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Publicado em 03/10/2017
O Centro Politécnico da UFPR, em Curitiba, abrigará a maior usina solar do Paraná. A instalação da usina é parte de um conjunto de projetos que também inclui a troca de mais de 50 mil lâmpadas em vários campi da universidade e ações de monitoramento do consumo de energia. Os projetos serão financiados com recursos obtidos por meio de editais públicos do setor elétrico e, além de gerar economia de quase R$ 1,5 milhão por ano a partir do aumento da eficiência energética, também fomentarão pesquisas em diversos departamentos da UFPR.
Os projetos foram contemplados em duas chamadas públicas lançadas pela Copel, em cumprimento à Lei nº 9.991, de 24/07/2000, que obriga as empresas concessionárias e permissionárias do setor de energia a aplicar um percentual mínimo da sua Receita Operacional Líquida em pesquisa e desenvolvimento (P&D) do setor elétrico e em programas de eficiência energética (EE). Elaboradas por uma equipe multidisplinar de professores dos setores de Tecnologia e de Ciências Exatas da universidade, além de especialistas da Fundação da UFPR (Funpar), as propostas passaram também pelo crivo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O maior volume de recursos – R$ 16,8 milhões – vem de uma chamada pública especial lançada este ano e voltada exclusivamente para universidades públicas, que deveriam apresentar projetos de eficiência energética associados a iniciativas de pesquisa e desenvolvimento. Desse valor, R$ 7,5 milhões serão destinados para projetos de eficiência energética e R$ 9,2 milhões para projetos de pesquisa e desenvolvimento – valores que se somam a uma contrapartida de R$ 487 mil. Os projetos proporcionarão à UFPR uma economia de R$ 1 milhão por ano com energia.
Parte dos recursos será aplicada na instalação de 3.160 painéis fotovoltaicos no Centro Politécnico da UFPR. De acordo com o engenheiro Ricardo Kenji Wojitani, consultor do projeto na área de eficiência energética, os painéis ocuparão uma área de quase 7 mil metros quadrados, configurando o maior sistema do gênero no Paraná, com capacidade para gerar 1.132 MWh de energia por ano. Só a usina solar permitirá uma economia anual de R$ 473 mil.
O restante da economia virá da troca, no Politécnico e em várias outras unidades da UFPR na Região Metropolitana de Curitiba, de 39.280 lâmpadas fluorescentes por lâmpadas de LED, que são mais econômicas e possuem vida útil maior. O projeto inclui ainda a instalação de medidores em cerca de 100 edifícios do campus e a etiquetagem desses edifícios para monitorar o consumo de energia.
“Com isso, vamos ter uma rede totalmente monitorada e uma central que coletará dados para subsidiar análises e pesquisas sobre energia renovável em vários campos, como engenharia, meio ambiente e até na arquitetura”, diz o coordenador do projeto na vertente de pesquisa e desenvolvimento, professor Gustavo Oliveira, do Departamento de Engenharia Elétrica.
Segundo Oliveira, a aprovação dos recursos exigiu muito esforço. Os projetos reúnem oito grupos de pesquisa e 22 pesquisadores de vários departamentos da UFPR. “Nós montamos uma equipe experiente de pesquisadores dos Setores de Tecnologia, de Exatas e Palotina para fazer isso. Foi uma corrida com barreiras e, graças à equipe, conseguimos obter a aprovação de nossa proposta.”
Competência
A UFPR receberá ainda R$ 1,6 milhão de uma chamada lançada pela Copel no fim de 2016, e aberta a todos os seus clientes. Esses recursos custearão a instalação de uma usina solar menor no Centro Politécnico, com 540 painéis fotovoltaicos, e a a troca de 16 mil lâmpadas fluorescentes por lâmpadas de LED. A economia anual, nesse caso, será de R$ 460 mil, e a coordenação é do professor João da Silva Dias, também do Departamento de Engenharia Elétrica.
Somando todos os projetos, portanto, a UFPR reduzirá em R$ 1,46 milhão por ano o seu gasto com energia.
O reitor Ricardo Marcelo Fonseca diz que esse aporte de recursos para o projeto demonstra a competência da UFPR em captar recursos de vulto numa época em que a Universidade passa por uma séria crise orçamentária. “Além disso, o projeto envolve financiar ações que vão resultar em grande economia de energia elétrica no futuro, abre perspectivas de pesquisas relevantes nas áreas envolvidas e e dá uma contribuição social importante na área das energias renováveis. Portanto, é um fato grandioso para a UFPR”, afirma.
Nova cultura
A expectativa é que os contratos para execução dos projetos sejam assinados em breve e o trabalho comece até o fim deste ano. A usina de energia solar deverá entrar em funcionamento até o fim de 2018.
O engenheiro Ricardo Kenji explica que, além de fomentarem a pesquisa e gerarem economia de recursos para a UFPR, os projetos também deverão contribuir para criar na universidade uma cultura de racionalidade no uso de energia. “O projeto apresentado para a chamada 2017 prevê a implementação de ISO 50.001, de gestão de energia, um evento de uma semana com palestras, exposições e minicursos e também ações de marketing”, informa.
Para o presidente da Copel, Antonio Guetter, “o projeto que está sendo desenvolvido pela equipe da UFPR contribui para desenvolver e ampliar as pesquisas e aplicações com fontes de energia renovável”. “Os painéis fotovoltaicos representam uma tecnologia que deve se disseminar cada vez mais. É motivo de comemoração que tenhamos iniciativas como essas no Paraná”, afirma.
Segundo ele, a Copel valoriza muito as chamadas públicas para projetos de eficiência energética e de pesquisa e desenvolvimento. “Acreditamos que a Companhia, as universidades e a sociedade como um todo precisam se unir para trocar conhecimento e para encontrar soluções cada vez mais eficientes, que contribuam para o crescimento do Estado e para a qualidade de vida das pessoas”, diz Guetter.
Aurélio Munhoz e Lorena Klenk
Fonte: UFPR
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