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BRDE deve financiar mais seis pequenas hidrelétricas no Paraná em 2015

Publicado em 11/08/2015

Projetos em análise devem ter financiamento de R$ 137 milhões até o fim do ano. Outras duas usinas receberam recursos no primeiro semestre.

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) deve financiar seis pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Paraná até o fim deste ano. Os projetos, em fase de análise na instituição, têm investimento estimado em R$ 195 milhões, dos quais 70% – cerca de R$ 137 milhões – serão financiados pelo banco de fomento.

“São projetos que estão em fase mais madura. A parte regulatória já está em andamento, nos órgãos ambientais e na Aneel, faltando uma ou outra licença”, diz Juliana Dallastra, gerente de operações do BRDE. O banco não revela quais são os empreendimentos; os nomes devem ser anunciados somente após a contratação dos empréstimos.

Banco também financia parques eólicos e solares

Os financiamentos de PCHs são enquadrados no programa BRDE Eficiência Energética, que também pode financiar parques de energia solar ou eólica. Nesses dois casos, além dos recursos do BNDES, há orçamento do próprio BRDE para os financiamentos.

“Alguns equipamentos dos projetos solares e eólicos são importados, e por isso não há funding do BNDES. Nesses casos, o BRDE empresta com recursos próprios”, explica Juliana Dallastra, gerente de operações do banco. Segundo ela, no momento há um empreendimento paranaense de geração solar na carteira prospectada do BRDE, sem investimento definido.

Os projetos de parques eólicos estão concentrados na agência do BRDE no Rio Grande do Sul, estado com mais tradição nessa área. A rápida expansão dessa fonte energética explica a predominância da agência gaúcha nos financiamentos de geração de energia do banco. De R$ 184 milhões liberados pela instituição nos três estados do Sul no primeiro semestre, R$ 152 milhões foram para o Rio Grande do Sul.

Segundo Juliana, outros dois projetos do gênero, com investimento estimado em R$ 247 milhões, estão na “carteira prospectada” do BRDE. Incipientes, eles devem demorar mais a receber os empréstimos. Se os processos avançarem, os financiamentos – de até R$ 173 milhões – tendem a ser liberados em 2016.

A fonte dos recursos é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do qual o BRDE é repassador. Os empréstimos podem ser pagos em até 15 anos. O custo equivale à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais 4,1% ao ano – o equivalente, hoje, a 10,9% ao ano.

Recursos liberados

No primeiro semestre, a agência paranaense do banco de fomento repassou R$ 31 milhões para a área de geração de energia, pouco menos que o montante contratado em todo o ano de 2014 (R$ 35 milhões).

Os recursos já liberados neste ano foram destinados à construção de duas PCHs: Tigre, com potência de 9 megawatts (MW), no Rio Marrecas, no Centro-Sul do Paraná; e Salto Bandeirantes (4 MW), no Rio Bandeirantes, no Norte Pioneiro. Incluindo os montantes repassados ainda em 2014, as duas hidrelétricas, que consomem investimentos de R$ 54 milhões, receberam crédito de R$ 43 milhões do BRDE.

Retomada

“Entendemos que a geração de energia é um gargalo e que precisa de investimentos. Recurso para financiar é o que não falta, e com prazo e taxa bastante atrativos”, diz Juliana. “Mais difícil para o empreendedor é atender à legislação do setor, mas esse aspecto também tem melhorado.”

Estagnados por muito tempo, os projetos de PCHs voltaram a ganhar força neste ano, graças a mudanças no trâmite dos processos na Aneel e ao aumento do preço de referência nos leilões de energia.

No momento, há três em construção no Paraná. Além das já citadas Tigre e Salto Bandeirantes, está em obras a usina de Cantu 2 (18 MW), no Rio Cantu, na região Centro-Oeste do estado. No mês passado, entrou em operação a usina Moinho (4MW), no Arroio Guaçu, no Oeste.

Em abril, três pequenas usinas do estado negociaram energia em um leilão realizado pela Aneel. Além da usina Tigre, fecharam negócio duas PCHs que ainda não começaram a ser construídas: Tibagi Montante (32 MW), no Rio Tibagi, nos Campos Gerais; e Confluência (27 MW), no Rio Marrecas, no Centro-Sul.

Na Assembleia

O governo estadual enviou à Assembleia, no início do mês, um projeto em que pede a autorização do Legislativo para a implantação de 24 hidrelétricas de pequeno porte, todas com licença prévia concedida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), e para a regularização de outras duas. A medida é necessária porque a Constituição Estadual determina que projetos hidrelétricos tenham o aval dos deputados.

Articulação da Rota Estratégica de Energia

Geração distribuída de energia é uma das temáticas exploradas e defendidas no Roadmapping de Energia para o desenvolvimento do estado do Paraná. A visão de futuro "Referência em geração distribuída de energias renováveis" tem como perspectiva a criação de competências em P&D, o desenvolvimento de tecnologias, a implementação de inovações e a construção de uma imagem de destaque no provimento de soluções, produtos e serviços de ponta em geração distribuída. Para o setor energético e a indústria paranaense isto significa melhoria nos serviços de energia e criação de novas oportunidades industriais em um mercado sem fronteiras.

Informação de: Gazeta do Povo

 

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