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Publicado em 03/10/2013
Além de conseguir emprego mais rápido, quem tem curso técnico na área industrial garante salário médio até 24% maior do que os trabalhadores dos setores de serviços, comércio e agropecuária. Os dados fazem parte de um estudo do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), divulgado dia 26. Os resultados mostram também que as carreiras ligadas à indústria são mais promissoras. Em 10 anos, o profissional do setor chega a ganhar 260% a mais do que os iniciantes. Nas outras profissões, essa variação é de 173%.
Na avaliação do diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, a educação tem papel determinante para a indústria nacional avançar. “Atualmente, a produtividade dos trabalhadores brasileiros equivale a um terço da sul-coreana, a um quarto da alemã e a um quinto da norte-americana”, comparou. Para o diretor de Política e Estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes, a questão chave para garantir competitividade à indústria nacional é aumentar a produtividade.
Lucchessi ressaltou que quem se forma para trabalhar na indústria pode conseguir oportunidades também em outros setores. “Há um mercado importante interessado em oferecer serviços à indústria. Essas empresas não são fábricas, mas precisam dos técnicos industriais”, explicou. O estudo avaliou 2,5 milhões de empregos em 103 ocupações de nível técnico tipicamente industriais. Desse total, 47% estão na indústria, 29%, no setor de serviços e 23%, no comércio.
Outro fator preponderante na hora de optar por um curso técnico é a facilidade de entrar no mercado de trabalho. As 103 ocupações analisadas pelo Senai tiveram crescimento no volume de empregos de 36,6% entre a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2006 e a de 2011. Foram identificadas também as dez ocupações industriais que mais abriram vagas nesses cinco anos. Juntas, elas tiveram crescimento de 70% nos postos de trabalho.
Entre essas 10, sete têm remuneração acima de R$ 2.519,34, que é média salarial desse grupo. Os supervisores de usinagem, que atuam principalmente no desenvolvimento de peças metálicas, têm remuneração média mais alta, de R$ 3.694,56 mensais. Os técnicos mecânicos, responsáveis por projetar, fabricar e modificar sistemas eletromecânicos, vêm logo em seguida, com R$ 3.607,17, e os técnicos em construção civil, recebem R$ 3.461,52.
Para Lucchesi, fazer um curso técnico não significa estagnar nos estudos. “É até um incentivo para seguir estudando. Muitos profissionais fazem cursos de graduação depois e conseguem elevar ainda mais seus ganhos”, disse. Os cursos têm no mínimo 800 horas/aula e oferecem conhecimentos teóricos e práticos em diversas atividades do setor produtivo.
A criação de programas de retenção de pessoas (valorizando pessoa e salário) é uma das ações previstas na Visão 3, Excelência em Formação e Gestão de Recursos Humanos para o Setor Metal Mecânico, da Rota Estratégica para o Futuro da Indústria Paranaense – Roadmapping de Metal Mêcanica (Frente, Verso). Para os especialistas, autores da rota estratégica, essa cooperação entre os atores permite a construção e implementação de propostas adequadas aos desafios do desenvolvimento sustentável, das mudanças tecnológicas e das inovações muito importantes para o setor.
Fonte: Correio Braziliense
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