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Fiep comemora Dia da Indústria em Pato Branco

Publicado em 23/05/2013

Em clima de otimismo e boas expectativas para 2013, comitiva da Fiep realiza ações no município

Com a política de deixar a gestão da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) mais próxima à realidade do interior, e repetindo a experiência vivida no ano passado com as comemorações da Semana da Indústria, uma comitiva de industriários esteve em Pato Branco na terça-feira (21) para as festividades de 2013 alusivas a data.

Entre as ações desempenhadas ao logo do dia, a comitiva pode conhecer todo o processo de fabricação de fogões de uma das três maiores empresas brasileiras do ramo e as políticas públicas municipais para o processo de transferência de tecnologia inseridas na Incubadora Tecnológica de Pato Branco (ITECPB), em visita ao Parque Tecnológico do município. Ainda fazendo parte das atividades, na noite de ontem foi inaugurado o Centro de Eventos do Sistema Fiep, que leva o nome do industrial Edson Flessak.

Ao contrário do cenário vivido em 2012, esse ano as comemorações da Semana da Indústria acontecem com ares de boas perspectivas. Enquanto no ano passado o clima favorável era descrito por 76,95% dos industriários, durante a Sondagem Industrial 2012-2013, realizada pela Fiep, 84,02% do setor paranaense se mostrou otimista. Esse é o sexto melhor indicativo, segundo pesquisa que é feita todos os anos desde 1996. O melhor número foi registrado em 2008, quando 87,87% dos industriais declararam ter expectativas favoráveis para o ano.

Segundo o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, esse clima de satisfação pode ser observado pela ótica do suporte que a federação vem dando aos industriários. “Buscamos dar sustentação ao empresariado paranaense para que ele seja competitivo, tanto para o mercado interno, como o externo”, disse.

Como forma de alavancar o setor, ele destaca a integração de todos as entidades integrantes do sistema Fiep. “Quando se fala em capacitação, fala-se do Sesi, Senai e IEL, que dão suporte na capacitação, na formação de mão de obra e na condição de vida digna ao trabalhador”. Campagnolo ressaltou ainda a existência do Observatório, que envolve ações específicas para os empresários.

Ele também aproveitou a visita ao Sudoeste a anunciou um novo projeto da Fiep, a Bússola da Informação. “Por meio desse programa, estamos mapeando qual é o nível de inovação das indústrias que formam as mais de 30 cadeias produtivas existentes. E, assim, podemos dar condições para que elas tenham mecanismos de acesso não só em informações, mas também em linhas de créditos pontuais, como recentemente o Governo Federal anunciou R$ 30 bilhões em tecnologia, pesquisa e inovação”, disse. Ele explica que isso representa vários instrumentos e oportunidades para que o setor volte a competir, tanto internamente, como no mercado externo. “Em um passado não muito distante, devido a variação cambial, perdemos espaço no setor dos manufaturados”, aponta.

Para o prefeito Augustinho Zucchi o setor industrial é determinante para o equilíbrio das relações de qualquer município, especialmente para a geração de emprego e renda e para a geração de divisas. “Não é apenas o número de funcionários que trabalha e nem apenas a geração da renda que isso proporciona, mas é a divisa que isso gera para o município, com produtos que são colocados no Brasil inteiro e exportados para outras nações”, disse Zucchi, destacando ainda o trabalho realizado pela federação de aplicação de recursos em tecnologia.

É preciso investir em tecnologia
Conforme a Sondagem Industrial da Fiep, 84,02% dos empresários se dizem otimistas com o setor. Desses, 41,19% declararam que vão fazer novos investimentos em 2013, que passam, também, pelo setor de tecnologia e pelo treinamento de funcionários (79,21% segundo pesquisa), para ir de encontro com os avanços tecnológicos propostos pelas empresas.
“Uma das maneiras para ser competitivo é buscar a tecnologia. O básico é, para se diferenciar, o industrial deve buscar novas alternativas, novas possibilidades”, disse Campagnolo.

Qualificação
Se a palavra de ordem é qualificação do setor para uma maior competitividade, o respaldo do que vem sendo desenvolvido pela federação deve ser descrito pelo industriário.
Desta forma, mesmo lamentando a falta de mão de obra local, o que faz com que a indústria busque funcionários em outros municípios e até mesmo indo de encontro com demandas sociais (como é caso dos haitianos e apenados), o industriário e vice-presidente da Fiep, Claudio Petrycoski, afirmou que “está difícil para o Sudoeste, especialmente para Pato Branco. Tivemos que pegar gente de fora, como os haitianos. No passado, chegamos a ter uns 100 haitianos, mas também contamos com o trabalho de indígenas de Mangueirinha e presidiários de Francisco Beltrão, alternativa que deu certo. Além de faltar a mão de obra primária, também falta muito a qualificação. É dessa forma que o Senai e o Sesi garantem esse preparo técnico”. O empresário ainda disse que, mesmo assim, ainda há dificuldade. “Este é um empecilho para que empresas venham para Pato Branco”.
Como modelos de qualificação existentes no sistema, o presidente destacou o sistema educacional adotado no Colégio Sesi, onde os mais de 14 mil alunos do Ensino Médio tem a oportunidade de escolher até dois cursos técnicos em sistema de contraturno e também as Faculdade da Indústria e Escola de Gestão, além dos cursos disponibilizados pelo Governo Federal por meio do Pronatec, que dá acesso a jovens e adultos aos cursos superiores.

Infraestrutura
Tido como um dos entraves para o desenvolvimento do setor, a infraestrutura paranaense foi novamente apontada pelo estudo anual da federação como um dos fatores de queixas dos industriários.
O maior problema para o setor foi a questão rodoviária, com 61,39% de insatisfação, seguida pelo serviço de telefonia, com 49,50% de reclamações. Em contrapartida, o setor que demonstrou maior satisfação foi o da energia, com 61,88% de indicações.
De acordo com o presidente da federação, mesmo tendo sido um estudo recente, cada um dos itens de infraestrutura deve ser observado de forma isolada. “No passado, uma das queixas era a questão da energia. Com o anúncio do Governo Federal, propondo uma redução significativa dos custos de energia, não somente atendendo ao consumidor residencial, mas também às indústrias, o reflexo já pode ser visto na pesquisa feita no final do ano passado”, disse Campagnolo, descartando um dos antigos medos do setor. “Dessa forma, sabemos que amanhã não vamos ter um apagão. Para o industriário, isso é uma questão de segurança”.
Figurando como a quinta maior fonte de reclamação, os portos, segundo Campagnolo, já têm um caminho a ser seguido. “Tivemos muitos avanços nos últimos dias e aguardamos a redação final para vermos ser vai ser o desenho que nós, quanto setor produtivos, planejamos, ou se não vai chegar a tanto. Mas, enfim, estamos a um passo de resolver isso”.
No entanto, tanto o presidente da entidade estadual, como o do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico (Sindimetal Sudoeste), Evandro Neri, lamentam a questão de estrutura viária, ferroviária e aérea. “Em se tratando de Sudoeste, como é de conhecimento de todos, nossa logística não é a ideal”, disse Neri. “Teríamos que melhorar rodovias, ter um braço da ferrovia que passasse pela nossa região. Acho que isso, sim, seria uma boa conquista para nós”, disse ele, ressaltando que, mesmo assim, o industriário tem o que comemorar nos últimos anos.
Por sua vez, Campagnolo, ao se referir à questão de logística aérea, lembrou sobre os investimentos que a União anunciou para ampliação de 14 aeroportos no Paraná. No entanto, parece ser mesmo a logística terrestre a que mais vem dando trabalho para o setor. “O Governo também anunciou estudos para as ferrovias, mas a questão rodoviária tem um grande entrave, que é o custo do Paraná”, disse ele, ao se referir aos valores pagos em pedágios de outros estados. “Temos um modelo que, quando foi instituído, era cabível, só que não evoluiu. O contrato é de 25 anos, vai demorar mais nove para ser concluído, então vamos ter que conviver ainda com esse modelo caro e, quem sabe, no futuro, quando sair um novo edital, a gente consiga reduzir as tarifas”, lamentou o presidente da federação.

Fonte: Diário do Sudoeste / Marcilei Rossi

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