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Publicado em 25/01/2016
A taxa de câmbio pode ajudar indiretamente os fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas a aumentarem
as suas vendas em 2016. Consultorias voltadas para o agronegócio estão projetando um aumento entre 5% e 6% na
receita com as vendas externas de commodities agrícolas neste ano, depois de ela ter caído algo em torno de
10% no ano passado. O crescimento deverá vir principalmente dos maiores embarques de soja, açúcar e carne
bovina.
Para o complexo da soja (grão, óleo e farelo), carro-chefe do agronegócio brasileiro,
a GO Associados, por exemplo, projeta uma receita externa de US$ 30,2 bilhões. Quando se isola o grão nessa
análise, a estimativa é de um aumento este ano de US$ 1 bilhão, para US$ 22,5 bilhões, efeito
dos maiores volumes embarcados,
Bala na agulha para atender o maior apetite do mercado externo o agronegócio
brasileiro tem. A safra brasileira de cereais, de leguminosas e de oleaginosas fechou 2015 com uma produção
de 209,5 milhões de t, superando em 7,7% a de 2014.
Os dados divulgados pelo IBGE mostram que a área
colhida no ano passado foi de 57,7 milhões de ha, com alta de 1,8% frente à área colhida em 2014 (56,7
milhões de ha). Já para 2016, o IBGE prognostica uma produção de 210,7 milhões de t, superando
em 0,5% o número de 2015.
É provável que pelo menos uma parte dos empresários agrícolas
tenha, portanto, de adquirir novos tratores, colheitadeiras ou implementos agrícolas para atender o crescimento da
demanda. Embora os investimentos nas últimas décadas tenha transformado a frota de tratores agrícolas
no Brasil na mais nova desde 1982, apenas cerca de 30% das máquinas têm menos de 5 anos de uso.
A
idade média das máquinas em uso no país é pouco maior do que 9 anos, quando a vida útil
de um trator pode variar entre 10 e 15 anos. "De modo geral, a modernização dos equipamentos resulta em um incremento
de 10% na produtividade das colheitas. Interessa investir", explica o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza.
A
indústria de equipamentos agrícolas e rodoviários vem sofrendo seriamente com a recessão no país.
Em 2015, registrou uma queda de 34,5% nas vendas internas, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores (Anfavea). O resultado de 44,9 mil unidades vendidas foi o mais baixo desde 2007.
De
qualquer forma, mesmo sem o anúncio do aumento das exportações agrícolas, a previsão para
2016 já trazia algum alento, pois a entidade previu na virada do ano uma recuperação de 2% para o segmento,
mesmo sem contar mais com o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e com as mudanças realizadas
nas regras do Finame Agrícola, que desde o começo do ano passou a ser vinculado à Taxa de Juro de Longo
Prazo (TJLP), que varia a cada três meses.
Na opinião do presidente da Anfavea, Luiz Moan, entretanto,
a taxa variável do TJLP não deve prejudicar os negócios, pelo contrário, já que o juro
de 7,5% é bem inferior à taxa básica de juro, hoje em 14,25%, e ainda existe a possibilidade de ela ser
reduzida. Há previsão também de aumento das exportações das próprias máquinas
agrícolas, com uma projeção de alta de 7% nas vendas para o mercado externo. (Alberto Mawakdiye)
Fonte: IPESI
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