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Publicado em 28/10/2013
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que representa um dos setores mais atingidos pela desaceleração da economia, tem feito grande esforço para mobilizar o empresariado e os parlamentares em defesa da indústria nacional. Atuando como articuladora da Frente Parlamentar da Indústria Mineira, a entidade defende soluções de médio e longo prazos, como a redução de juros e a elevação do câmbio. Em curto prazo, propõe instrumentos como a margem de preferência nas compras governamentais.
Para o diretor de Pesquisa e Estatísticas da entidade, Mário Bernardini, é muito preocupante a queda da participação da indústria brasileira no Produto Interno Bruto (PIB), que passou de 35% em 1986 para 13% em 2012. "Este ano deve cair para 12", indica, ressaltando que esse processo de desindustrialização acontece de forma prematura no Brasil.
Isto porque, segundo ele, em países desenvolvidos, somente quando o PIB per capita alcança a faixa entre US$ 15 mil e US$ 20 mil é que se aumenta a participação do setor de serviços, considerando que a demanda por produtos passa a ser de reposição e não de aquisição. "Isso é normal e saudável", observa Bernardini, ressaltando que essa lógica não se aplica ao Brasil, uma vez que a faixa é de apenas US$ 10 mil.
Entre os motivos para essa "desindustrialização", Bernardini destaca a atual política econômica, de juros altos e câmbio baixo. "Se queremos crescimento econômico, temos que ter juros baixos e câmbio alto, ainda que haja algum efeito inflacionário", defende, reconhecendo, no entanto, que em ano pré-eleitoral dificilmente o governo federal escolheria este caminho, tendo em vista, inclusive, que sua base eleitoral é formada por uma parcela da população muito sensível a alta dos preços.
Enquanto as reformas política, tributária e trabalhista estão ainda em distante perspectiva, Bernardini defende ações emergenciais, que podem contribuir para a sobrevivência ou crescimento da indústria brasileira.
Entre essas medidas, ele destaca a margem de preferência, pelo governo federal. Em sua avaliação, instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal ou Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), "devem atrelar os financiamentos à compra da indústria nacional", defende.
Ainda nessa perspectiva, o diretor da Abimaq entende que empresas de grande porte devem ser incentivadas pelos governos federal ou estaduais a fazer suas aquisições da indústria nacional. Ele reconhece a dificuldade da proposta, tendo em vista que o mercado é livre. "Se tem dinheiro público, é livre em termos".
Fonte: Diário do Comércio – MG
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