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Dez projetos industriais no âmbito da Embrapii

Publicado em 26/07/2013

Dez projetos industriais no âmbito da Embrapii, orçados em R$ 23,4 milhões, formam balanço da iniciativa no IPT

Os dez primeiros contratos de projetos aprovados na fase piloto da Empresa Brasileira para Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) no Instituto de Pesquisas Tecnológicas foram assinados em cerimônia realizada dia 25 de julho, no campus do IPT. O valor total dos projetos de R$ 23,4 milhões é a concretização, nas palavras do diretor-presidente do Instituto, Fernando Landgraf, da aposta de alto risco tomada em 2012 em pesquisas em nanotecnologia para atuação na Embrapii e do foco intensificado em P&D a partir da criação da diretoria de inovação do IPT em 2009: “O percentual da receita associada a projetos de inovação aumentou de 13% em 2010 para 21% em 2012 em relação à receita total do Instituto. Isso é resultado do maior investimento das empresas brasileiras em inovação e do apoio do Governo Federal, graças a iniciativas como a Embrapii e o BNDES Fundo Tecnológico (Funtec), e do Governo do Estado de São Paulo, como a construção do Núcleo de Bionanomanufatura”.

Seis projetos em nanotecnologia, dois em biotecnologia, um em micromanufatura e um em novos materiais compõem o balanço dos dez primeiros em execução. A Natura atua no mercado de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal; a InterCement é a holding para os negócios de cimento do Grupo Camargo Corrêa; a Iharabras Indústrias Químicas tem uma linha de produtos para culturas agrícolas e também para o controle de pragas domésticas, como fungicidas e herbicidas; a Elekeiroz é uma produtora de intermediários químicos de uso industrial; a TheraSkin é uma indústria farmacêutica; o Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Itehpec) é o braço tecnológico da associação brasileira do setor, e reúne em um projeto colaborativo novamente a Natura, o Grupo Boticário e a Yamá, as duas últimas também atuantes no segmento de beleza. A Angelus é a única pequena empresa até agora na fase piloto do projeto da Embrapii com o IPT, desenvolvendo soluções em produtos odontológicos.

O empresário Pedro Passos, presidente do Conselho de Administração da Natura e membro do Conselho de Orientação do IPT, falou como representante das empresas que apostaram no projeto piloto da Embrapii. “Tenho acompanhado o desenvolvimento do Instituto nos últimos sete anos e pude ver uma enorme evolução na sua busca de entendimento das demandas empresariais e da sociedade, com a formulação de novas estratégias. Para chegar a este ponto, é fundamental o apoio dos Governos federal e do Estado de São Paulo, juntamente com o investimento das empresas em pesquisa”, afirmou ele. “O sonho vem se tornando realidade, com o IPT cada vez mais autônomo e presente nas empresas que querem inovar, mas neste momento o País precisa de um novo modelo para o desenvolvimento. Estabilizamos a moeda nos últimos 20 anos e distribuímos renda, e agora o Brasil precisa integrar-se mais às cadeias globais. Precisamos enfrentar alguns desafios, como na educação, e inovação é fundamental para novos avanços. Os esforços da Embrapii, com apoio dos governos estaduais, podem proporcionar ganhos de produtividade de que o País necessita para não distanciar-se de seus competidores.”

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, ações como a Embrapii são exemplos de iniciativas para estimular o setor privado e aumentar sua confiança para a execução de projetos de inovação: “Estou feliz que as empresas confiaram nesta proposta, e este deve ser um dos exemplos dentro do conjunto de ações de investimento em P&D para melhorar a situação brasileira em inovação e competitividade. Inovação tem pressa no Brasil e temos ainda disponibilidade de recursos para outros projetos: orçamentos públicos para iniciativas como esta não irão faltar”. Seis outros projetos estão prestes a serem assinados ou em fase final de negociação, no valor de R$ 17 milhões, e as assinaturas de acordos para novos projetos serão aceitas até o dia 8 de dezembro de 2013.

COMO FUNCIONA – O financiamento da Embrapii destina-se a projetos inovadores de áreas específicas de atuação dos três parceiros do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que operacionalizam a iniciativa. O IPT atua em projetos de biotecnologia, nanotecnologia, microtecnologia e novos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos. O Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Rio de Janeiro, desenvolve projetos nas áreas de energia e saúde, e o SENAI-Cimatec, da Bahia, em automação e manufatura.

Do valor total do projeto, um terço vem da Embrapii, com base em repasse de recursos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), e mais um terço é de responsabilidade das empresas, o que totaliza dois terços de recursos financeiros não-reembolsáveis. O IPT aporta um terço restante como contrapartida provinda do Governo do Estado de São Paulo, o que envolve infraestrutura, equipamentos e suporte administrativo do Instituto.

As fases de tramitação do projeto no processo de seleção incluem sua apresentação, feita por um pesquisador do IPT, e a negociação da propriedade intelectual. Os projetos são avaliados sob três aspectos: potencial de geração de inovação, risco tecnológico e potencial de geração de valor. Existe ainda a possibilidade de interação com outros modelos de apoio à inovação, como a Lei de Informática e a Lei do Bem, também criadas pelo Governo Federal para apoiar a inovação.

Paulo Mól Jr, diretor de inovação da CNI e coordenador do projeto executivo da Embrapii, enfatizou o investimento no chamado intervalo pré-competitivo da empresa nacional, onde se encaixa a inovação. “Foram necessários diversos ajustes para que chegássemos a um projeto de financiamento ágil para inovar, que veio a ser a Embrapii. Três instituições de pesquisa foram selecionadas para a fase piloto, com base em critérios de competência técnica e visibilidade junto às empresas. O projeto altera a cultura de todos os envolvidos: governos, instituições de pesquisa e empresas”, afirmou ele. “As instituições vão às empresas vender projetos que serão desenvolvidos conjuntamente. 

Com a parceria da Embrapii recursos públicos alavancam investimentos privados, compartilhando riscos e resultados. É um modo de agir novo, complexo e que leva tempo, mas o caminho é este. Na conexão com o mundo real, empresas são bem-vindas aos institutos e eles nas empresas.”

INFRAESTRUTURA LABORATORIAL – Na avaliação feita por Zehbour Panossian, diretora de inovação do IPT, os projetos de pesquisas aprovados envolvem valores variáveis. “Quando pensamos nos 10 projetos desenvolvidos para estas áreas, principalmente em nanotecnologia, estes valores não são pequenos. São números interessantes, já que não preveem compra de equipamentos, mas basicamente mão de obra e ensaios”, explica ela. A infraestrutura laboratorial foi adquirida durante o projeto de modernização do Instituto, iniciado em 2008. Especificamente no Núcleo de Bionanomanufatura, que é uma de nossas áreas de atuação na Embrapii, foram investidos pelo Governo do Estado de São Paulo R$ 25 milhões em obras civis e outros R$ 23 milhões em instalações e equipamentos. “Esses investimentos reduzem substancialmente o impacto dos custos dos projetos que estão sendo negociados hoje”, completou.

Segundo Zehbour, o IPT sempre atuou pela demanda da empresa e isso faz parte do DNA do Instituto. “Enquanto a tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores das universidades em grande parte das vezes é realizada de acordo com as suas intenções de pesquisas para depois entrarem em contato com as empresas, institutos de pesquisa como o IPT já atuam há muito tempo com a lógica de atender as demandas e necessidades das empresas, o que é a proposta da Embrapii”, afirma ela. “A novidade é que antes no Brasil não havia fontes de financiamento que avaliassem os projetos a partir de uma perspectiva forte de mercado. O esforço pela inovação deve ser sistemático e quem investe em P&D não pode esperar retorno de lucratividade em curto prazo.”

Assinatura dos contratos IPT-Embrapii-Iniciativa Privada    

 “As dificuldades da economia cada vez mais acabam obrigando as pessoas tomar atitudes mais prementes para sobreviver no dia a dia. Aliado a isso, há o imediatismo que caracteriza um pouco a cultura do povo brasileiro. Por isso destaco a importância de uma iniciativa como esta na qual há a ação coordenada da academia, do instituto de pesquisa, dos governos estadual e federal, junto com os empresários, em busca de obter algo novo que possa ampliar a competitividade”, afirmou Roberto Caiuby Vidigal, presidente da Techint e do Conselho de Orientação do IPT. “Este trabalho em harmonia pode produzir a algo duradouro e de longo prazo. A existência de uma demanda de mercado é vital para que se possa investir, principalmente em um mundo globalizado, no qual competimos com o mundo. A Embrapii nos apresenta uma ferramenta extraordinária de tornar mais ágeis as atividades que buscamos empreender”.

A Rota Estratégica para o Futuro da Indústria Paranaense – Roadmapping de Metal Mêcanica (Frente, Verso), apresenta nanotecnologia como tecnologia-chave para uma indústria de Metal Mecânica Competitiva e Inovadora. A visão 1, Metal Mecânica Inovadora em Produtos, Processos e Serviços considera necessária a superação de fatores críticos como interação no desenvolvimento de pesquisas entre universidades e setor industrial; competitividade no uso de novos materiais; P&D no desenvolvimentos de materiais nanoestruturados. E na Visão 2, Polo de Competitividade Metal Mecânico, fatores como competitividade, fortalecendo relações com o Centro Internacional de Negócios (CNI); políticas públicas, criando linhas de financiamento específicas para o polo.

 Fonte: IPT

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