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Vale: Metais básicos compensam queda em minério, dizem analistas

Publicado em 19/04/2013

A queda da produção de minério de ferro anunciada pela Vale ontem após o fechamento dos mercados não deve ter impacto negativo na cotação das ações da empresa, segundo analistas, que mantiveram a indicação de compra do papel.

A informação de que um navio cargueiro da empresa entrou em um porto no leste da China nesta semana também poderá favorecer as cotações das ações da mineradora, segundo analistas. De Acordo com agências internacionais, um cargueiro Valemax atracou nesta semana na China. O Vale Malaysia teria descarregado minério de ferro no porto Lianyungang, na província de Jiangsu, na segunda-feira. Esta seria a primeira vez em que um Valemax entre em um porto do país desde janeiro de 2012, quando Pequim proibiu o acesso dos maiores cargueiros do mundo. Procurada, a Vale ainda não se manifestou sobre o assunto.

O Bank of America Merrill Lynch (BofA) afirmou em relatório que a produção de minério de ferro da Vale no primeiro trimestre veio mais fraca que o esperado devido a efeitos sazonais. Por outro lado, destacou a produção mais forte de metais base.

A produção de minério de ferro da Vale caiu 3,5% no primeiro trimestre frente o mesmo período do ano anterior, para 67,5 milhões de toneladas. A produção foi 21% inferior na comparação com o quarto trimestre do ano passado e 4% abaixo das expectativas do mercado, lembra a instituição.

“A queda foi provocada por fatores sazonais, como período de chuvas no Brasil, e problemas operacionais em Carajás”, destacou o BofA. “A maior parte desses eventos é sazonal e deve ser corrigida no curto prazo, sustentando a meta de produção da companhia, de 306 milhões de toneladas”, afirma o relatório assinado pelo analista Felipe Hirai.

O BofA destacou o aumento de 2% no trimestre, na comparação com o quarto trimestre do ano passado, da produção de níquel. Também foi destaque, segundo a instituição, o aumento de 11% do cobre no mesmo período.

“Este pode ser um forte sinal de que a Vale está ganhando valor em outros ativos que não o minério de ferro. Reiteramos a indicação de compra para a companhia”, completa o relatório.

A corretora mantém o preço-alvo de US$ 23 por ação. “Acreditamos que a volatilidade no curto prazo deve continuar, dadas as informações sobre um novo marco regulatório para a mineração e as preocupações com a desaceleração chinesa. No entanto, acreditamos que já houve precificação para um cenário ainda mais negativo”, informa o relatório.

Na opinião de Pedro Galdi, analista da corretora SLW, a queda de 3,5% foi uma surpresa, porque o primeiro trimestre do ano passado teve chuvas ainda mais intensas. “De qualquer forma, a baixa da produção de minério de ferro foi causada por fatores pontuais, como o problema operacional em Carajás”, disse. “E a produção de pelotas foi paralisada por falta de demanda”, disse.

Para o analista, porém, a informação de que um navio cargueiro da Vale entrou em um porto no leste da China nesta semana é positiva para a empresa. “Essa informação anula a notícia não tão positiva da queda de produção, pois a empresa terá economia de custo fantástica na China”, disse.

O J.P. Morgan também destaca a produção de metais base. “A Vale divulgou um balanço de produção positivo no primeiro trimestre, com uma produção marginalmente menor de minério de ferro, ofuscada por uma produção mais forte que o esperado de base de metais”, informou.

Para o Credit Suisse, apesar de a Vale ter apresentado uma produção de minério de ferro menor que a esperada, o desempenho do segmento de metais básicos e os preços elevados do minério devem ser responsáveis por um resultado forte da Vale no trimestre. A empresa divulga o balanço no dia 24, após o fechamento dos mercados.

Fonte: Luciana Bruno / Valor Econômico.

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