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Publicado em 21/07/2017
O uso de biocombustíveis na aviação brasileira em maior escala deve ser uma realidade apenas em 2025, estimam especialistas do setor. Hoje, o preço é o principal entrave ao bioquerosene no País.
"A expectativa é que se alcance uma viabilidade econômica para uso do produto em 2025", diz o consultor de emissões e tecnologia da União Brasileira de Indústria de Cana de Açúcar (Única), Alfred Szwarc. Isso significaria uma demanda de 1 bilhão de litros por ano, para uso de 10% na mistura total do combustível usado nos aviões.
"A viabilidade técnica está demonstrada e essa perspectiva nos anima", afirma o consultor. Para as usinas, a demanda criaria um mercado de nicho, com preços acima do praticados hoje. "Esse mercado seria suprido por poucas indústrias, mas temos interesse", comenta Szwarc.
Para o diretor geral da Agroicone, Rodrigo Lima, a perspectiva é de que 100% do combustível de aviação seja renovável em 2050. A projeção leva em conta o acordo firmado pela Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês) para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) a partir de 2020.
"Uma parte da redução se dará pelo ganho de eficiência, com aeronaves mais modernas, mas só vamos cumpri-la integralmente com o uso de biocombustível", acrescenta, o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz.
Para o coordenador de pesquisa da Boeing, Onofre Andrade, a criação de um marco regulatório específico para os biocombustíveis de aviação pode estimular esse mercado. "Também acredito que com ganho de escala, os custos de produção podem recuar."
O Renovabio - projeto para estimulo ao desenvolvimento de energias renováveis em discussão no governo - pode ser parte dessa solução, diz Lima. "O projeto será importante para pavimentar o futuro dos diferentes biocombustíveis."
Diferença de preço
O que impede que esse segmento decole é o preço. O gerente comercial da Amyris Brasil, João Paulo Rossi, salienta que há diferença de US$ 3 entre o biocombustível de aviação e o combustível fóssil.
No começo deste ano, a unidade brasileira da companhia de biotecnologia norte-americana anunciou que o projeto voltado para a produção de bioquerosene e biodiesel de cana de aviação no País está "em suspenso". "Optamos por redirecionar nossos esforços devido à inviabilidade comercial". "As empresas [de aviação] precisam estar dispostas a pagar mais", defende o executivo.
Sanovicz ressalta que o querosene de aviação representa hoje um terço do custo da passagem aérea. "Nosso desafio é a criação de políticas públicas que viabilizem um preço competitivo sem onerar o consumidor", salientou o dirigente.
Fonte: DCI
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