e receba nosso informativo
Publicado em 26/09/2012
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira a Medida Provisória
(MP) nº 573, que libera R$ 6,8 bilhões para compras governamentais de equipamentos. A medida faz parte do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC) - Equipamentos, que, segundo o governo pretende investir R$ 8,43 bilhões
para estimular a indústria e a economia do país. O texto segue para análise da Câmara e também
precisa ser apreciado pelos senadores.
A MP abre crédito extraordinário para nove ministérios:
Justiça, Educação, Saúde, Transportes, Planejamento, Desenvolvimento Agrário, Defesa, Integração
Nacional; e Cidades. Entre as ações previstas pela proposta está a aquisição de ônibus
escolares, ambulâncias, furgões, equipamentos para a recuperação de estradas, tratores, retroescavadeiras,
motocicletas e vagões de trens urbanos.
Para incentivar a indústria nacional, o governo anunciou em junho
que dará margem de preferência a equipamentos e materiais hospitalares produzidos no Brasil e poderá comprar
itens até 25% mais caros que os similares importados.
A votação aconteceu após as tentativas
da oposição de tentar impedir os trabalhos no colegiado. As lideranças do DEM e do PSDB apresentaram
uma série de requerimentos que pediam o adiamento da análise da proposta e retardaram a votação
com discursos contrários ao governo e ao conteúdo do projeto. Segundo o coordenador do DEM na CMO, deputado
Felipe Maia (RN), os objetivos do texto não têm caráter de urgência e, por isso, não deveriam
ter sido propostos sob a forma de MP.
Além disso, Maia questionou os objetivos da MP, editada às vésperas
do período eleitoral, e apontou que o projeto retira do parlamentar a prerrogativa de destinar verbas para a compra
de equipamentos nos municípios e dá ao Palácio do Planalto os "louros" para as benesses que chegam aos
eleitores de senadores e deputados. "Além de inconstitucional, é altamente eleitoreira e está diminuindo
as prerrogativas do Congresso Nacional", disse.
O deputado do DEM voltou a apontar que o governo não está
cumprindo o acordo de liberação das emendas parlamentares da oposição, feito em julho. "Será
que o governo não consegue se planejar para comprar ônibus escolares? Ou senhores não estão notando
que suas emendas não vão sair e que os seus ônibus escolares vão sair do Palácio do Planalto?",
afirmou. "Antes eram os deputados e senadores [que eram os responsáveis por destinar equipamentos para os municípios]
e agora será o Palácio do Planalto."
O deputado Antonio Imabassahy (PSDB-BA), que representou a liderança
tucana na sessão, afirmou que a medida vai reforçar uma política de "toma lá, dá cá"
entre prefeituras e o governo federal e apontou os perigos de algumas prefeituras serem beneficiadas em detrimento de outras
por interesses eleitoreiros. "Fica uma eiva de suspeição de aprovação acelerada nas vésperas
da eleição", apontou.
O deputado Claudio Puty (PT-PA) rebateu o argumento levantado pela oposição
de que o governo está descumprindo o acordo de liberação de emendas e disse que os valores estão
sendo empenhados, salvo em casos de problemas em convênios com os municípios.
Fonte: Daniela Martins /
Valor
Envie para um amigo