Governo diz contar com 85% de convergência para aprovar marco regulatório do setor elétrico
Publicado em 23/08/2017
Tema foi debatido em reunião do Conselho de Infraestrutura da CNI. Secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia defende
criação de ambiente favorável aos investimentos e mostra-se contrário ao repasse de custos ao consumidor de forma compulsória
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, afirmou que o diálogo será
a tônica do processo de encaminhamento da proposta do novo marco regulatório do setor elétrico. Ele disse
que ouviu representantes de diferentes ramos do segmento e que tem a convicção de que o governo federal terá
apoio majoritário para aprovar no Congresso Nacional a proposta que, segundo ele, reequilibrará o setor.
“Temos muita confiança de que vamos conseguir 85% de convergência em torno da proposta. O setor
vai ser maduro para que possamos trabalhar juntos por uma proposta consistente”, enfatizou Pedrosa. Ele participou no
dia 21/08 da reunião do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da
Confederação
Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
O presidente do Coinfra e da Federação
das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Olavo Machado Junior, acredita que o governo federal apresentará
a melhor proposta para o desenvolvimento nacional. “Temos confiança no que o governo está fazendo, de
que tem procurado acertar e que, de fato, vem buscando o diálogo. Precisamos de um pacto nacional”, pontuou.
Ao fazer um panorama sobre o novo marco regulatório, Paulo Pedrosa observou que não há mais espaço
para um modelo de setor dependente de financiamento do BNDES. Por isso, mencionou que é preciso abrir caminho para
um novo modelo de negócios. “Quem entende que o futuro vai ser igual ao passado está equivocado. Não
podemos mais repassar custo ao consumidor de forma compulsória.”
O secretário-executivo acrescentou
que o setor elétrico passou, ao longo dos últimos anos, por um processo destrutivo. “A União perdeu
R$ 240 bilhões, com as intervenções feitas sobre a Eletrobrás”, frisou. “Temos que
criar um ambiente de confiança para que os investimentos possam ocorrer”, completou.
A proposta do
governo de alterações no setor elétrico foi submetida à consulta pública, que abriu espaço
para contribuições de associações que representam diferentes ramos de consumidores, produtores
e distribuidores. Para o presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia Elétrica
(
Abraceel),
Reginaldo Almeida de Medeiros, a proposta será importante para o setor elétrico e melhor ainda para os consumidores.
“As alterações serão positivas para a indústria, pois só a competição
permitirá reduzir o preço da energia. Todos os países estão abrindo o seu mercado de energia.
Se perdermos essa oportunidade, outros custos setoriais surgirão”, destacou.
De acordo com o conselheiro
do Coinfra Djalma Bastos, é preciso estruturar a proposta de forma a evitar a judicialização do caso,
uma vez que, na avaliação dele, se os prazos em vigor não forem respeitados os atores envolvidos poderão
barrar as alterações por meio de liminares, o que geraria enorme insegurança jurídica.
Fonte:
Agência de Notícias CNI
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