Custo de insumos pressiona setor metalmecânico
Publicado em 25/02/2013
O ano começou com pressões de custos generalizadas em setores da indústria, segundo relatos de líderes
de associações e empresários. Além da alta do dólar, cuja cotação mostrou
ligeiro recuo recentemente, mas permanece perto de R$ 2, as empresas afirmam que o aumento da alíquota de importação
para uma lista de cem produtos em outubro, que incluem insumos industriais importantes, está por trás desse
movimento. Em alguns casos, os preços maiores de matérias-primas já foram repassados ao varejo.
Com o reajuste de preços das usinas em torno de 3,5% a 7% em janeiro, não houve como o setor de aço
plano evitar repasse dessa ordem às indústrias consumidoras, segundo Carlos Loureiro, presidente do Instituto
Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Loureiro diz que as siderúrgicas foram pressionadas em 2012 pela
alta do dólar e dos preços do minério de ferro e do carvão, entre outros custos. "O aumento de
custos obriga a elevar preços. A alta da tarifa de importação apenas permite esses repasses", diz Loureiro,
para quem novas correções não estão descartadas, dependendo da evolução das cotações
internacionais.
Fabricante de chassis para ônibus de pequeno e médio porte, caminhões leves, utilitários e
tratores, a Agrale sentiu pressão de custos neste começo de ano. Em algumas linhas, conta o diretor-presidente
Hugo Zattera, a alta nos preços de matérias-primas (especialmente aço) e componentes passou de 1% em
janeiro. Parte deste aumento foi repassado, mas Zattera afirma que a concorrência "acirrada" no setor impede a recomposição
completa dos preços dos produtos finais.
A Latina Eletrodomésticos, fabricante de bebedouros, lavadoras, purificadores e ventiladores, vem observando aumento
nos custos desde o ano passado. Paulo Coli, vice-presidente da companhia, disse que a empresa enfrenta "desafios" ao negociar
com fornecedores, principalmente, de componentes eletroeletrônicos, que são importados, depois que o dólar
passou da barreira de R$ 2
O setor de plástico calcula que em janeiro e fevereiro os preços dos insumos aumentaram de 5% a 12% sobre
os praticados no fim de 2012. A alta de alíquotas nas resinas importadas contribuiu para essa elevação,
diz José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Plásticos
(Abiplast). Ele afirma que o avanço do preço foi sentido já no último trimestre de 2012. "Há
também o impacto da desvalorização do real sobre os insumos importados, mas a elevação
da alíquota de importação permitiu o repasse integral da diferença de câmbio", afirma Roriz.
Fonte: valor / cimm
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