Atlas inédito mostra potencial energético do Paraná
Publicado em 26/05/2017
O Paraná tem um grande potencial energético solar a ser explorado. A média dos valores de irradiação
e de produtividade do Estado é maior do que em 29 países da Europa e 59% superior à média da Alemanha,
país com a maior capacidade instalada do mundo. Essas informações fazem parte do último levantamento,
feito em 2006. Essa base de dados está passando por uma atualização e fará parte do primeiro Atlas
de Energia Solar do Paraná. A previsão era que a publicação fosse lançada na segunda quinzena
de abril, porém, até a data deste post não houve o lançamento.
O Atlas Solar Paranaense trará um raio X completo do potencial de cada um dos 399 municípios do Estado.
Os resultados desse trabalho inédito poderão servir de base para a elaboração de políticas
públicas de incentivo à ampliação do uso dessa fonte de energia renovável no Paraná
por meio de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica (SFVCR). O levantamento é uma iniciativa
da Itaipu Binacional, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Fundação Parque Tecnológico
Itaipu (FPTI) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Potencial e distribuição
Com uma área de 199.880 km² e uma população de 10.444.526 habitantes, distribuída em
399 municípios, o Paraná teve em 2013 um consumo de 27 milhões de megawatts-hora (MWh). Quase 93% de
toda a eletricidade consumida em território paranaense é proveniente de hidrelétricas, mas há
a necessidade de se diversificar a matriz com outras fontes de energia limpa e renovável. E, apesar do grande potencial
de SFVCR apresentado pelo Estado, o número desses equipamentos instalados em território paranaense é
muito pequeno.
Para o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Herlon Goelzer de Almeida, “faltam informações
e incentivo para a disseminação desta fonte. Quanto mais diversificada for a matriz energética, melhor
para o País”, afirma. Ele informa ainda que o Atlas de Energia Solar do Paraná será público
e de fácil acesso por qualquer pessoa ou instituição. O material será distribuído em versões
impressa e eletrônica (em pen drives) e poderá ser baixado, via Internet, de sites do PTI e de outras instituições
parceiras interessadas em sua difusão.
Herlon adianta ainda que a partir de agosto deverá ser colocado à disposição do público
um aplicativo para que os consumidores dimensionem suas necessidades de investimento em energia solar a partir dos dados de
suas faturas de energia elétrica.
De acordo com o professor Gerson Tiepolo, coordenador do projeto, a ferramenta colocará à disposição
dos usuários informações de radiação solar em qualquer ponto do Estado, permitindo que
o consumidor faça simulações quanto ao SFVCR necessário para atender suas necessidades de energia
elétrica.
Incipiente
Embora o Paraná tenha um grande potencial para utilização de SFVCR, é pouco o investimento
no setor. Os projetos que mais se destacam são o Escritório Verde da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná (UTFPR) Campus Curitiba, com capacidade de 2,1 quilowatt-pico (kWp). Primeiro sistema em operação
do Estado, foi instalado em dezembro de 2011, antes da Resolução 482/2012 da Aneel. O outro é o da empresa
Elco Engenharia, de 8,64 kWp, homologado em outubro de 2013.
Só para se ter uma ideia, de acordo com dados do Atlas Solar de 2006 (levantamento nacional), o Estado que apresentava
até então menor valor anual de irradiação e de produtividade no Brasil seria Santa Catarina, com
1.644 kWh/m² ano, e 1.233 kWh/kWp/ano. A Bahia seria o Estado mais solar, com 2.246 kWh/m² ano e 1.684 kWh/kWp/ano.
A média total no Brasil estaria em 2.001 kWh/m²/ano e 1.501 kWh/kWp.
O mesmo atlas nacional mostrava que 12 estados tinham médias inferiores ao Paraná e 14 acima. Já
na média, a proporção seria idêntica à do Brasil. Em relação às maiores
médias anuais encontradas (Distrito Federal – 5.779 km², Goiás – 340.111 km² e Piauí
- 251.611 km²), a produtividade local (199.880 km²) era 7,5% inferior. Na comparação com a Bahia,
ficava 3,34% atrás.
Atlas Paranaense
O atlas é composto por um conjunto de mapas com valores de produtividade estimada total anual, média diária
sazonal e média diária mensal do Paraná. O estudo mostrará que o incentivo à geração
de energia elétrica por meio de fontes renováveis de energia tem crescido gradativamente de forma global e também
no Brasil.
Uma das principais vantagens é que a energia solar é uma fonte alternativa que permite a geração
de eletricidade de forma distribuída e próxima ao ponto de consumo, também de forma limpa e renovável,
a exemplo da hidreletricidade.
Fonte:
Itaipu Binacional
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