricos ou usando materiais mais leves e mais caros, como o alumínio.

As atuais caminhotes F-150 da Ford usam peças de alumínio que as tornam até 315 quilos mais leves em relação aos modelos anteriores totalmente feitos de aço, e a General Motors (GM) deverá empregar o alumínio nas futuras versões de seus caminhões e utilitários esportivos (SUVs).

O magnésio é uma alternativa cara. Um quilo do metal custa às montadoras cerca de US$ 3,75, enquanto a mesma quantidade de alumínio sai por US$ 1,51. O aço custa entre US$ 0,40 e US$ 0,98 o quilo, dependendo do grau de qualidade, segundo dados do setor.

Mas Petrillo diz que o magnésio pode ter um efeito de “composição” na redução de peso de um veículo. Uma porta do porta-malas mais leve pode levar a suportes menores ou mesmo um motor menor para a sua abertura. Elimine um peso suficiente de um carro e uma montadora pode ser capaz de reduzir também o tamanho do motor.

Os produtos mais vendidos da Fiat Chrysler são os corpulentos SUVs Jeep e as picapes Ram, colocando esses modelos entre alguns dos que mais consomem combustível e geram poluentes, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA). Alguns analistas vêm questionando se a companhia tem planos adequados para resolver o problema. Sergio Marchionne, diretor-presidente da Fiat Chrysler, já disse que o setor poderá não conseguir cumprir os padrões estabelecidos para 2025, especialmente com os preços da gasolina tão baixos.

A porta do porta-malas do Pacifica é um sinal de que a companhia não está “jogando a toalha”. “Quando começamos a trabalhar no projeto de uma nova minivan, já sabíamos que teríamos de encontrar meios de reduzir o peso”, diz a engenheira-chefe da minivan Pacifica, Jessica Lafond. O magnésio, que é derretido e derramado em um molde, deu aos projetistas flexibilidade para desenhar uma traseira mais atraente. E eles conseguiram reduzir a necessidade de peças adicionais, como braçadeiras, luzes traseiras inseridas e um vidro traseiro um pouco maior. Lafond diz que a montadora está estudando a possibilidade de ampliar o uso do magnésio para outros modelos da Fiat Chrysler.

Os materiais mais leves, que são sempre mais caros, estão se tornando mais comuns nos projetos de automóveis. Desde 2009, o percentual de alumínio como componente do peso dos veículos aumentou 17%, para 172 quilos, ou quase 10% do total.

Os compostos de fibra de carbono também estão aparecendo em alguns modelos, mas as montadoras relutam em se comprometer com materiais caros. O novo cárter de fibra de carbono da BASF é 40% mais leve que as versões de aço ou alumínio, por exemplo, mas a companhia ainda procura um comprador.

O Pacifica da Fiat Chrysler, que tem portas deslizantes de alumínio, poderá ser um pioneiro no uso mais amplo do magnésio. Usado nos automóveis desde 1920, os veículos leves carregam em geral cerca de 4,5 quilos do material em sua composição, mas este número deverá triplicar até 2025, segundo previsão da Ducker Worldwide, uma consultoria e firma de pesquisa americana.

“O magnésio sempre foi um produto interessante para os engenheiros, uma vez que economiza muito peso e ao mesmo tempo é resistente”, diz Abey Abraham, um diretor de projetos da Ducker Worldwide. Em média, os veículos leves empregam cerca de 4,5 quilos do material em áreas como o painel de instrumentos e as estruturas dos assentos.

“Com a aproximação da entrada em vigor das novas diretrizes para as emissões, o magnésio começa a aparecer em mais carros e em peças maiores”, diz Abraham. O modelo de luxo Lincoln MKT da Ford foi o último a usar o magnésio na porta do porta-malas, mas seus volumes eram pequenos quando comparados com a demanda esperada para a minivan Pacifica.

Os fornecedores de autopeças estão se preparando para um uso mais amplo do metal. Ramzi Hermiz, executivo-chefe da Shilo Industries, do Estado americano de Ohio, diz que sua empresa está tentando ampliar a produção de peças de magnésio e para isso vai dobrar o tamanho de uma fábrica na Polônia, que antes era dedicada exclusivamente a peças de aço. Uma iniciativa parecida está sendo tomada no Estado do Tennessee.

“Vimos o magnésio crescer primeiro com as montadoras europeias”, diz Hermiz. “Nesta era de grandes veículos nos EUA, estamos recebendo mais consultas sobre como podemos fazer este ou aquele componente de magnésio, alumínio ou uma combinação dos dois.”

Fonte: WSJ

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