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Publicado em 06/10/2014
Assim, Mario Bernardini, diretor de competitividade da ABIMAQ, encerrou sua explanação sobre o setor para os dois economistas representantes dos presidenciáveis, Aécio Neves e Dilma Rousseff, José Roberto Mendonça de Barros e Rodrigo Sabbatini, respectivamente, no evento “O PRÓXIMO GOVERNO E A INDÚSTRIA “, realizado em agosto, na sede da entidade em São Paulo.
Na abertura do evento, o presidente da ABIMAQ, Carlos Pastoriza, afirmou que embora reconheça que nos últimos anos o setor de máquinas e equipamentos teve vários pleitos atendidos, como o PSI, desoneração da folha de pagamento e reintegra, o setor está na UTI ou, mais precisamente, o setor de bens de capital está morrendo.
“Somos uma indústria de cadeia longa, onde todos os componentes do Custo Brasil incidem de 8 a 10 vezes, sendo que o tecido industrial está esgarçadíssimo e temos necessidade de ajustes importantes”, justificou Pastoriza o fato de a ABIMAQ promover esse debate como os economistas para que os associados pudessem ouvir e questionar sobre o cenário que se desenha para os próximos anos, aprofundando as discussões sobre o ambiente macroeconômico e as medidas de política industrial.
CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL
Para Mendonça de Barros, o problema mais importante do Brasil é retomar o crescimento em bases sustentáveis. “E consideramos a indústria um setor chave para o desenvolvimento econômico. A maior parte das inovações mundiais estão ligadas à indústria manufatureira, o que representa um reconhecimento mundial que a área é fundamental para o crescimento econômico”, afirmou.
De acordo com ele, o desarranjo fiscal vivido hoje no país, o câmbio desvalorizado e as altas taxas de juros contribuem para formar uma desordem econômica básica que não deixa o Brasil crescer. “Temos uma chance única de que o novo governo possa colocar as coisas nos seus devidos lugares. E essa é uma proposição de candidatura que só a oposição tem”, explicou Mendonça de Barros.
A promessa do economista da candidatura de Aécio é que “O novo governo colocará meta fiscal, o gasto corrente tem que crescer a um ritmo menor que o PIB nominal, evitando o crescimento desordenado na despesa com melhoria na situação fiscal”, explicou.
O primeiro passo para a redução da taxa Selic, de acordo com ele, será o fechamento imediato da taxa de juro longa, que, aliada à desvalorização cambial, permitirá a volta do crescimento industrial.
A criação do IVA – Imposto de Valor Adicionado, foi outra promessa da área econômica, que poderá resolver boa parte do desajuste fiscal, bem como um choque positivo de infraestrutura que ajudará na redução do Custo Brasil e gerará reflexos positivos para a indústria.
Outros pontos abordados foi o complemento do índice de preços relativos, alavancar novas vantagens comparativas e ampliar a integração da indústria com a área de serviços, promovendo ainda incentivos à inovação.
POLÍTICA INDUSTRIAL
Sabbatini, por sua vez, mencionou a necessidade de restabelecer uma política industrial. “Mas uma política industrial de Estado e não de governo, que seja perene e não mude com as mudanças de governo”, argumentou. “O país não pode nem em sonho abrir mão da indústria e é importante que se reconheça que o atual governo contribuiu para a criação de um mercado interno forte, portanto, a nossa consciência é de que país desenvolvido, um país rico não abre mão da indústria nunca” prosseguiu.
Elencou vários pontos a favor da indústria que o atual governo realizou como o PSI FINAME e outros ajustes. “Não podemos parar a política que estava sendo feita e sim melhorar o processo. A presidente Dilma defende a proteção comercial e a modernização do parque fabril e propõe para fomentar a competitividade brasileira alguns itens:
- Política de Estado x Política de Governo:necessidade de continuidade; necessidade de coordenação de políticas.
- As medidas de política industrial devem ter quatro pilares interligados:
a) Política Macroeconômica
b) Política Comercial
c) Política de Desenvolvimento Competitivo
d) Política de Compras com Margem de Preferência
Concluiu dizendo que o governo tem de ser o gestor de uma nova política macroeconômica e que as contas públicas não estão descontroladas.
Fonte: Abimaq
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