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Matriz energética do Brasil é tema de debate no Museu do Amanhã.

Publicado em 13/09/2016

Principais tendências das energias renováveis no Brasil foram discutidas no evento

FONTE: www.oglobo.com

Para onde caminha a matriz energética do país? Como fazer frente às mudanças que irão tirar o peso atual das hidrelétricas em um cenário de compromisso com redução de emissões de poluentes? Em busca dessas respostas, mais de 400 pessoas entre empresários, acadêmicos e representantes de diversos setores reuniram-se no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, para debater e avaliar a questão energética no país.

A importância do manejo sustentável das reservas do pré-sal e o papel das fontes alternativas de energia foram assuntos amplamente discutidos no fórum “Perspectivas Inovadoras para o Mercado de Energia”, da série “Vida Inteligente”, oferecido pela Siemens no Brasil e realizado pelo jornal O GLOBO em parceria com a Editora Globo.

Na apresentação de abertura, Paulo Stark, CEO da Siemens no Brasil, afirmou que a humanidade enfrenta grandes e preocupantes desafios no setor energético. Hoje, se consome mais recursos do que o planeta pode oferecer – e o enriquecimento global acelera o problema.

Fenômenos como a urbanização e as mudanças climáticas exigem uma busca por novas formas de gerar riqueza sem esgotar os recursos naturais. Stark elencou uma série de desperdícios no Brasil. O país perde 40% de alimentos in natura e 17% da energia gerada e, além disso, 400 milhões de toneladas de biomassa não são aproveitadas, assim como todo o metano gerado pela pecuária. Esse desperdício pode ser mensurado também no cotidiano da população: o paulista e o carioca, por exemplo, perdem três horas diárias no transporte entre a casa e o trabalho, tempo que poderia ser aplicado em aumento de produtividade ou simplesmente no lazer ou repouso.

— O Brasil pode ser protagonista de uma revolução energética – enfatizou Stark, ao lembrar que o país se comprometeu a reduzir suas emissões de carbono em 43% durante a COP 21, realizada no ano passado, em Paris. Entre as sugestões de Stark estão a eletrificação de ferrovias de transporte de carga, o uso amplo da biomassa de reflorestamento e a digitalização acelerada da indústria.

Mercado de energia

Ao contrário do que se imagina, há um excesso de oferta de energia no país, que poderia atender quase 20% da demanda atual, o equivalente à geração de três usinas hidrelétricas de Belo Monte. A informação é do diretor técnico da consultoria PSR, Bernardo Bezerra. Segundo ele, 88% deste excesso deve-se ao comportamento errático da economia.

— O país é uma montanha-russa de sobra e falta de energia. A boa notícia do cenário atual é que se pode planejar o futuro com calma – disse. O Brasil, conforme afirmou Bezerra, tem abundância de fontes renováveis de energia como a hidrelétrica, a biomassa, a eólica e a solar que, no país, são complementares. O período em que há mais ventos, por exemplo, coincide com a menor vazão dos reservatórios das usinas. Um dos objetivos é alcançar a meta da COP 21 de oferecer 23% da matriz energética baseada em fontes não convencionais, sem contar com hidrelétricas.

Para Bezerra, ainda que as reservas do pré-sal estejam distantes da costa e a 10 mil metros de profundidade, o que traz grandes desafios técnicos, existe a alternativa de usar, além do petróleo, o gás natural que se encontra nos poços profundos, seja por meio de gasodutos, de termelétricas em plataformas no alto mar ou com o uso de tecnologias de liquefação do gás – que poderia seguir em navios para o Brasil ou ser exportado para outros países.

No campo, ele ressaltou que a biomassa tem alto potencial de geração de energia, mas ainda é subutilizada – a expansão de áreas de plantação de cana está estagnada desde 2011.

 

Painel 1 - Mega plataforma para o pré-sal

Desenvolvimento de tecnologias navais permite criação de superplataformas

No painel “Oil&Gas – Otimização de Tecnologias para o Pré-Sal”, Marcelo Souza, professor da CO PPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Claudio Makarovsky, gerente de contas globais da Siemens no Brasil, e Armando Cavanha Filho, da Fundação Getulio Vargas, responderam perguntas do público sobre como explorar as grandes reservas brasileiras, estimadas em 12 bilhões de barris, de forma mais eficiente.

Novas tecnologias permitem implantar plataformas capazes de extrair 300 mil barris diários, reduzir a emissão de CO 2, liquefazer gases e gerar energia em estação flutuante. Segundo Souza, está em desenvolvimento a criação de plataformas de baixo custo, com estabilidade capaz de suportar materiais sensíveis ao movimento, como turbinas industriais, utilizadas no processo de geração de energia em usinas térmicas de ciclo combinado.

Painel 2 - Eletricidade até debaixo d’água

Os segredos e as conquistas da distribuição de energia no ambiente submarino, ou “subsea”

A vida média de um campo de petróleo é de 20 anos. É possível prolongar esse tempo e ampliar a rentabilidade com o uso de tecnologia? A discussão marcou o painel “Oil&Gas – Energia Distribuída no Subsea”. Um uso já cristalizado é o bombeamento e injeção de água nos poços. A técnica aumenta a longevidade de campos que anteriormente seriam considerados extintos, o que garante aumento de produtividade em locais onde se fez alto investimento. Maria Peralta, head e vice-presidente da Aker Solutions no Brasil e uma das debatedoras, ressaltou, no entanto, que a preocupação com o ambiente precisa estar presente na engenharia básica dos projetos.

Para Jonas Tavares, gerente-regional da Siemens no Brasil, as pessoas envolvidas em todo o processo precisam ter o “DNA da inovação”:

— A tecnologia permitirá o alcance a regiões que não eram viáveis devido às distâncias. A confiabilidade necessária para o ambiente subsea é próxima de um cenário espacial. Já o professor da Escola de Química da UFRJ e assessor da Agência Nacional de Petróleo Luiz Eduardo Duque Dutra, também um dos debatedores, completou:

— Os investimentos em pesquisa não são intensivos. Por isso, as evoluções caminham para soluções complementares ou articuladas – afirmou.

Painel 3 - A luz que chega com o vento

Em plena crise econômica, energia eólica cresceu 43% no ano passado

–O Brasil tem muitas opções para a expansão de sua matriz elétrica. A atual dependência das hidrelétricas vai mudar e fontes de energia, vistas antes como complementares, como a eólica, a solar e o gás natural, terão cada vez mais um papel fundamental na diversificação de nossa matriz elétrica – disse Luiz Barroso, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) durante o fórum Geração Renovável: Oportunidades e Desafios (Eólica).

A tese foi endossada por Elbia Gannoum, presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (AB EEólica), que aproveitou o evento para anunciar que os parques eólicos brasileiros, instalados principalmente no Nordeste e no Rio Grande do Sul, chegaram a 10 gigaWatts de capacidade instalada, um aumento de 2,8GW. Hoje, a energia gerada pelo vento, em momentos de pico, atende a 30% da demanda dos estados nordestinos e 10% da brasileira.

— O conteúdo local das turbinas eólicas já chega a 70%. E o melhor, o próximo passo da indústria nacional é atingir competitividade internacional – celebrou Eduardo Angelo, diretor da Divisão Wind Power da Siemens no Brasil.

Painel 4 - Energia da biomassa deve crescer em 15 anos

Setor visto com reservas pelas geradoras pode dobrar capacidade com modernização dos equipamentos

Se toda biomassa do setor sucroalcooleiro fosse utilizada para fins energéticos, seria gerado o equivalente a uma usina de Itaipu, com a vantagem de que a safra ocorre justamente na época de baixa dos reservatórios. A informação abriu os trabalhos do painel Biomassa: Gerando Energia e Valor de Forma Renovável, o último do evento. Vista como patinho feio das fontes renováveis, segundo Eduardo Azevedo, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, o setor pode dobrar a capacidade com a atualização de caldeiras e equipamentos mais eficientes. Existem no país 300 usinas com capacidade de produzir energia.

 

Para além da produção de açúcar e álcool, é possível usar áreas improdutivas e degradadas para capturar carbono e produzir energia ao mesmo tempo.

— A biomassa pode gerar energia a baixo custo a partir de florestas de eucalipto – disse Emílio Rietmann, da Futura Energy. Para Paulo Stark, falando agora como conselheiro da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (CO GEN), a biomassa é a fronteira que fará diferença nos próximos 15 anos.




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