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Publicado em 12/11/2015
Há sinais positivos no horizonte para a indústria brasileira. O primeiro é que a indústria
reduziu o excesso de estoques. O índice de evolução dos estoques efetivos em relação ao
planejado caiu de 53 para 51,6 pontos. Ao aproximar-se da linha divisória de 50 pontos, o índice indica que
os estoques estão se ajustando ao previsto pelos empresários. O dado é da Sondagem Industrial, divulgada
ontem (21) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"O início de um processo
de ajuste dos estoques é muito positivo, porque, se consolidado, abre caminho para o aumento futuro da
produção", explica o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Outro ponto positivo é que aumentou o otimismo dos empresários em relação às vendas
externas. O índice de expectativas de quantidade exportada nos próximos seis meses subiu de 50,2 pontos em setembro
para 52,5 pontos em outubro. Os indicadores de expectativas variam de zero a cem pontos, e quando estão acima de 50
revelam otimismo dos industriais.
Além disso, a disposição dos empresários para investir
melhorou um pouco. Depois de nove quedas consecutivas, o indicador de intenção de investimento subiu de 39,2
pontos em setembro para 40,7 pontos. Esse índice varia de zero a cem pontos. Quanto maior o número, maior é
a propensão do empresário para investir na indústria.
Mas nem todas as perspectivas para os
próximos seis meses são positivas. O indicador de expectativa em relação à demanda caiu
para 44,2 pontos e o de número de empregados recuou para 40,5 pontos. Os dois índices abaixo dos 50 pontos mostram
que a indústria aposta na retração do consumo e pretende demitir nos próximos seis meses.
APERTO - As incertezas econômicas e o aumento da taxa de juros dificultaram ainda mais o acesso das empresas
ao crédito. O indicador de facilidade de acesso ao crédito caiu pelo sétimo mês consecutivo e ficou
em 29,9 pontos em outubro. "A dificuldade de acesso ao crédito é maior que a observada no auge da crise financeira
de 2008 e 2009", informa a Sondagem Industrial. Conforme a metodologia da pesquisa, o indicador varia de zero a cem pontos
e quando está abaixo dos 50 revela dificuldade na obtenção de financiamentos. Quanto menor o índice,
maior é a dificuldade.
A sondagem revela também que os empresários estavam insatisfeitos com
o lucro e com a situação financeira no terceiro trimestre. O indicador de margem de lucro operacional ficou
em 32,7 pontos e o de satisfação com a situação financeira foi de 38,9 pontos, ambos abaixo da
linha divisória dos 50 pontos. De acordo com os industriais, os preços das matérias-primas também
subiram no terceiro trimestre. O indicador passou para 69,2 pontos e ficou acima dos 50 pontos, que separa o aumento
da queda dos preços.
Em setembro, o indicador de produção ficou em 42 pontos e o de emprego
alcançou 41,4 pontos. Ambos ficaram abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que indica queda na produção
e no emprego. O índice de utilização da capacidade instalada ficou estável em 66%, e está
seis pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado.
A forte oscilação
do dólar nos últimos meses fez com que a taxa de câmbio subisse do oitavo para o quarto lugar no ranking
dos principais problemas enfrentados pela indústria brasileira no terceiro trimestre. A taxa de câmbio
teve 27,5% das menções dos empresários, 11,8 pontos percentuais a mais do que no trimestre anterior.
"A volatilidade do câmbio dificulta qualquer análise prospectiva das empresas em planejamento de exportação,
formação de preços e investimento necessário para o esforço exportador", avalia a
CNI. Entre os exportadores, a taxa de câmbio foi o terceiro maior problema do terceiro trimestre.
A elevada
carga tributária, com 44,9% das respostas, continua em primeiro lugar no ranking geral dos principais problemas. Em
seguida, com 42,2% das menções, vem a demanda interna insuficiente e, em terceiro, com 29,4% das assinalações,
aparece a falta ou o alto custo da energia.
A Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 15 de outubro com 2.468
empresas, das quais 1.023 são pequenas, 884 são médias e 561 de grande porte.
Fonte: IPESI
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