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Publicado em 03/09/2014
A força do agronegócio no sul se manifesta não só nas colheitas fartas, mas também na presença de indústrias de classe global ligadas diretamente às atividades agrícolas. Um dos exemplos mais emblemáticos desse processo é a New Holland, fabricante de tratores e máquinas agrícolas pertencente ao grupo CNH Industrial, criado em setembro de 2013, a partir da fusão da CNH Global e da Fiat Industrial. Desde 1975, a companhia opera uma fábrica própria no distrito industrial de Curitiba, de onde desenvolve produtos e soluções de ponta para o Brasil e para o mundo – ao mesmo tempo em que se firma como uma das empresas que puxam a inovação no agronegócio nacional.
Parte dessa vocação ficou explícita no papel que a New Holland exerceu desde o início: com suas máquinas e equipamentos, ajudou a difundir no Estado o conceito de agricultura de precisão. Na época, o método – que prevê o aproveitamento pleno da terra em nome de uma produtividade superior – era incomum entre aqueles que tinham a incumbência de semear e colher. Hoje, nas grandes cooperativas, a agricultura de precisão é um mandamento básico dos maiores produtores.
E esse papel está longe de se esgotar. A cada ano, a New Holland desenvolve novas ações para difundir suas tecnologias e ajudar os produtores a vencer o desafio de colher mais no mesmo pedaço de terra. Entre 2011 e 2014, a empresa realizou investimentos totais no país no valor de R$ 2 bilhões. Desse total, R$ 400 milhões foram aplicados na ampliação da fábrica de Curitiba – considerada a maior do grupo na América Latina. Os recursos foram usados no desenvolvimento de novos produtos e na modernização dos processos produtivos. Além disso, deram origem à Galleria New Holland, um prédio de 1,6 mil m2 que traz uma grande exposição da marca – desde os tratores mais antigos até modelos-conceito. Atualmente, 3 mil pessoas trabalham na unidade curitibana. As linhas contemplam quatro modelos de tratores e três de colheitadeiras. Entre elas estão inovações como a CS660 Arroz, uma colheitadeira que traz um sistema de tração adaptado a terrenos alagados, típicos dos arrozais.
Embora sob controle italiano, a New Holland não abre mão da proximidade com os produtores locais – inclusive nas etapas de desenvolvimento de novos produtos. Em junho, a empresa firmou um convênio de transferência de tecnologia e formação de recursos humanos com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Com a parceria, a New Holland terá a oportunidade de expor seus equipamentos à comunidade acadêmica, mostrando seus potenciais de desenvolvimento e utilização. Já os professores e alunos da Unioeste terão a chance de conhecer de perto o que existe de mais avançado no setor de máquinas agrícolas. “Uma empresa como a nossa precisa contar com uma linha completa de produtos. É preciso trabalhar em todos os segmentos – da fruticultura e florestamento até a agricultura tradicional, sempre com produtos específicos”, sustenta Luiz Feijó (foto), diretor comercial da New Holland.
A estratégia traz bons resultados à New Holland. Basta conferir as estatísticas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea): entre janeiro e maio de 2014, a companhia comercializou mais de 4,1 mil tratores em todo o país, um dos melhores resultados entre as companhias do setor. Somando-se as unidades da Case, que também pertence ao Grupo CNH, as vendas sobem para 5,5 mil máquinas – o segundo maior resultado, atrás apenas da Massey Ferguson.
Cerca de 70% dos tratores e colheitadeiras da New Holland se destinam ao mercado interno – o restante é exportado para países da América Latina, África e Leste Europeu. No Brasil, a marca é líder em vendas de tratores em alguns mercados-chave, como o Paraná, onde detém 38% de market share. Feijó ressalta que a participação da marca é expressiva também em Santa Catarina (20% do total) e no Rio Grande do Sul (15%). “O mercado brasileiro está muito aquecido no setor de máquinas agrícolas. Não podemos ficar de fora”, explica ele. Por isso, o plano da New Holland é expandir as vendas em todas as demais fronteiras agrícolas do país – tendo Curitiba como ponto de partida. “Vamos capilarizar nossas vendas para todo o Brasil”, avisa Feijó.
Fonte: Amanhã / Pedro Henrique Tavares
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