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Publicado em 09/05/2017
Os carros elétricos estão com o pé na tábua — e isto já não é a opinião das montadoras apenas. A Total S.A., uma das maiores companhias de petróleo do mundo, declarou que os elétricos devem corresponder a quase um terço das vendas de carros novos até o fim da próxima década.
Com a ascensão dos veículos a bateria, a demanda por combustíveis derivados de petróleo terá seu pico na década de 2030. Ao menos é nisto que acredita Joel Couse, economista-chefe da Total, que discursou numa conferência organizada pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF), em Nova York. Os elétricos representarão entre 15% e 30% dos novos veículos até 2030, após o que “a demanda de combustíveis irá se estagnar”, afirmou Couse, ou “talvez até declinar”.
Trata-se da mais otimista projeção para os carros elétricos já feita por um representante de alguma gigante do setor de petróleo, superando as previsões da própria BNEF, segundo Colin McKerracher, analista-chefe de transportes avançados da entidade.
Outras empresas do setor vêm ajustando suas previsões de longo prazo para a demanda de petróleo. Ben
van Beurden, da Royal Dutch Shell, afirmou em março que essa demanda deve chegar ao ápice na reta final da década
de 2020. A empresa criou uma nova divisão de negócios destinada a identificar setores onde as tecnologias limpas
provavelmente serão mais lucrativas.
Os elétricos
estão começando a competir com os modelos a gasolina, tanto em termos de preço como de performance. A
bateria é o componente mais caro de um veículo elétrico, podendo representar metade do custo total, segundo
a BNEF. Os primeiros elétricos que conseguiram competir de igual para igual em matéria de preço foram
modelos de luxo, com destaque para o Model S, da Tesla, que é hoje o mais vendido da categoria nos Estados Unidos.
Mas o custo das baterias vem caindo numa base de 20% ao ano, e as montadoras estão investindo bilhões para
eletrificar suas frotas. A Volkswagen projeta que 25% de suas vendas sejam de elétricos até 2025. Já
a Toyota tem planos para encerrar as operações com combustíveis fósseis até 2050.
Atualmente, os carros elétricos
representam em torno de 1% das vendas globais, mas as montadoras tradicionais estão se preparando para a revolução.
A Volks pretende entrar forte na briga em 2018, com um Audi SUV elétrico e a primeira rede de recarga de alta velocidade
dos Estados Unidos, para competir com as estações Supercharger da rival Tesla, capazes de recarregar um veículo
em menos de uma hora. A Tata Motors, com o Jaguar, e a Volvo também estão preparando modelos promissores, e
em algum momento até 2020 devemos testemunhar uma verdadeira avalanche, com Mercedes-Benz, Volks, GM e outras colocando
dezenas de novos modelos no mercado.
Fonte: Tom Randall – Bloomberg, Com tradução e adaptação novaCana.com
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