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Publicado em 16/10/2017
Transformar a própria dor em uma oportunidade de negócio sustentável e gerar receitas adicionais, apostando na inovação e na sustentabilidade. Foi com esta visão que o grupo Pioneiro Industrial decidiu criar a Pioneiro Ecometais, empresa do grupo voltada à reciclagem de baterias. A ideia, que nasceu de um problema da indústria de baterias do grupo, acabou se tornando um lucrativo negócio, que hoje atende também concorrentes e expandiu-se para outros segmentos que demandam destinação correta de seus produtos inservíveis, como é o caso dos pneus.
O Brasil inutiliza anualmente pelo menos 450 mil toneladas de pneus segundo o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/SENAT). Ao oferecer um destino correto para os pneus inutilizados, é possível evitar que quase 4 milhões de toneladas sejam descartadas em lugares errados. Atenta a essa questão, Pioneiro Ecometais implementou um processo inovador para o mercado nacional a partir da logística reversa de pneus inservíveis, e contou com financiamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremos Sul – BRDE, para viabilizar o projeto.
Além do benefício ambiental, o processo de reciclagem de pneus também trouxe a redução de custos para o grupo, uma vez que os subprodutos do processo de pirólise de pneus são insumos para o processo de reciclagem de baterias. O processo criado pela Pioneiro Ecometais é de ciclo fechado, tornando-o completamente sustentável. A pirólise de pneu consiste em um sistema de conversão térmica de decomposição dos hidrocarbonetos presentes na borracha dos pneus inservíveis, cujos produtos derivados serão o óleo de pirólise, carvão, ferro e gás metano combustível.
Tecnologia limpa e novas receitas
Segundo Eder Barbieri, representante da empresa, o gás metano gerado é utilizado por completo no processo de pirólise, sendo captado e direcionado para os reatores que servem como fonte de combustível. “A tecnologia adotada é considerada de produção limpa, em que não há emissão de gases tóxicos para o meio ambiente, nem mesmo geração de resíduos sólidos ou de líquidos perigosos”, explica Barbieri.
Os demais subprodutos são matérias-primas utilizadas no processo de reciclagem de baterias e chumbo. Barbieri explica que em 2016, o processo consumiu 2.500 t/ano de óleo combustível fóssil, 1.000 t/ano de consumo de carvão coque fóssil e 3.000 t/ano de limalha de ferro. “Esses produtos representam 30% dos custos na indústria de reciclagem de baterias. Com a implantação do novo processo de pirólise dos pneus foi possível reduzir o custo em cerca de 54%. Além dessa redução significativa de produção, os excedentes são comercializados, gerando novas receitas para a empresa”, explicou Barbieri.
Soluções ambientais com viabilidade econômica
“Projetos como esse, que se propõem a resolver um problema ambiental para a indústria de pneus, têm grande apelo. Assim, quando uma empresa como a Pioneiro pensa numa solução para esse problema ambiental, a chance dele mesmo se tornar viável é muito grande”, analisa o superintendente do BRDE, Nelson Ronnie dos Santos.
O Banco de fomento foi responsável pelo financiamento do projeto, altamente alinhado com a visão de sustentabilidade do BRDE. “Nós acreditamos que em um momento como este, de crise e dificuldades na economia, a maior parte das empresas buscam não mais apenas ampliar a produção, mas sim, reduzir custos e aumentar a produtividade. Nesse contexto, projetos sustentáveis, via de regra, têm o viés de reduzir o consumo de matéria-prima e outros custos de produção e/ou de elevar a eficiência energética”, observa Ronnie.
Para a Pioneiro Ecometais, o financiamento do BRDE foi de suma importância para a concretização do projeto de pirólise de pneus. A reutilização de pneus ainda é uma tecnologia pouco trabalhada no Brasil, então isso mostra o grande potencial existente, as também o desafio de obter crédito para a inovação. “Com este projeto realizado, obtivemos uma economia significativa na utilização de combustíveis fósseis na nossa empresa”, conclui Barbieri.
“Santa Catarina é um estado diferenciado. Os empreendedores catarinenses são muito inovadores e com visão de um futuro sustentável”, diz o superintendente do Banco, Nelson Ronnie, ao citar o case da pequena Água Doce. O processo dialoga com o ecossistema onde a produção está inserida e isto é cada vez mais relevante para indústrias de todos os setores. Minimizar impactos ambientais faz parte da agenda fixa das empresas. Em Água Doce, materiais que eram descartados indevidamente ganharam novo destino e isto ajudou na economia.
Fonte: SIS Sebrae
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