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Publicado em 11/04/2013
O consumo global de produtos siderúrgicos (aço acabado), apesar do cenário complicado da economia mundial, deverá apresentar uma leve retomada neste ano, com crescimento superior a 2,5% na comparação com o ano passado, que teve aumento de apenas 1,4% em relação a 2011.
Todavia, a constante alta no excesso de capacidade de produção do parque siderúrgico no mundo ainda preocupa fabricantes, principalmente no Brasil. O mercado brasileiro, após a crise financeira de 2008/2009, foi alvo de uma avalanche de importações. O volume beirou 6 milhões de toneladas em 2010, oriundas em grande parte da Ásia e Leste europeu.
O excesso de capacidade de produção de aço bruto alcançou 545 milhões de toneladas em 2012 e poderá superar 580 milhões de toneladas este ano. E já se prevê que irá além de 620 milhões em 2013.
A perspectiva de consumo aparente em 2013, bem como no próximo ano, deverá ser divulgada hoje pelo Comitê Econômico da World Steel Association (WSA), entidade da indústria mundial do aço baseada em Bruxelas, na Bélgica. Para 2014, com expectativa de alguma melhora da economia na Europa, a projeção é de aumento acima de 3%, chegando próximo de 1,5 bilhão de toneladas, segundo apurou o Valor com fontes do setor.
A WSA costuma divulgar as projeções de demanda global de produtos acabados em abril e novembro. A reunião deste ano ocorreu no mês passado, em Dusseldorf, na Alemanha.
No ano passado, o consumo aparente de aço na União Europeia teve retração de 9,2% em relação a 2011, enquanto se verificou crescimento de 7,8% da América do Norte, 2,6% da América Central e Sul e 1,9% da China. Globalmente, o consumo de 2012 atingiu 1,41 milhão de toneladas e o deste ano ficará em torno de 1,45 bilhão.
Desde o início da década passada, os países emergentes e em desenvolvimento, com China à frente, vêm ampliando sua força no consumo mundial de aço. Passou de 41,5% em 2000 para 73% no ano passado. China, Índia, Brasil, Rússia, Turquia, países da África e Oriente Médio e cinco outros da Ásia, responderam pela demanda de mais de 1 bilhão de toneladas de produto final. Isso significou alta de 2,6%, quase o dobro da média mundial.
Procurado, o Instituto Aço Brasil (IABr) informou que as preocupações do setor no país se mantém diante do cenário de incertezas globais e perda de competitividade da indústria local, com baixo desempenho da indústria de transformação. "A solução passa por aqui mesmo, com crescimento do mercado interno e correção de assimetrias, como o câmbio e a questão tributária, bem acima dos nossos competidores", informou.
O setor, no país, opera com ociosidade média de 70% da capacidade de suas usinas. A perda de competitividade e a posição do país no atual cenário mundial serão temas de debate no Congresso Brasileiro do Aço, marcado para início de maio no Rio.
Fonte: Valor Econômico.
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