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Publicado em 17/10/2013
A economia verde virou marketing para muitas empresas reconhecidas no mercado brasileiro e mundial, a Coca-Cola e a Natura são exemplos disso. Isso não é diferente na indústria manufatureira. A sustentabilidade como estratégia de marketing foi um dos temas abordados durante as palestras realizadas no Espaço do Conhecimento, no Pavilhão da Uva, em Caxias do Sul, durante a Feira de Subcontratação e Inovação Industrial - Mercopar 2013.
Segundo o palestrante e gestor de sustentabilidade do Sebrae/RS, Cobausc dos Santos, a palestra foi realizada durante o evento para sensibilizar os empresários presentes. “Quando se fala em pequenas empresas, podemos pensar que as empresas grandes, que apelam para a economia verde, precisam de fornecedores menores que serão escolhidos por esse fator”, explica.
Um dos argumentos sustentados por Santos durante a palestra é o índice de aceitação dos consumidores. Uma pesquisa revela que 80% dos consumidores estão dispostos a pagar mais caro por um produto sustentável. Eficiência energética, redução de consumo da água, redução do consumo de matérias-primas (evitar o desperdício) e gerenciamento de resíduos sólidos são algumas práticas sustentáveis que o empresário pode adequar ou inovar em sua empresa. “O empresário também ganha com isso”, diz Santos. Além de atrair o consumidor consciente, ele estará garantindo, muitas vezes, uma produção mais limpa e mais barata.
Exemplo que vem de fora
O gestor de sustentabilidade conta que a preocupação com o meio ambiente como filosofia da empresa já é comum em países mais desenvolvidos, como a Alemanha, mas que no Brasil essa prática é relativamente recente, principalmente em razão da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entrará em vigor em 2014. “Todos os setores que são objetos dessa política estão tendo que se adequar e buscar essas informações”, explica.
É o que faz, por exemplo, a fabricante de tornos Index Traub, que aplica a sustentabilidade diretamente no produto. A porta-voz e marketing da subsidiária do Brasil, Lívia Kurtz, conta que a preocupação com a fabricação de produtos sustentáveis é uma prática comum na matriz da empresa, situada na Alemanha, há muitos anos. Já no Brasil, isso passou a ser levado mais a sério há pouco mais de cinco anos. Ela explica que as máquinas produzidas pela empresa são desenvolvidas com conceito de eficiência energética e otimização do processo de usinagem. “Quanto mais otimizar o processo, por consequência você vai diminuir o impacto ambiental”, diz Lívia.
Ela conta que a matriz segue rígidos critérios de sustentabilidade, que são adaptadas à realidade brasileira. Entretanto, a tecnologia agregada para atingir essas normas ambientais torna o equipamento mais caro, por isso as adequações acontecem gradativamente no Brasil. “Esta é uma cultura que está mudando no País”, diz Lívia.
Seguindo a tendência, a empresa Seco Tools dá continuidade no Brasil a um projeto de reciclagem de metal duro, idealizado pela matriz da empresa na Suécia. O analista de comunicação e marketing da empresa, Rogério Cardoso, explica que a Seco compra as pastilhas usadas dos clientes e devolve para a matriz na Europa, onde é feito o processo de reciclagem do material. Além disso, Cardoso explica que quando o material usado não pode ser reaproveitado para a produção de novos produtos, ele é revendido e o dinheiro arrecadado é usado para ações de responsabilidade social. Iara Schneider, marketing da maior distribuidora da empresa no Brasil, a Lesi, conta ainda que os catálogos da empresa são reaproveitados por alunos do Senai. “Os alunos aprendem a calcular dados de corte com eles”, fala. Mas, práticas realizadas no cotidiano da subsidiária de Sorocaba, em São Paulo, também são realizadas: coleta seletiva e reestruturação de máquinas e geradores novos.
Outra empresa que busca práticas sustentáveis no dia a dia da empresa é a Lycos Equipamentos, de Caxias do Sul. “Esse é o nosso argumento de marketing, mas é verídico”, diz a gerente administrativa, Suélen Rizzoto. Ela e o irmão e sócio, Luciano Vitor Rizzoto, explicam que a sustentabilidade se tornou uma filosofia interna da empresa “e buscamos refletir isso na política dos nossos produtos”. Eles têm adequado algumas práticas que afetam o dia a dia da empresa, desde a contratação de uma prestadora de serviços certificada para gerenciar o lixo, até a substituição de copos plásticos de café e água para xícaras e canecas. Suélen lembra que práticas simples no cotidiano dos funcionários tornam-os multiplicadores da ação sustentável, que levarão estas práticas para casa e assim por diante. “O comportamento dos nossos funcionários se reflete no nosso produto”, complementa Luciano.
Fonte: CIMM
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