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Publicado em 05/12/2013
As empresas industriais despenderam 0,71% de sua receita líquida de vendas em pesquisa e desenvolvimento em 2011, percentual acima dos 0,62% registrados em 2008. É o que revela a Pesquisa de Inovação (PINTEC) 2011, que mostra também que, entre 2009 e 2011, 35,7% das 128.699 empresas com dez ou mais pessoas ocupadas inovaram em produtos e/ou processos. O setor de eletricidade e gás, incluído pela primeira vez na PINTEC 2011, alcançou uma taxa de 44,1%. Já nos serviços selecionados, 36,8% das empresas inovaram em 2011, enquanto na indústria foram 35,6%. Com exceção da indústria, que em 2008 alcançou uma taxa de inovação de 38,1%, os demais resultados não são diretamente comparáveis às edições anteriores da pesquisa, uma vez que houve a inclusão do setor de eletricidade e gás e dos serviços de engenharia, arquitetura, testes e análises técnicas ao âmbito da PINTEC. O investimento nas atividades inovativas chegou a R$ 64,9 bilhões em 2011, 2,56% da receita líquida de vendas das empresas.
A PINTEC revela também que, pela primeira vez, a falta de mão-de-obra qualificada aparece entre os dois maiores obstáculos à inovação na indústria, com 72,5% das empresas industriais atribuindo importância alta ou média a este problema, superado apenas pelos custos elevados (81,7%).
Entre 2009 e 2011, das quase 46 mil empresas inovadoras em produto e processo no Brasil, 85,9% realizaram ao menos uma inovação organizacional e/ou de marketing, 77,2% realizaram ao menos uma inovação organizacional e 60,7% alguma inovação de marketing. Além disso, as empresas que utilizam biotecnologia e nanotecnologia inovam mais: 65,1% das 1.820 empresas que realizaram alguma atividade de uso, produção e pesquisa e desenvolvimento (P&D) relacionada à biotecnologia foram inovadoras; já entre as 1.132 empresas que desenvolveram estas atividades para a nanotecnologia, 86,1% foram inovadoras.
A PINTEC mostra, ainda, que, nas empresas industriais, a aquisição de máquinas e equipamentos continua sendo a atividade mais importante na estrutura dos gastos realizados com inovações, com total de dispêndio de 1,11% sobre a receita líquida de vendas, participação que reforça a tendência já observada em todas as pesquisas realizadas.
A publicação completa da PINTEC 2011 pode ser acessada pelo link http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/industria/pintec/2011/default.shtm.
Mais de um terço (35,7%) das empresas inovaram entre 2009 e 2011
Das 128.699 empresas com dez ou mais pessoas ocupadas entre 2009 e 2011, 45.950 implementaram produtos ou processos novos ou significativamente aprimorados, uma taxa geral de inovação de 35,7%. Na indústria (35,6%), houve queda em relação a 2008, quando 38,1% das empresas haviam sido inovadoras. Nos serviços selecionados, 36,8% das empresas inovaram no período. Entre as empresas do setor de eletricidade e gás, 44,1% foram inovadoras.
Na indústria, houve predominância de empresas que inovaram apenas em processo (18,3%), seguidas pelas inovadoras em produto e em processo (13,4%). Apenas 3,9% inovaram só em produto. Nos serviços selecionados, 21,8% das empresas inovaram tanto em produto quanto em processo, 9,7% foram inovadoras apenas em processo e 5,4% somente em produtos. Entre as empresas do setor de eletricidade e gás, 41,9% das empresas que inovaram somente em processo, 1,8% em produto e processo e 0,4% só em produto.
Aquisição de máquinas e equipamentos é a atividade de maior importância para 73,5% das empresas inovadoras
Entre 2009 e 2011, a aquisição de máquinas e equipamentos continuou como a atividade considerada de importância alta ou média para 73,5% das empresas inovadoras. Na sequência, aparecem treinamento (59,5%) e aquisição de software (33,2%). Na indústria, esta sequência se mantém, com a aquisição de máquinas e equipamentos sendo a mais relevante para 75,9% das empresas, seguida de treinamento (59,7%) e aquisição de software (31,6%). Já nos serviços selecionados, a atividade de treinamento foi apontada como a mais relevante para 57,0% das empresas, seguida da aquisição de máquinas e equipamentos (51,9%). Em contraposição, aparece como menos importante para ambas, a atividade de aquisição externa de P&D (6,4% para a indústria e 12,0% para serviços selecionados). Nas empresas de eletricidade e gás, as atividades relacionadas a treinamento (67,6%) e aquisição de software (65,5%) foram as de maior relevância.
Empresas investem R$65 bilhões em atividades inovativas
Em 2011, o dispêndio feito pelas empresas nas atividades inovativas foi de R$ 64,9 bilhões, 2,56% da receita líquida de vendas. Na indústria, a aquisição de máquinas e equipamentos continua a ser a atividade mais importante na estrutura dos gastos realizados com inovações, com dispêndio de 1,11% sobre a receita líquida de vendas. Nos serviços selecionados, as duas primeiras pertencem às atividades internas de P&D (1,82%) e aquisição de máquinas e equipamentos (1,38%). No setor de eletricidade e gás, os maiores dispêndios foram com as atividades de P&D: aquisição externa de P&D (0,83%) e atividades internas de P&D (0,23%).
16,3% das empresas inovadoras gastaram com pesquisa e desenvolvimento
Aproximadamente 7,5 mil empresas inovadoras (16,3%) investiram em atividades internas de P&D em 2011. Destas, 78,9% (5,9 mil) foram empresas industriais, 20,2% (1,5 mil) empresas de serviços selecionados e 0,9% (65) de eletricidade e gás. Em relação à proporção da receita líquida de vendas voltada para atividades internas de P&D pelas empresas inovadoras, os principais dispêndios foram nas atividades de pesquisa e desenvolvimento (89,63%), desenvolvimento de software não customizável (5,41%), tratamento de dados, hospedagem na internet e outras atividades relacionadas (1,88%) e atividades dos serviços de tecnologia da informação (1,62%).
Quanto aos gastos com P&D interno na indústria, houve aumento na participação no total dos gastos com inovação, passando de 24,49% (R$ 10,7 bilhões) em 2008 para 29,78% (R$ 15,2 bilhões) em 2011. A relação entre os dispêndios em P&D interno e a receita líquida nas empresas industriais também aumentou, passando de 0,62% em 2008 para 0,71% em 2001.
Aproximadamente 103,3 mil pessoas estavam ocupadas nas atividades de P&D, sendo 71,3 mil na indústria, 31,2 mil nos serviços selecionados e 748 nas empresas de eletricidade e gás. Observa-se um crescimento de 48,4% no número de pessoas dedicadas às atividades de P&D nas empresas industriais em relação à edição anterior da pesquisa (48,1 mil pessoas). Além disso, cerca de 65,3% dos ocupados nas atividades de P&D das empresas inovadoras são pesquisadores, 26,4% são técnicos e 8,4% são auxiliares. Em relação ao nível de qualificação, 69,2% possuíam nível superior, 58,5% eram graduadas e 10,7%, pós-graduadas. Das 71,5 mil pessoas ocupadas nas atividades de P&D que possuíam nível superior, 78,1% (55,8 mil pessoas) eram pesquisadores. Destes, 16,4% possuíam pós-graduação e 17,2% tinham nível médio ou fundamental. Do pessoal ocupado como técnicos, 57,4% possuíam nível superior.
Inovações têm impactos positivos para 97,1% das empresas
Entre 2009 e 2011, 97,1% das empresas inovadoras atribuíram relevância alta ou média para pelo menos um dos impactos das inovações. Na indústria, a proporção que declarou ter obtido algum tipo de impacto relevante com a inovação foi de 97,0%, enquanto no período 2006-2008 esse percentual foi de 86,8%. Nos serviços selecionados, a proporção foi de 97,6%, enquanto nas empresas de eletricidade e gás, 90,9%.
Nas empresas industriais, o principal impacto das inovações esteve relacionado à capacidade de manutenção da participação da empresa no mercado (83,4%). As inovações que melhoraram a qualidade dos bens e serviços aparecem na sequência, com impactos relevantes para 81,7% das empresas inovadoras industriais. Nos serviços selecionados, os principais impactos das inovações foram a melhoria na qualidade de bens e serviços (84,6%) e o aumento da capacidade de produção ou de prestação de serviços (79,1%). Já nas empresas de eletricidade e gás, além da melhoria da qualidade dos bens e serviços como principal impacto das inovações (84,9%), os impactos relacionados à redução de custos se destacaram como relevantes: redução dos custos de trabalho (79,4%), redução dos custos de produção ou dos serviços prestados (79,0%) e redução do consumo de energia (64,4%).
Entre os impactos menos relevantes, as empresas industriais apontaram os ambientais: sobre o consumo de água (15,2%), de energia (28,6%), de matérias primas (31,6%) e sobre o meio ambiente propriamente dito (38,3%). Nos serviços selecionados, os impactos menos relevantes foram sobre o consumo de energia (15,7%), meio ambiente (31,2%) e sobre aspectos ligados à saúde e segurança (38,2%). Nas empresas de eletricidade e gás, as categorias de impacto menos relevantes foram aquelas relacionadas ao mercado e saúde e segurança: abertura de novos mercados (4,3%), ampliou a participação da empresa no mercado (7,1%), ampliou a gama de bens e serviços ofertados (18,5%) e sobre aspectos ligados à saúde e segurança (20,0%).
Um quarto da empresas inovativas usou o financiamento de máquinas e equipamentos
O principal instrumento utilizado pelas empresas para a implementação das inovações foi o financiamento para compra de máquinas e equipamentos (25,6%). Em seguida, aparecem outros programas de apoio (7,9%), que agregam as bolsas oferecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), os programas de aporte de capital de risco do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) e da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), a compra governamental, incentivos para o desenvolvimento de P&D, entre outros. Os menos utilizados foram a subvenção econômica (1,0%) e o financiamento a projetos de P&D e inovação tecnológica em parceria com universidades ou institutos de pesquisa (1,3%).
Falta de pessoal qualificado é um obstáculo à inovação para 72,5% das indústrias inovadoras
As quatro primeiras edições da PINTEC mostraram que os problemas e obstáculos econômicos exerceram supremacia sobre os demais para a implementação das inovações, especialmente os elevados custos, a escassez de fontes apropriadas de financiamento e os riscos econômicos excessivos. Em 2011, surgiu uma dificuldade não estritamente econômica apontadas pelas empresas industriais: 72,5% delas atribuíram importância alta ou média à falta de pessoal qualificado, obstáculo apenas superado pelo custo (81,7%). O terceiro posto foi assumido pelos riscos (71,3%), seguido pela escassez de fontes de financiamento (63,1%).
Os elevados custos também foram os obstáculos mais relevantes nos serviços selecionados (81,5%) e no setor de eletricidade e gás (83,2%). Entretanto, houve diferenças na segunda e terceira colocações, pois os riscos (73,8%) e a falta de pessoal qualificado (72,1%) foram a segunda e terceira dificuldades mais enfatizadas pelas empresas inovadoras de serviços. Já no setor de eletricidade e gás, apontaram-se a rigidez organizacional (81,5%) e os riscos (80,0%) na segunda e terceira posições, respectivamente.
Quanto às razões para não inovar apresentadas pelas empresas que não implementaram inovações no triênio 2009-2011, as condições de mercado foram apontadas por 66,1% das empresas na indústria, 72,6% no setor de eletricidade e gás e 44,4% nos serviços.
Quase 40 mil empresas implementaram inovações organizacionais e/ou de marketing
Entre 2009 e 2011, das quase 46 mil empresas inovadoras em produto e processo no Brasil, 85,9% realizaram ao menos uma inovação organizacional e/ou de marketing, 77,2% realizaram ao menos uma inovação organizacional e 60,7% alguma inovação de marketing. O percentual de indústrias que realizou ao menos uma inovação organizacional e/ou de marketing foi de 85,5%, ao passo que 76,9% realizaram ao menos uma inovação organizacional e 60,9% alguma inovação de marketing. Nos serviços, esses percentuais foram maiores, considerando as 4,3 mil empresas inovadoras: 89,5%, 79,6% e 61,5%, respectivamente. Nas empresas do setor de eletricidade e gás, 86,1% das 222 empresas inovaram em alguma técnica organizacional e/ou de marketing. Todas realizaram ao menos uma inovação organizacional, o que significa que, das 28 empresas (12,8%) que efetuaram alguma inovação de marketing, todas o fizeram simultaneamente às inovações organizacionais.
Empresas que utilizam biotecnologia e nanotecnologia inovam mais
Em 2011, 1.820 empresas declararam ter realizado alguma atividade relacionada ao uso, produção e pesquisa e desenvolvimento em biotecnologia, sendo que 65,1% delas foram inovadoras. Das 1.132 empresas que desenvolveram estas atividades para a nanotecnologia, 86,1% foram inovadoras. As empresas industriais que desenvolveram atividades de nanotecnologia apresentaram maior taxa de inovação (86,2%) do que as de biotecnologia (63,3%). Já nos serviços, as empresas que realizaram atividades em biotecnologia foram mais inovadoras (97,3%) do que aquelas que utilizaram nanotecnologia (83,6%).
Na indústria, 2,6% das empresas inovadoras realizaram atividades em biotecnologia, enquanto esta proporção foi de 2,3% para nanotecnologia. Nos serviços, essas proporções foram menores: 1,8% das empresas inovadoras realizaram atividades em biotecnologia e 0,2% em nanotecnologia.
Fonte: IBGE
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