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Otimismo é marca da inovação brasileira, afirma especialista francês

Publicado em 21/10/2013

Innovation Day traz ao Brasil Marc Giget, diretor-fundador do Instituto Europeu de Estratégias Criativas e de Inovação

“O brasileiro sempre acredita que é possível melhorar as coisas. E isso se reflete na forma de suas empresas inovarem. Inovação não é uma questão tecnológica, é um estado de espírito, de atitude. É querer sempre fazer o melhor”, afirmou Marc Giget, diretor-fundador do Instituto Europeu de Estratégias Criativas e de Inovação, na tarde desta quinta-feira (17). O especialista francês foi um dos palestrantes do segundo e último dia da quarta edição do Innovation Day, evento promovido pelo Senai no Paraná para estimular o diálogo em torno da inovação e sua prática dentro das indústrias e empresas paranaenses.

Giget acredita que o mundo, principalmente a Europa, enfrenta atualmente uma grande onda de pessimismo e nostalgia. Neste cenário, o Brasil floresce como um ambiente altamente inovador.  “Enfrentamos uma onda de saudosismo, acreditando que o passado era melhor. O Brasil não, ele acredita no futuro. Acreditar no futuro é essencial para que existam investimentos para torna-lo possível”, conta.

Segundo o especialista, o Brasil tem se empenhado para superar sua defasagem tecnológica. “Competitividade é fundamental. As empresas brasileiras têm buscado isso, continuamente. O produto brasileiro tem muito valor agregado, em design, em brasilidade. E isso é um diferencial para tornar-se mais competitivo”. Giget defende que apesar dos problemas, o país está entre os mais inovadores do mundo. “O Brasil ainda tem todo tipo de problema, mas reconhece isso e busca soluções. As manifestações que ocorreram aqui mostram isso. Reconhecer que mudanças precisam ser feitas é prova de sabedoria. E esse é o motor da inovação”, finaliza.

Os desafios empresas brasileiras para inovar foi debatido em seguida, no painel mediado pelo gerente de inovação do Senai no Paraná, Filipe Cassapo. Vanderlei Kichel, sócio proprietário e diretor geral da SetaDigital, Carlos Jayme, diretor de marketing & vendas da CINQ Technologies, e Luiz Rezende, diretor industrial da Pratica – Equipamentos de Panificação, apresentaram seus cases, mostrando que inovar é possível mesmo sendo uma pequena e média indústria. Segundo os participantes, o segredo do sucesso, nesse caso, é inovar com foco. “Pequenas empresas têm recursos humanos e financeiros mais restritos. Para conseguir inovar nesse cenário é essencial saber onde se quer chegar e, na medida do possível, realizar pequenas inovações incrementais durante o processo”, conta Kichel.

Encerrando o evento, Luli Radfaher, professor-doutor de Comunicação Digital da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes) e colunista da Folha de S. Paulo, construiu um panorama sobre o tema inovação, tendências e visão de mundo com novas tecnologias, durante sua palestra com o tema “Para a frente, com os olhos no retrovisor”. Segundo o professor, a internet está chegando à sétima fase de seu desenvolvimento: a Wetware.

“Na Wetware, o digital se misturará ao nosso próprio corpo e a todo ambiente. O computador se dissolverá, estará presente em tudo, não será mais um objeto”, explica. Radfaher conta que no futuro, todos os produtos serão em forma de serviço. “Você não comprará mais um tênis e jogará fora algum tempo depois. Você vai comprar, usar, a empresa virá recolher, lhe entregar um novo e reciclar o antigo. O modo que vivemos hoje é insustentável. Tudo será serviço e será baseado em métricas e inteligência”, diz. “O importante nesse processo é compreender que a inteligência humana é única. É diferente da inteligência artificial, nós somos apenas co-dependentes dela. É o ser humano a fonte de toda a rede e toda informação, e isso é insubstituível”, encerra.

Fonte: Agência Fiep

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