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Publicado em 06/06/2013
A Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei) comemorou dez anos de fundação, ontem, no Holiday Inn, junto ao Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo (SP), onde se realiza a Feimafe 2013. A entidade, criada em 2003 por empresas importadoras de bens de capital, reúne 80 associados, que correspondem a mais de 80% dos principais players do setor no Brasil e juntos movimentam mais de US$ 2 bilhões de negócios por ano.
Na Feimafe 2013, 49 associados da Abimei participam como expositores e ocupam mais de 6 mil metros quadrados do Pavilhão do Anhembi. Dados divulgados pela Reed Alcântara Machado, organizadora da feira, indicam que 47% do total dos expositores são importadores ou multinacionais, o que sugere que a indústria brasileira necessita de bens de produção importados dos mais variados tipos.
De fato, o fabricante brasileiro – incluindo o de máquinas-ferramenta – não pode prescindir dos produtos importados para fabricar seus equipamentos. Toda a indústria que produz equipamentos com CNC é praticamente obrigada a importar o CNC e o conjunto eletrônico porque a produção nacional não supre as necessidades. Há apenas um fabricante de CNCs no Brasil.
Mesmo quando existe a oferta de componentes, partes e peças de produção local, a grande maioria dos fabricantes nacionais importa uma boa parte, para tornar seus produtos mais competitivos em preços ou em tecnologia agregada – ou as duas coisas. Fabricantes brasileiros também complementam suas linhas com máquinas importadas.
Com esse cenário, os dez anos de fundação da Abimei deveriam ser comemorados só com brindes e discursos leves. Não é bem assim. Os importadores têm uma vasta lista queixas e reivindicações, que vão do preconceito contra os importadores a aspectos bem mais tangíveis, como o aumento da alíquota de importação para até 35% (o máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio – OMC) para máquinas e equipamentos, conforme o discurso do presidente Abimei, Ennio Crispino, durante o evento.
“Somos importadores de bens de capital e meios de produção. Para certos setores da sociedade, a simples menção desta atividade – importação – é capaz de provocar um distanciamento, uma aversão, um fim de conversa”, disparou o dirigente logo depois das frases de praxe em aberturas de discursos.
“Especialmente na chamada grande imprensa e nos discursos oficiais das grandes e poderosas entidades representativas da indústria nacional, a importação de máquinas e meios de produção é tratada como uma atividade inimiga do Brasil e dos brasileiros e, por isso, deve ser combatida”, continuou.
Crispino lembra porém que os importadores são proprietários ou administradores de empresas brasileiras ou multinacionais presentes no Brasil, que geram empregos e pagam impostos. Para ele, os importadores oferecem “a única saída para o Brasil retomar a curva do crescimento sustentado, com inovação e competitividade”.
Conforme Crispino, “há um intencional grito, que beira o sensacionalismo, atribuindo a culpa do mau desempenho da economia às importações. Mas os dados da Organização Mundial de Comércio, divulgados em abril último, mostram que também no Comércio Internacional o Brasil vem perdendo posições, e não somente no que tange às exportações. Ao contrário, também estamos importando menos.”
Crispino afirma ainda que “com as medidas que foram tomadas e as atitudes preconceituosas de alguns setores relacionados à formação da opinião pública, todos estamos perdendo”.
Em outro trecho, ele diz: “Na contramão da lógica, com o mesmo argumento de preservação de empregos, em outubro do ano passado, o governo brasileiro aumentou o imposto de importação de 100 itens, entre eles, pelo menos de 15 bens de capital e insumos utilizados pela indústria, subindo a alíquota de 14 para 25%. Assim, tende-se a achar que o patamar de 14% de imposto de importação de bens de capital necessários a equipar as indústrias nacionais é ótimo, quando, na verdade, já seria um descalabro se comparado com a média mundial de 2%.”
“O governo já teria incluído outros 100 itens, desta vez, aumentando a alíquota de 14 para até 35%, o teto máximo admitido pela Organização Mundial do Comércio, se não fossemos nós, da Abimei, e colegas de outras entidades representativas de importadores, termos nos manifestado fortemente contrários a esta nova lista, com justificativas amparadas em estudos técnicos”, afirma.
Na opinião o presidente da Abimei, “o que preserva emprego é aumentar o nível de riqueza no país e isso se dá com o aumento da produção interna de bens, pela indústria de transformação e pelo aumento da competitividade. De nada adianta proteger a indústria nacional sobretaxando as máquinas, equipamentos e insumos industriais”.
Fonte: Ipesi
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