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Publicado em 28/01/2015
Temos presenciado, de forma maciça, a ampla divulgação a respeito dos cursos técnicos bem como uma atenção especial, por parte do governo federal, para com esses cursos por meio da criação de novos institutos e, principalmente, pela oferta, na rede privada, de bolsas de formação oriundas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) criado pelo governo federal, em 2011, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica.
Esse movimento, envolvendo a rede privada, vai completar seu segundo ano em 2015, e muito desconhecimento ainda paira sobre os futuros e pretensos novos técnicos. Diversas situações trazem exemplos de alunos que desconhecem o verdadeiro papel de um técnico dentro de uma organização. Depoimentos de “quero aprender a costurar” ou “estou fazendo este curso para aprender a consertar o meu computador” nos levam a imaginar uma compreensão distante entre o papel dos técnicos dentro do quadro de colaboradores de uma organização daqueles cursos de curta duração que nos ensinam uma atividade específica.
Mas essa compreensão não se restringe somente aos candidatos a técnicos. O empresariado também precisa compreender o quão importante o técnico devidamente capacitado é para sua organização. O aprendizado que a empresa internamente dedica aos seus colaboradores, tornando-os especialistas naquelas atividades operacionais, pode e deve ser substituída por uma formação metodológica, profissional, prática e objetiva, por meio de instituições capacitadas e criadas com esse objetivo.
Para que se dimensione o papel do técnico é importante refletir sobre a diferença entre curso técnico, tecnólogo e curso de graduação.
O curso técnico, que tem duração entre um ano e dois, é um curso de nível médio que objetiva capacitar o aluno com conhecimentos teóricos e práticos nas diversas atividades do setor produtivo. Acesso imediato ao mercado de trabalho é um dos propósitos dos que buscam este curso, além da perspectiva de requalificação ou mesmo reinserção no setor produtivo. Ele é aberto a candidatos que tenham concluído o ensino fundamental e para a obtenção do diploma de técnico, é necessária a conclusão do ensino médio. Já o tecnólogo, cuja duração é de dois anos a três anos e meio, é um curso de graduação que abrange métodos e teorias orientadas a estudos, pesquisas, avaliações e aperfeiçoamentos tecnológicos com foco nas aplicações práticas. É aberto, como todo curso superior, a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo (vestibular). Assim como o tecnólogo, os cursos de graduação, que variam de quatro a seis anos, são abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio e tenham sido classificados em processo seletivo vestibular.
Quem opta por um curso técnico, em geral, quer aprender um ofício e ingressar rapidamente no mercado de trabalho. A compreensão do que é ser um técnico e a abertura das portas do mercado de trabalho para esse profissional por parte das empresas são fundamentais. A rápida qualificação, o conhecimento prático, a perspectiva de requalificação do colaborador, ou mesmo a sua reinserção no mercado, deve ser compreendida como fator importante de desenvolvimento, por todos os envolvidos nos diversos setores produtivos.
Mauricio Ribeiro, diretor dos cursos técnicos do Centro de Ensino Profissional Ir. Mário Cristóvão (Tecpuc), é especialista em Gestão Estratégica e em Gestão e Liderança Universitária pela Universidade de Caxias de Sul e pela Organización Universitaria Interamericana (OUI) e Instituto de Gestión Y Liderazgo Universitario (IGLU), Universidad de Guanajuato e Universidad de Colima – México.
Fonte: Gazeta do Povo / Maurício Ribeiro
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